Mineropar ajuda na construção de estrada alternativa ao pedágio

Empresa pública de mineração do Paraná está fornecendo dados geológicos e de atividade mineral para as frentes de trabalho na construção da Estrada do Cerne
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09/08/2007 - 09:20
Editoria
A Mineropar está participando do esforço do governo do Paraná na construção de caminhos alternativos ao pedágio no Paraná, fornecendo dados geológicos e de atividade mineral para as frentes de trabalho. Um dos destaques da iniciativa da empresa são os subsídios que oferece ao 10º Batalhão de Engenharia de Construções do Exército Brasileiro, que está reconstruindo e pavimentando, a pedido do governador Roberto Requião, a antiga Rodovia do Cerne. A estrada começa na região de Curitiba, passa por Campo Magro, Bateias, Abapã e prossegue até Castro e Londrina. A obra tem investimentos de R$ 8,7 milhões do DER. Os dados de geologia e mineração da Mineropar, organizados em um sistema de informações geográficas, permitem subsidiar os projetos de retificação e pavimentação da rodovia, constituindo-se - segundo a Mineropar - em importantes instrumentos de otimização de recursos, na seleção de áreas de empréstimos de materiais rochosos e de saibro, onde as distâncias são fatores críticos para o custo da obra. O trabalho da Mineropar consiste na organização de um conjunto de dados digitais que englobam mais de 200 frentes de lavra existentes na região de agrngência da rodovia, além dos dados de direitos minerários, cerca de 580 processos, mapas do substrato geológico e a localização de unidades de conservação ambientais, federais e estaduais. Economia – O secretário dos Transportes, Rogério Tizzot, destaca os benefícios que devem ser gerados para a economia do Estado com a finalização da obra. Além de movimentar a região, que hoje depende quase que exclusivamente da indústria madeireira e de calcário, o novo caminho cria alternativa para os motoristas que não quiserem pagar o pedágio da BR-376, em direção ao Norte do Paraná. “É uma via que tem uma importância enorme para a economia do Paraná. Além de facilitar a ligação entre do Norte do Estado com a Região Metropolitana de Curitiba, a pavimentação criará uma opção para os motoristas que não quiserem trafegar pela rodovia pedagiada”, ressaltou, lembrando que a implantação da Estrada do Cerne é um dos mais antigos pleitos do setor de cargas no Estado. Histórico – A Estrada do Cerne foi a principal obra da década de 1930, época em que foi considerada “a maior rodovia que se construiu no Paraná em todos os tempos”. Faz a ligação entre o Sul e o Norte do Estado, passando por diversos municípios, entre eles Curitiba, Campo Magro, Piraí do Sul, Ventania, São Jerônimo da Serra, Jataizinho, Bela Vista do Paraíso e Alvorada do Sul, já na divisa com São Paulo. Durante 20 anos, a Estrada do Cerne se tornou uma das principais vias de escoamento da produção agrícola, notadamente o café, que antes era em grande parte exportado pelo Porto de Santos, através da Estrada de Ferro Sorocaba, e passaria, desde a década dos anos 40, a movimentar o Porto de Paranaguá. Os reflexos da via na região de sua zona de influência foram imediatos. Três grandes empreendimentos industriais foram erguidos ao longo e nas imediações da nova estrada: uma indústria de papel, a exploração em grande escala do carvão paranaense em Figueira e a usina de açúcar em Porecatu, que atraíram capitais paulistas sob o estímulo das facilidades criadas pelo interventor Manoel Ribas. O Paraná não só cresceu como celeiro agrícola e maior exportador de café do Brasil, como também se industrializou a passos largos, transformando o Porto de Paranaguá no mais importante do País. No início dos anos 60, com a abertura da Rodovia do Café, inteiramente asfaltada entre Ponta Grossa e Apucarana, o tráfego mais intenso deixou de lado a Estrada do Cerne, que começou a perder a importância, juntamente com quase toda a região por ela servida. Além disso, o deslocamento da fronteira agrícola após saltar o Rio Tibagi e de expandir para o Nordeste e o extremo Oeste provocou e esvaziamento econômico e demográfico da área. Hoje, com a revitalização da estrada, o governo do Estado pretende voltar a fortalecer a economia da região.

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