O Paraná registrou em 2009 um saldo de 69.084 novos empregos formais e fechou o ano com mais de 2,2 milhões de trabalhadores com carteira assinada. O resultado paranaense foi o melhor da Região Sul e a taxa de crescimento no Estado, de 3,23%, ficou acima da média nacional (3,11%) e de Estados como São Paulo (2,64%), Rio de Janeiro (2,80%) e Minas Gerais (2,65%). As informações são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgadas nesta quarta-feira (20) pelo Ministério do Trabalho e Emprego. Segundo os dados, já chega a 646.136 o total de pessoas que conquistaram um emprego com registro em carteira desde o início do governo de Roberto Requião, em 2003.
Especificamente em dezembro, o Paraná - como os demais Estados e o País - perdeu vagas (35.984). Ainda assim, a análise feita pelo Ministério considera o número bastante favorável, tendo em vista os efeitos da crise financeira internacional. Além disso, a nota técnica do Caged explica que “tradicionalmente, os dados evidenciam uma marcada sazonalidade negativa (entressafra agrícola, término do ciclo escolar,
esgotamento da bolha de consumo no final do ano, fatores climáticos) no último mês do ano, que permeia quase todos os subsetores de atividade econômica e Unidades da Federação”. No Brasil foram demitidas 415.152 pessoas no mês de dezembro.
De acordo com o secretário estadual do Trabalho, Emprego e Promoção Social em exercício, Fernando Peppes, o resultado paranaense é positivo e mostra que o Estado se recuperou bem da turbulência na economia mundial. “A queda registrada em dezembro é normal e está dentro dos patamares históricos. Observamos números bem próximos no último mês de 2006, quando foram eliminados quase 22 mil postos de trabalho; em igual mês de 2007 (-31.218 empregos); e em dezembro de 2008 (-49.822)”, enumera. “Em 2009, dezembro foi o único mês em que tivemos saldo negativo, ou seja, mais demissões que admissões. Até novembro tínhamos saldo positivo de 105.068 contratados”, informa.
Peppes destaca que o resultado do último ano é quase 20% ao de 2002, quando foram gerados cerca de 58 mil novos empregos formais. “Os críticos e pessimistas precisam comparar os números de 2009 com os apresentados no governo anterior, que em oito anos registrou pouco mais de 37 mil novos postos de trabalho. É claro que os dados de 2009 são menores que os recordes históricos alcançados em 2007 e 2008, cujos índices superaram os 122 mil e 110 mil empregos, respectivamente. Devemos considerar os impactos da crise na nossa economia a partir do primeiro semestre do ano passado”, ressaltou o secretário.
BRASIL - Em todo o País, foram contratados 995.110 trabalhadores em 2009. O Paraná aparece entre os cinco Estados líderes de geração de emprego, juntamente com São Paulo (277.573 vagas abertas); Minas Gerais (90.608); Rio de Janeiro (88.875) e Bahia, que registrou 71.170 admissões impulsionadas pelo turismo de final de ano.
Na comparação com os demais Estados da Região Sul, o Paraná liderou com folga. O Rio Grande do Sul abriu aproximadamente 64 mil vagas de trabalho e Santa Catarina disponibilizou cerca de 51 mil postos.
O resultado paranaense no ano foi quase o dobro do apresentado por todos os Estados da Região Norte juntos e quase supera o total da Região Centro Oeste. A soma dos empregos gerados em Rondônia, Acre, Amazonas, Roraima, Pará, Amapá e Tocantins (Norte) foi de 37.241 vagas. Em Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Goias e Distrito Federal (Centro Oeste), foram pouco mais de 70 mil contratações.
SETORES - As atividades econômicas ligadas ao setor de Serviços foram as que mais disponibilizaram vagas no Paraná, entre janeiro e dezembro de 2009. Ao todo, foram 27.377 postos de trabalho abertos. Destaque para as funções desempenhadas em Alojamento e Alimentação (9.327 empregos); Administração de imóveis (7.305); e Transporte e Comunicação (4.426).
A Industria de Transformação, mesmo com a crise, registrou saldo positivo de 12.829 admissões. As atividades relacionadas a Produção de Alimentos e Bebidas foram as que mais disponibilizaram vagas, 8.189 no total. Alta também na fabricação de produtos químicos e farmacêuticos (1.494 postos) e na Indústria Metal/Mecânica (2.525).
Na Construção Civil, mais 8.271 empregos foram gerados e com isso, o setor teve crescimento de 7,63% no estoque de mão-de-obra. Significa que, para cada 100 postos de trabalho já existentes, outros sete foram abertos no ano.
No comércio, foram 22.755 contratações nos 12 meses de 2009.
Em dezembro, devido ao período de entressafra, a Agricultura registrou 7.023 demissões. Com isso, o setor fechou o ano com saldo negativo de 4.381 empregos.
INTERIOR: As cidades do interior do Estado foram responsáveis por 60% de todas as contratações realizadas no Paraná em 2009, ou seja, 41.464 empregos. Os demais 27.620 postos de trabalho foram abertos nos 26 municípios que compõem a Região Metropolitana de Curitiba. A capital paranaense, sozinha, respondeu por 18.897 vagas.
TABELA COMPARATIVA
Geração de empregos no Paraná
ANO – TOTAL
1995 -25.327
1996 -32.805
1997 7.463
1998 -35.657
1999 -16.549
2000 28.143
2001 53.857
2002 58.857
Saldo do período: 37.882 empregos
2003 62.370
2004 122.648
2005 72.374
2006 86.396
2007 122.361
2008 110.903
2009 69.084
Saldo do período: 646.136 empregos
*Fonte: Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), Ministério do Trabalho e Emprego.