Uma das principais ações da semana de Doação de Órgãos no Paraná, a missa de ação de graças reuniu nesta terça-feira (29), na Igreja Nossa Senhora do Guadalupe, mais de 400 pessoas entre transplantados, familiares de doadores, pessoas que estão na fila de espera por um órgão e também doadores vivos.
O secretário da Saúde, Gilberto Martin, presente na cerimônia, acredita que a doação é uma manifestação de amor ao próximo. “Este é um gesto de amor que salva vidas, dando ao próximo a oportunidade de continuar vivendo. A semana de mobilização serve para que as pessoas atentem para a importância deste ato, aumentando a consciência e reforçando o significado da doação”, destacou.
A missa foi uma oportunidade para reforçar a importância da doação e mobilizar as pessoas. “A igreja encoraja as famílias a doarem os órgãos de seus familiares em caso de fatalidade, como um gesto de amor e solidariedade”, reforçou o padre Reginaldo Manzotti, que comandou cerimônia religiosa.
Muitos dos presentes trazem histórias emocionantes de vidas que foram transformadas por uma doação. É o caso, por exemplo, de João Toso, que recebeu um coração há cinco anos. O doador foi um menino de apenas 15 anos, que sofreu morte encefálica e a família optou pela doação. O aposentado de 67 anos, conta que teve sua vida completamente transformada.
“Depois de vinte anos de luta, tenho uma vida nova. E junto ganhei uma segunda família. Hoje, tenho uma mãe de 40 anos e uma irmã de três, que eu visito e converso todo mês. Serei eternamente grato por este gesto e peço para que mais gente possa ter essa mesma atitude que proporciona esperança para aqueles que estão na fila por um órgão”, contou Toso.
Outro exemplo é o de Carlos Eduardo Farias Santos, que com apenas sete anos soube que precisava de um transplante de fígado. O garoto esperou um ano até realizar o procedimento, e hoje leva uma vida normal. “Foi muito importante receber este órgão, e eu agradeço muito a família que decidiu doar. Hoje as pessoas estão mais conscientes sobre o assunto e como forma de agradecimento eu espero no futuro também ser um doador e ajudar quem precisa”, disse.
De outro lado, a doação só é possível quando familiares decidem por ela. Exemplo dessa atitude foi da costureira Elizabete Fernandes. Há sete meses uma bala perdida tirou a vida de seu filho de 19 anos. A doação foi a maneira encontrada de dar continuidade a vida do seu filho. “Entendi que esse era o desejo do meu filho e que ele gostaria de doar tudo aquilo que ainda servisse para ajudar aos outros, por isso resolvi doar tudo que foi possível. Hoje, a vida dele continua por meio das pessoas que foram ajudadas”, destacou Elizabete.
AÇÕES – Além da missa, outra ações acontecerão em todo Paraná. Nos hospitais de Curitiba estão programadas palestras e treinamentos de profissionais de saúde. Além disso, serão montados stands para distribuição de materiais informativos, onde as pessoas podem esclarecer dúvidas e conhecer mais sobre o processo de doação de órgãos. Ao todo mais de 70 mil folders e 10 mil cartazes foram distribuídos para todo Paraná. O destino dos materiais foi as regionais de saúde, hospitais, e também locais estratégicos como transporte coletivo e o Detran.
DADOS - Dados oficiais da Central de Transplantes do Paraná mostram que de janeiro a agosto deste ano já foram realizados 949 transplantes de órgãos e córneas. Deste total, a maioria, cerca de 660 foram de córneas, seguidos por 219 procedimentos de rim. Em relação aos transplantes de tecidos e medula óssea, os procedimentos totalizam 1246 transplantes. Os dados mantêm o Paraná como terceiro Estado com maior número de transplantes atrás apenas de Minas Gerais e São Paulo.