Das 268 cavernas já cadastradas no Paraná, 32% delas estão parcial ou totalmente destruídas e, em alguns municípios vizinhos a Curitiba, este percentual chega a 90%. Os dados são da ONG GEEP-Açungui (Grupo de Estudos Espeleológicos do Paraná) e foram repassados para a Mineropar, empresa do governo do Paraná.
O GEEP possui um cadastro paranaense de cavernas atualizado, graças ao projeto que criou, estruturou e implementou o Banco de Dados Georreferenciados das Cavidades Subterrâneas do Estado, com o objetivo de fomentar ações e planos governamentais e servir como fonte de referência para a realização de pesquisas relacionadas.
O coordenador do GEEP-Açungui, Luís Fernando Silva da Rocha, destaca que a participação da Mineropar foi fundamental para a implementação do plano. A empresa forneceu dados e levantamentos efetuados anteriormente e cedidos para o uso do convênio com a ONG GEEP-Açungui. O projeto terminou em setembro do ano passado e contou também a participação do Instituto Ambiental do Paraná (IAP).
Durante a execução do convênio, foram revisados integralmente os dados das 247 cavernas pré-existentes no cadastro e a ONG conseguiu cadastrar 268 cavernas no Estado.
“Foram realizadas 23 saídas de campo que possibilitaram a conferência de cerca de 160 cavidades, permitindo a solução da maioria dos problemas anteriormente existentes no cadastro e que atestaram a sua integridade e confiabilidade atuais”, afirma Rocha.
DESAFIOS – De acordo com Rocha, os desafios para a proteção e conservação das cavernas no Paraná estão relacionados com o conhecimento de toda a sociedade sobre a sua importância biológica, geológica, paleontológica, científica, ambiental, histórica e cultural, e com a definição de políticas públicas e instrumentais legais, já que as atividades humanas afetam diretamente este patrimônio público que, se destruído, jamais será recuperado.
Para ele, a conservação das cavernas é importante porque há várias delas com potencial para o Geoturismo, a exemplo das Grutas da Lancinha, do Bacaetava e de Campinhos, além de outras que aguardam as ações de gestão e manejo para o seu uso turístico de maneira sustentável. “A perda deste patrimônio representa a prejuízo para toda a sociedade paranaense”, conclui Rocha.