Movimento Pró-Paraná defende ramal da Ferroeste até o Porto de Paranaguá

Presidente do Sebrae apóia Movimento Pró-Paraná e defende a gestão pública dos novos ramais ferroviários
Publicação
29/09/2009 - 18:22
Editoria
O presidente eleito do Movimento Pró-Paraná, empresário Jonel Chede, reafirmou nesta terça-feira (29) que a construção do novo ramal ferroviário entre Guarapuava e Paranaguá “é uma das bandeiras” de sua gestão à frente da entidade. “É uma medida que se enquadra no espírito da Ferroeste”, complementou. A extensão de um ramal até o Porto de Paranaguá, lembra Chede, vem sendo defendida por ele desde o início dos anos de 1990. “Elencamos a ferrovia como matéria de nossa gestão porque queremos que essa bandeira se torne realidade, mas para isso é preciso que haja vontade política e que a sociedade organizada, entidades não-governamentais e a iniciativa privada se integrem na mesma força”. Chede conhece os estudos de viabilidade dos novos trechos que foram contratados pela Ferroeste junto ao Lactec (Instituto de Tecnologia para o Desenvolvimento) e diz ter ficado “encantado” com o novo traçado Guarapuava-Paranaguá, que passa por municípios como Irati, Palmeira, Porto Amazonas, São José dos Pinhais e Lapa. SEBRAE - Para o presidente do Sebrae, Jefferson Nogaroli, o apoio do Movimento Pró-Paraná ao projeto de expansão da ferrovia “é fantástico” na medida em que visa corrigir um modelo de privatização no Estado que “foi muito perverso”. O pedágio nas rodovias é um dos “mais altos do mundo” e o transporte ferroviário se tornou “um oligopólio”, justifica. Nogaroli ressalta que “da porteira do produtor até o embarque no porto tudo sai do bolso do produtor”. É preciso ter mais opções, afirma, e novos instrumentos para melhorar a competitividade. “A Ferroeste com certeza vai regular o preço do transporte ferroviário”. O presidente do Sebrae defende a gestão pública da ferrovia. “Acho oportuno que seja empresa controlada pelo Estado ou consorciada a empresas e cooperativas”. Comentando a nova bandeira do Movimento Pró-Paraná, o ex-governador Emílio Gomes, integrante do Banco de Idéias do IEP (Instituto de Engenharia do Paraná), também defensor do ramal da Ferroeste, disse ser “simpático à tese” e assegurou que é ¨um dos defensores da nova ligação ferroviária¨. Para o ex-governador o traçado da Ferroeste trará grandes benefícios “não só para a região Sul como para a nação como um todo”, barateando os fretes e tornando mais rápido o transporte de mercadorias para o Porto de Paranaguá. De acordo com o presidente da Ferroeste, Samuel Gomes, “com a manifestação do presidente do Movimento Pró-Paraná e do presidente do Sebrae, que se somam às afirmações anteriores da área de engenharia e dos setores produtivos de nosso Estado, estabelecemos definitivamente um consenso em favor da ligação das linhas da Ferroeste, de modo independente, com o Porto de Paranaguá”. Os projetos da Ferroeste têm o apoio dos governos do Paraná, Mato Grosso do Sul e Santa Catarina, além do Paraguai, entidades representativas dos engenheiros (Crea, Senge, Instituto de Engenharia do Paraná/IEP) e do setor produtivo paranaense (Faep, Fiep, Faciap, Fecomércio, Ocepar e Sebrae). Também a Coordenadoria das Associações Comerciais e Empresariais do Oeste do Paraná (Caciopar) e associações comerciais de várias regiões manifestaram seu apoio à Ferroeste em Foz do Iguaçu, Cascavel, Palotina e Chapecó, lado a lado com associações de municípios (Amsop, Amop, AMCSPAR), o Pacto Oeste, a Frente Parlamentar de Logística, Transporte e Armazenagem (Frenlog) e a União Nacional das Cooperativas do Paraguai-Unicoop, entre outros. “A necessidade e viabilidade do ramal Guarapuava-Paranaguá”, segundo Gomes, “foi provada com excelência pelo estudo contratado junto ao Lactec e ligar-se com o Porto de Paranaguá através de um ramal próprio é condição para a construção dos ramais da Ferroeste para o interior, Mato Grosso do Sul e Paraguai”. Gomes adverte que “é preciso transformar esse consenso da sociedade paranaense em torno da consolidação da Ferroeste em decisões claras do governo federal que se alinhem com o Paraná. O momento que se abre agora é de luta política. O Paraná precisa ser ouvido”. FADIGA - Jonel Chede reconhece que a antiga ferrovia é uma “obra realmente notável, inédita, causa espanto algumas soluções de engenharia adotadas, mas não é mais compatível com a demanda e a pujança econômica do setor agrícola e de manufaturados do Estado”. A atual ligação entre Guarapuava e Paranaguá, observa, é uma “via totalmente comprometida”, e de baixa velocidade para os padrões modernos de transporte, além de apresentar “fadiga metálica”, isto é, as vias e viadutos estão comprometidos pelos longos anos de uso. Para Chede, a linha férrea da antiga RFFSA “ainda pode servir para a indústria do turismo e para o transporte de pequenas cargas”, mas está obsoleta para uso extensivo no transporte de cargas. “Há vários gargalos logísticos”, sublinha, “e não dá para ficar esperando um colapso” do sistema ferroviário. “Se D. Pedro II fez a antiga estrada de ferro, por que nos dias de hoje, em que temos muito mais tecnologia, não podemos fazer uma nova ferrovia”, pergunta Chede. BOX Jonel Chede é liderança empresarial paranaense Formado em engenharia química pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), Jonel Chede foi professor titular da cadeira de Física da instituição. Presidiu a Associação Comercial do Paraná (ACP) e a Associação Brasileira de Indústrias de Hotéis (ABIH). Também foi vice-presidente da ABIH-Nacional e ocupou os cargos de conselheiro da Federação do Comércio (Fecomércio), do Instituto de Engenharia e do Conselho Fiscal do Centro de Convenções de Curitiba, além de ocupar o cargo de diretor da Associação Paranaense de Reabilitação. No final de agosto foi eleito presidente do Movimento Pró-Paraná, entidade que luta pelo desenvolvimento e pela promoção da identidade cultural do Estado. “Jonel Chede é uma reserva moral que temos no Estado do Paraná, um grande empresário, uma pessoa como ele só aumenta a credibilidade e agrega mais valor ao Movimento Pró-Paraná. Chede é uma pessoa está acima de qualquer suspeita”, atesta o presidente do Sebrae, Jefferson Nogaroli.

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