Missão do BRDE discute financiamento da expansão da Ferroeste e da Ferrosul

Economistas dos escritórios regionais do Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE), do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, avaliam instalações e linhas da Ferroeste, para dar início à discussão sobre os financiamentos dos projetos de expansão da empresa.
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19/02/2010 - 13:10
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Economistas dos escritórios regionais do Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE), do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, avaliam instalações e linhas da Ferroeste, para dar início à discussão sobre os financiamentos dos projetos de expansão da empresa.
Nelson Sofiatti e Marcos Agostino (PR), Francisco Melo de Aquino (SC) e Lauro Nestor Renck (RS) visitam, nesta sexta-feira (19), os terminais da Ferroeste em Cascavel e Guarapuava. Na quinta-feira (18) pela manhã, os técnicos tiveram uma reunião com o presidente da Ferroeste, Samuel Gomes, na sede da empresa, em Curitiba, para conhecer o projeto, e no período da tarde foram ao Porto de Paranaguá.
Sofiatti, Aquino e Renck foram os indicados pelo BRDE para participar do grupo de trabalho designado pelo Conselho de Desenvolvimento e Integração Sul (Codesul), para elaborar a proposta de criação da Ferrosul, na reunião dos governadores ocorrida em 18 de novembro, em Campo Grande (MS).
Para Samuel Gomes, a Ferrosul, o BRDE e a Companhia de Desenvolvimento do Extremo Sul, em fase de criação, serão entidades coirmãs, atuando em favor do desenvolvimento econômico, social e ambiental da região do Codesul. “Pela ação concertada das referidas instituições públicas, em parceria com o setor privado, o Sul do Brasil, o Mato Grosso do Sul e o Paraguai darão um salto de produtividade.” Esse aumento, segundo Samuel, resultará da revolução logística promovida pela redução drástica dos custos de transporte pela Ferrosul. A proposta é que as novas linhas sejam em bitola mista – larga e métrica, com três trilhos.
CONHECIMENTO – “Os técnicos estão aqui para conhecer a Ferroeste e sua interface com o Porto de Paranaguá, que é imprescindível para a economia da região”, explicou Sofiatti. Segundo ele, a visita técnica servirá também para conhecer as instalações dos terminais de Cascavel e Guarapuava e avaliar a importância da ferrovia para empresas e cooperativas da região.
“Com a ampliação da malha da Ferroeste, vamos aumentar a influência do Porto de Paranaguá”, afirmou Sofiatti, para quem o acesso ao porto atualmente é muito limitado. “A nova malha da Ferroeste vai ampliar e trazer fluxo de cargas de forma mais eficiente, barata e com ganhos ambientais”. Segundo o economista, o projeto da ferrovia beneficiará o Paraná inteiro, o Nordeste e Oeste catarinense, o Paraguai, o Mato Grosso do Sul e parte do Estado de São Paulo.
Renck, economista do escritório gaúcho do BRDE, destacou a qualificação dos técnicos da Ferroeste e do porto e explicou que a razão da vinda do grupo “tem a ver com a perspectiva de expansão dos projetos da Ferroeste e integração de sua malha com a malha do resto da região Sul e do Brasil”.
Aquino, do escritório do BRDE catarinense, se diz um entusiasta de projetos ferroviários, afirmou que acredita no projeto apresentado pela Ferroeste. “O projeto merece apoio, porque é tecnologicamente bem elaborado, com perspectiva de vir a superar os principais gargalos logísticos e o excesso de passagens de níveis observados nas ferrovias brasileiras.”
RECURSOS – Uma das alternativas para a captação de recursos para a expansão, segundo os técnicos da Ferroeste e do BRDE, seria o lançamento de debêntures, vinculadas ao valor do capital da empresa, abrindo a possibilidade da compra por parceiros como o BRDE e o BNDES. A possibilidade de realizar o projeto com recursos orçamentários próprios dos quatro estados e de novos sócios foi aventada pelo BRDE, que também pode fazer financiamentos complementares de locomotivas, vagões e instalações ferroviárias e de intermodalidade.
Os economistas do BRDE também deram ênfase ao papel da Ferroeste em promover a discussão pública das necessidades logística do Sul, o que culminou com a proposta de criação da Ferrosul. “Temos que ultrapassar o mais rapidamente possível a fase atual da nossa economia, centrada perigosamente na exportação de commodities. Somente com uma nova logística podemos industrializar o interior do país. No sul do Brasil, a Ferrosul nasce para colaborar com este objetivo, vocação e destino nacional”, ressaltou o presidente da Ferroeste, Samuel Gomes.
“Para isso, esperamos que o Tesouro Nacional, o BNDES e os fundos de pensão federais, ainda hoje tão generosos com os monopólios ferroviários que resultaram da malfadada privatização da era FHC, toda ela bancada pelo BNDES, não fechem os olhos e os ouvidos a esta nascente empresa pública regional e seu projeto redentor para o desenvolvimento do país e da América do Sul” , completa Gomes.

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