Moradores, usuários e lideranças políticas aprovaram a interdição da BR-476 desde o trevo da Lapa até a PR-160 em Paulo Frontin. “É uma medida dura, porém mais do que necessária. Os acidentes constantes e a falta de investimentos no trecho pediam uma atitude drástica.”, afirmou o vereador e presidente da câmara de São Mateus do Sul, Jorge Roiko.
O trânsito nos 130 km da rodovia federal, sob responsabilidade do DNIT, foi interrompido pela Polícia Rodoviária Estadual ao meio-dia desta terça-feira (30) como forma de evitar a ocorrência de mais acidentes no trecho.
Segundo o vereador, cerca de 10 acidentes acontecem todos os dias na BR-476 ocasionados pela não conservação do pavimento. “O Governo do Estado pode ter certeza que encontrará apoio a esta intervenção na população da região, estamos cansados do descaso que se arrasta há mais de um ano e meio na rodovia”, reitera Roiko.
O morador da Lapa, Marcio José Silva, conta que devido ao péssimo estado da rodovia evita utilizar a BR-476. “Só passo pelo trecho porque tenho que trabalhar levando material, mas evito seguir adiante com medo de danificar o carro ou ainda sofrer um acidente mais sério”.
Marcio, que trabalha como transportador e passa pelo trecho pelo menos duas vezes por semana, salienta que a deterioração da estrada acontece há algum tempo. “Agora os buracos estão maiores, mas a situação já vem ruim há quase 2 anos”, recorda.
Hospital - O prefeito de Paula Freitas, Paulo Henrique de Matos de Almeida, afirma já havia determinado que todos os carros oficiais, inclusive as ambulâncias, do município fossem a Curitiba dando a volta por Paulo Frotin, Rio Azul e Irati. “Aumenta bastante a viagem mas evita os riscos de acidente”, afirma.
Para ele, a situação de Paula Freitas fica ainda mais difícil pela falta de hospitais no município. “Em uma situação de emergência, a viagem mais longa pode ser a diferença entre a sobrevivência ou não de um paciente”, alerta. “Precisamos de uma solução rápida, pois a rodovia é a mais importante ligação da região sul do Estado com Curitiba”.
Pedágio - Já o caminhoneiro Amarildo Kucoloco diz que perdeu as contas de quanto gastou com reparos e manutenção de molas, pneus e das suspensões que se danificaram ao trafegar pela BR-476. “Eu passava pela BR-476 mais de 4 vezes na semana e posso afirma que a situação está caótica”, salienta. “O desvio faz aumentar a distância da viagem, mas compensa só pelo fato de não ter de passar no meio desta buraqueira”, acrescenta indignado com a situação da via.
A indignação do caminhoneiro aumentou ainda mais quando foi informado do aumento do pedágio nas praças da concessionária Caminhos do Paraná. “Essas empresas só querem saber do lucro, não ligam e nem se importam com nós (caminhoneiros) que somos quem passa todos os dias pelas cancelas. É um absurdo subir esta tarifa mais uma vez”, desabafa.
BOX
Prefeitos da região cobram
da União a recuperação da rodovia
O prefeito de União da Vitória, Hussein Bakri, afirmou que Governo do Estado pode contar com o apoio das prefeituras da região para aplicar os recursos federais na recuperação da rodovia. “Cobramos um atitude do governo federal, que aplique recursos, que faça a conservação que fiscalize o tráfego. É impossível que a situação permaneça como está”, afirma.
Hussein acrescenta que está programado para ocorrer, em União da Vitória, nesta quarta-feira (31), um ato público que vai reunir mais de 10 prefeitos e diversas lideranças da região para reivindicar obras na rodovia. “São necessários investimentos também na ponte em São Mateus do Sul e na Ponte dos Arcos, na entrada de União da Vitória”, detalha.
Moradores e usuários aprovam interdição da BR-476
Medida foi classificada como dura, mas necessária para evitar os constantes acidentes no trecho da Lapa até Paulo Frontin
Publicação
30/08/2005 - 18:19
30/08/2005 - 18:19
Editoria