O Programa Paraná Alfabetizado, desenvolvido pela Secretaria da Educação pode ser uma das soluções para redução dos índices de analfabetismo na América Latina. O Programa - iniciado em 2004 e que tem como meta tornar o Estado território livre do analfabetismo até 2010 - foi apresentado no painel Educação e Superação do Analfabetismo, domingo (27), durante o Fórum Social do Mercosul.
A superação dos índices de analfabetismo no mundo e especialmente, nos países da América Latina, foi discutida por representantes do Paraná, do Brasil, Uruguai, Bolívia, Argentina, Equador e Venezuela.
“Debatemos nossos índices, assim como as metodologias aplicadas, para que se cumpra o pacto firmado entre os países latinos, de se tornarem territórios livres do analfabetismo até 2015”, disse Fátima Zenon Monteiro, presidente da confederação de Mulheres do Brasil, órgão parceiro do Programa Nacional de Alfabetização – Brasil Alfabetizado.
Conforme o coordenador do Paraná Alfabetizado, Wagner Roberto do Amaral, o Paraná tem a meta mais ousada dos demais participantes e até mesmo em relação à meta nacional de superação do analfabetismo que estabelece prazo até 2022. Segundo ele, o Estado quer se tornar território livre do analfabetismo até 2010. “O bom desempenho obtido pelo programa e o esforço que o Governo do Estado vem fazendo nesse sentido, nos permite acreditar que, somando esforços com os municípios e com toda a sociedade, nossa meta será alcançada e superada”, afirmou Wagner.
AMPLIAÇÃO – Para Wagner superar de fato o analfabetismo é dar continuidade ao trabalho de alfabetização, garantindo acesso desses já alfabetizados no Programa de Educação de Jovens e Adultos, que atende desde o ensino fundamental de 1ª a 8ª série, até o ensino médio. Ele diz que é necessário que as pessoas se entendam como alfabetizadas e não sofram retrocessos no aprendizado. “Não queremos só alfabetizar. Queremos formar leitores e escritores das palavras e do mundo, como dizia Paulo Freire”, afirmou.
A representante da Bolívia, Bertina Calderois Arias, disse que o método cubano “Sim eu Posso - Yo sí Puedo” tem trazido resultados surpreendentes em seu país. “Ainda temos muitos desafios a serem superados, porém constatamos que, com a metodologia cubana, os avanços têm sido evidentes”, destacou.
A representante da Argentina, Maria Inês Brassesco, comparou a metodologia de alfabetização paranaense, ao mesmo sistema aplicado em seu país. “Também gostamos do método Paulo Freire que consiste em considerar sempre os conhecimentos que a pessoa acumula ao longo da vida”. Sobre o índice de analfabetismo na Argentina, Maria Inês disse que, embora seja menor, comparado aos demais países latinos, a luta para manter o nível de escolarização no país é constante.
ÍNDICES- Conforme dados apresentados pelo Programa Paraná Alfabetizado, através de informações do Relato de Monitoramento Global, de 2006 e do Programa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), o total de pessoas não alfabetizadas, no mundo, somava 771 milhões, o que é equivalente à quinta parte da população mundial.
Desse total, dois terços são mulheres e 39 milhões vivem na América Latina e Caribe. Só no Paraná, o número de analfabetos era de 508 mil pessoas em 2006, quando o Brasil, ocupava a 73.ª posição no ranking dos países com maior índice de analfabetismo. “Felizmente, sabemos que esses números já foram alterados positivamente”, disse Wagner. Ele relata que desde 2004, ano da implantação do Paraná Alfabetizado, até 2007, já se inscreveram 216 mil pessoas. Ele disse ainda, que IBGE não somou aqueles que passaram pelo programa naquele ano. “Só em 2006 e 2007, cerca de 145 mil pessoas foram atendidas”, disse.
Para mais informações sobre o Paraná Alfabetizado, foi disponibilizado o telefone 0800-416200 e o site www.paranaalfabetizado.pr.gov.br.
Metas de alfabetização são discutidas no Fórum Social do Mercosul
Embora a meta nacional seja erradicar o analfabetismo até 2022, o Paraná pretende alcançar objetivo até 2010
Publicação
28/04/2008 - 15:15
28/04/2008 - 15:15
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