Missão paranaense visita a fábrica de trens de passageiros no Ceará

Organizada pela Ferroeste a visita teve como objetivo conhecer as alternativas de veículos sobre trilhos que poderão ser utilizados na operação do eixo Londrina-Maringá
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24/10/2009 - 17:06
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O presidente da Ferroeste, Samuel Gomes, o presidente da Urbanização Maringá (Urbamar), Fernando Camargo, e o secretário da Associação dos Municípios da Região Metropolitana de Curitiba (Assomec), prefeito Luizão Goulart, de Pinhais, fizeram neste sábado (24) visita técnica à fábrica de veículos leves sobre trilhos (VLTs) Bom Sinal, no município de Barbalha, região do Cariri, Sul do Ceará. A programação, organizada pela Ferroeste, empresa que coordena o projeto pé-vermelho para a reativação do trem de passageiros no Norte do Estado, teve como objetivo conhecer as alternativas de veículos sobre trilhos que poderão ser utilizados na operação do eixo Londrina-Maringá. Na sexta-feira (23), um grupo representando prefeituras da região metropolitana de Curitiba, órgãos de Estado e um especialista do Labtrans (UFSC) conheceu a experiência de integração de trens e ônibus do consórcio público que gerencia o transporte coletivo do Recife (PE). ¨Há um ressurgimento dos trens urbanos e regionais em todo o Brasil. Queremos que o Paraná esteja integrado este movimento¨, explica o presidente da Ferroeste, Samuel Gomes. ¨Viemos ao Ceará conhecer a única fábrica nacional de trens urbanos para avançarmos na formatação do projeto do Trem Pé-vermelho. Foi uma reunião importante e produtiva. Aproveitamos para convidar a empresa para o I Seminário do Trem Pé-vermelho, no dia 6, em Londrina¨. PÉ-VERMELHO - ¨Estamos sempre procurando as melhores experiências para viabilizar o trem de passageiros no eixo Maringá-Londrina¨, ressaltou o presidente da Urbamar, Fernando Camargo, ¨é importante conhecer esse equipamento (VLTs) e a indústria que o está fabricando¨, disse ele. Os veículos da Bom Sinal, que serão operados no metro de superfície entre Juazeiro do Norte e Crato, no Ceará, a partir de novembro, são os primeiros trens de passageiros fabricados na América do Sul nos últimos 20 anos. O presidente da Ferroeste ressaltou o empenho do Noroeste do Paraná pelo retorno do trem de passageiros à região. ¨Quero parabenizar a cidade de Maringá pelo seu trabalho em favor do trem pé-vermelho. A presença do presidente da Urbamar na agenda que cumprimos no Recife e no Ceará foi fundamental para o sucesso dos trabalhos¨. CURITIBA E REGIÃO - O prefeito de Pinhais, Luizão Goulart, que acompanhou o grupo, disse que como secretário da Associação dos Municípios da Região Metropolitana (Assomec) também está interessado em ¨conhecer as alternativas¨ de transporte de massa que podem melhorar o sistema na região de Curitiba. ¨A presença do prefeito Luizão, de Pinhais, representando os prefeitos da Região Metropolitana de Curitiba, tanto na visita ao Consórcio de Transporte Coletivo da Grande Recife como à fábrica de trens foi muito importante¨, ressalta o presidente da Ferroeste. ¨Em breve, em parceria com a Comec, a Sedu e a Assomec, vamos reunir os prefeitos da RMC para apresentar os resultados destas visitas e propor uma agenda política e técnica em torno da implantação de um sistema de trens metropolitanos em Curitiba¨, informou. FÁBRICA - O presidente da indústria Bom Sinal, Fernando Marins, considera que a empresa apostou na estratégia certa: ¨o modal de transporte ferroviário de passageiros ficou abandonado nos últimos 20 anos¨. Os grandes centros, afirma, constataram ¨que o modal sobre pneus está esgotado¨ e o Brasil agora está ¨voltando os olhos para o transporte de passageiros sobre trilhos¨. Fernando Marins explica que sua indústria desenvolveu ¨um produto que pode utilizar as ferrovias já existentes¨, como é o caso do trem de passageiros Pé-Vermelho que a Ferroeste, prefeitos e universidades do Norte e Noroeste do Paraná querem reativar. ¨O Brasil tem uma quantidade grande de ferrovias abandonadas¨, prossegue Marins. ¨Precisam apenas de reparos e nós criamos um produto adequado a esse tipo de malha¨. O trecho que será inaugurado pela Companhia Cearense de Transportes Metropolitanos, em novembro, na região do Cariri, tem 13,6 quilômetros de extensão e nove estações ao longo do percurso, que será feito em 28 minutos pelos trens de passageiros de fabricação nacional. Mais de R$ 25 milhões foram investidos no projeto, que deve ter demanda inicial de cinco mil passageiros por dia. Serão duas composições com tração diesel-hidráulica formadas por dois carros equipados com ar-condicionado capacidade de transporte de 330 passageiros por composição.

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