A indústria do Paraná continua na contramão da crise financeira mundial. E isto ficou constatado na pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, o IBGE, divulgado no início desta semana. O levantamento apontou que a produção industrial do nosso estado aumentou 6,8% no período, garantindo o melhor desempenho entre os 14 estados pesquisados. Ficamos bem acima da média nacional, de 2,3% e a frente de estados como Pernambuco, onde a produção industrial cresceu 6,4%, Santa Catarina que registrou aumento de 5,0% e do Rio Grande do Sul, com alta de 3,6%. Um dos exemplos desta força da indústria paranaense vem da Feira de Móveis do Estado do Paraná, a Movelpar, de 9 a 13 de março no Expoara, o Centro de Exposições de Arapongas. Mais de 40 mil pessoas passaram pela feira, segundo informa o presidente José Constantino. Isto representa um aumento de 30%, em comparação ao ano passado, no volume de pessoas que percorreram os 170 estandes espalhados nos 45 mil metros quadrados da feira. A Movelpar se destaca por apresentar as últimas novidades do comércio varejista de móveis e confirma a força do pólo moveleiro não só de Arapongas, mas de todo o Norte do Paraná. A feira começou há 12 anos e está na sétima edição. Segundo presidente do Expoara José Constantino, ela é responsável direta pelo aumento de mais de 150% no faturamento das indústrias e lojas da região. Hoje a indústria moveleira destaca a região Norte do Paraná como um dos principais pólos estratégicos para o setor de móveis no país. Só para ilustrar, são mais 570 indústrias fabricantes de móveis que geram mais de 15,3 mil empregos diretos e indiretos. A cidade de Arapongas concentra o maior número de empresas do setor, com mais de 170 indústrias moveleiras. A política de industrialização da minha cidade Arapongas começou a ser formulada por iniciativa da sociedade nos anos de 1960 e 1970 e ainda hoje serve de modelo para a maioria dos municípios do Paraná. Tenho uma profunda ligação com a criação destes mecanismos de incentivo que transformaram a economia da região. Comecei a abordar este tema ainda na Câmara de Vereadores, no meu primeiro mandato parlamentar delegado pelo voto da população, em 1963. Nesta época não havia uma política de industrialização em cidades hoje consideradas pólos regionais como Ponta Grossa, Maringá e Londrina. Nós fomos os primeiros praticamente a caminharmos no sentido da industrialização. Lembro que na época argumentávamos que quem mandava no mundo eram as Nações industrializadas e quem praticamente mandava no Brasil era o Estado de São Paulo por causa do seu parque industrial. Estas cobranças não cessaram nos nove anos de mandatos que cumpri como vereador e se tornaram realidade nos três mandatos que tive como prefeito da minha cidade. Construímos uma parceria muito forte entre a Prefeitura, o Estado, o Poder Público e os empresários de Arapongas. Lembro-me que muitos estão no parque industrial porque pessoalmente fui buscá-los, muitas vezes, ainda quando moravam em sítios, e os conclamava para irem ao parque industrial. Mas não é apenas a Movelpar que pode ser vista como referência do vigor demonstrado pela indústria do Paraná. Em todo estado temos vários casos que confirmam este quadro. Em Cascavel temos o Show Rural que movimenta toda a agroindústria paranaense e de outros estados. Em Maringá temos a Modamix, que dá vazão a produção têxtil do Estado. Recentemente o Paraná superou Santa Catarina e se tornou o estado que mais exporta frangos para o mercado internacional. E assim vai. (*) Waldyr Pugliesi é deputado estadual, líder do PMDB na Assembleia Legislativa e presidente do Diretório Estadual do PMDB (www.waldyrpygliesi.com.br – e-mail waldyr@waldyrpugliesi.com.br)