A diretora de Projetos da Companhia de Habitação do Paraná (Cohapar), Rosângela Curra Kosak, comandou neste final de semana reuniões com as 1.797 famílias da Vila Zumbi dos Palmares que serão atendidas pelo programa Direito de Morar. Nos encontros realizados, Rosângela e a equipe técnica da Cohapar apresentaram o projeto de regularização fundiária e urbanização que irá atender as famílias. As obras têm início previsto para julho.
Ao todo, foram três reuniões – uma no sábado (18), com as 272 famílias que vivem às margens do Rio Palmital e serão relocadas para lotes na própria Vila Zumbi, e duas no domingo (19), com as mais de 1,5 mil famílias que terão seus lotes regularizados. “Foram encontros muito proveitosos, em que os moradores tiveram a oportunidade de conhecer detalhes do projeto e esclarecer dúvidas sobre o processo de regularização fundiária. Ficamos muito felizes com a participação da comunidade, que tem se mostrado muito satisfeita com o Direito de Morar”, explicou Rosângela.
A partir desta semana, a Cohapar terá um posto de atendimento funcionando no Salão Paroquial da Vila Zumbi dos Palmares. Será um ponto de contato entre a comunidade e a Cohapar para que os moradores tenham as informações que desejarem sobre o Direito de Morar. Técnicos do Escritório Regional de Curitiba e da Divisão Social da Cohapar trabalharão no posto de atendimento.
Obras - A primeira fase das obras do Direito de Morar na Vila Zumbi dos Palmares prevê a construção de 272 sobrados para as famílias que serão relocadas das margens do Rio Palmital. Em seguida, começam as obras do dique de contenção do rio e de drenagem do solo, além da regularização dos lotes da Vila. As ações do Direito de Morar incluem pavimentação das ruas, instalação de água, luz e esgoto regularizados. As obras irão envolver a comunidade, gerando empregos e, por meio do Canteiro-escola, capacitando a população a exercer uma nova atividade na construção civil.
“O projeto é muito bom. Nossa Vila vai ficar linda”, aprovou Estelina de Oliveira Alves. Moradora da Vila Zumbi desde o início da ocupação, ela trabalha como zeladora em um banco e vive com a filha e três netos. “Estou construindo minha casa de alvenaria. Fico muito mais tranqüila sabendo que serei dona do lote e minha família não correrá mais o risco de ser despejada”, afirmou.
“A reunião foi muito boa. Tivemos respostas concretas e fico com a segurança de que o projeto vai sair do papel”, disse o motorista de ônibus Júlio Piu de Souza. Ele vive há cinco anos na Vila Zumbi dos Palmares, mas é íntimo do local há muito mais tempo. “Trabalho na linha que serve a comunidade desde que ela foi implantada, há 11 anos”, falou.
Dono de uma casa de alvenaria em construção, onde vive com a esposa e o filho, Júlio sabe bem a diferença que a posse do lote fará em sua vida. “Quando comecei a construir a casa, busquei financiamento no banco, mas ele me foi negado porque vivo em área de ocupação irregular. Com a regularização, nem vou mais precisar de empréstimo – poderei usar o dinheiro que tenho no Fundo de Garantia para terminar a obra”, comemorou Júlio.