Mostra “Cerâmica cabocla sobe a serra” abre nesta sexta-feira e faz parte do Salão de Cerâmica

A diversidade nas formas e acabamentos que remetem à tradição cultural e alimentar da cerâmica do litoral paranaense será exibida no Hall da Secretaria de Estado da Cultura
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30/10/2008 - 15:50
Editoria
A diversidade nas formas e acabamentos que remetem à tradição cultural e alimentar da cerâmica do litoral paranaense será exibida no Hall da Secretaria de Estado da Cultura, a partir dessa sexta-feira (31), na mostra Cerâmica cabocla do litoral do Paraná, que permanece até 11 de novembro. A exposição apresenta 38 peças diferentes, na sua maior parte com função utilitária como gamelas, moringas, jarros e panelas de diferentes tamanhos, além disso faz parte das atividades paralelas do 2º Salão Nacional de Cerâmica (que abre na próxima semana). A entrada é franca. Difundida na produção de frigideiras e panelas, a “Cerâmica Cabocla” se assemelha à cerâmica Tupiguarani, principalmente no que se refere ao acabamento. A criação, o fazer cerâmico, era sempre condicionada às fases da lua, que têm influência sobre a argila reconhecida pela grande maioria dos ceramistas populares. Com forte ligação à tradição alimentar, a cerâmica cabocla do litoral do Paraná produziu utilitários como moringas (garrafões), bilhas (vasilhas) e potes que serviam para guardar água, panelas de uma ou duas asas para cozinhar feijão, arroz, milho, frigideira para o peixe, torradeira para o café e cuscuzeiro casado com a panela para ferver água. A “Cerâmica Cabocla no Litoral do Paraná” vem de lugares como Morretes, onde o nome de destaque é o de “Seo” Manoel de Souza, ceramista localizado na beira da estrada, com produção de potes e vasos. Em Antonina, os principais nomes da cerâmica são Dona Dolores, “Seo” Cláudio Costa e Dona Iza Maria Azim. O principal nicho da cerâmica cabocla na década de 60 se situava em Medeiros, na baia das Laranjeiras, município de Guaraqueçaba. Desta localidade surgiram nomes das artesãs Dona Maria Gonçalves e Dona Senhorinha Romão da Costa. Esta última, considerada já na época, “chefe”, em função da grande quantidade de louça produzida e da tradição de quatro gerações no fabrico de cerâmica. Hoje, Senhorinha é referência de informação e pesquisa em cerâmica no sul do país. Toda essa tradição da Cerâmica Cabocla do litoral do Paraná exposta no Hall da Secretaria faz parte da programação do Salão Nacional de Cerâmica, realizado pelo Museu Alfredo Andersen desde 1980. O salão abre no dia 05 de novembro, na Casa Andrade Muricy. Serviço: Mostra Cerâmica cabocla do litoral do Paraná. De 31 de outubro a 11 de novembro de 2008 no Hall da Secretaria de Estado da Cultura (Rua Ébano Pereira, 240 – Centro). Horário de visitação: de segunda a sexta-feira das 9h às 18h. Entrada franca.

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