Medidas emergenciais vão escoar a safra de tangerina poncã do Vale do Ribeira

O período é de safra e os agricultores familiares da região podem ter prejuízos por causa de dificuldades na comercialização
Publicação
03/06/2009 - 16:57
Editoria
O Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) e a Conab vão discutir com a Secretaria da Agricultura e do Abastecimento uma ação emergencial para o escoamento de tangerinas poncã do Vale do Ribeira. O período é de safra e os agricultores familiares da região podem ter prejuízos por causa de dificuldades na comercialização. A partir deste ano, o Ministério da Agricultura proibiu a comercialização dos frutos com ramos e folhas para evitar a proliferação da doença mancha preta dos citros, uma doença encontrada nos citros do Vale do Ribeira. A medida sanitária visa evitar a contaminação da citricultura em outras regiões. O anúncio da intervenção foi feito pelo representante do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) no Paraná, Reni Denardi, durante na Mostra Tecnológica da Agricultura Familiar do Vale do Ribeira, nesta quarta-feira (3) na estação experimental do Instituto Agronômico do Paraná (Iapar), localizada no município de Cerro Azul. Segundo Denardi, essa discussão acontecerá na próxima segunda-feira na Secretaria. O secretário da Agricultura, Valter Bianchini, sugeriu que uma das soluções para essa intervenção pode ser a liberação de recursos do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) para compra de cerca de 200 mil caixas de tangerina poncã. As compras do Programa serão destinadas para a merenda escolar, hospitais e outras compras institucionais do governo, disse Bianchini. Essa iniciativa pode enxugar a produção e estabilizar a oferta, enquanto o produtor ainda está se adequando à normativa do Ministério da Agricultura, concordou o secretário municipal de Agricultura de Cerro Azul, João Carlos Hilman. Segundo ele, a produção desse ano deve atingir 5 milhões de caixas e houve resistências de compradores tradicionais, nos estados de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul, em comprar as frutas sem os talos e ramos. Ele acredita que a situação pode ser revertida daqui para frente com a entrada de compradores paulistas na região. Hilman disse que este ano é a primeira vez que o preço da tangerina poncã praticamente atingiu o fundo do poço. Tradicionalmente em período de safra uma caixa com a fruta é vendida pelo produtor em torno de R$ 5,00. E este ano está sendo vendida por R$ 3,00, disse. O secretário Bianchini reconheceu que a medida sanitária foi traumática para os agricultores do Vale do Ribeira, mas é uma norma federal e tem que ser cumprida. “A preocupação é evitar prejuízos ao produtor”, disse Segundo ele, o PAA representa uma medida emergencial, enquanto o governo do Paraná e o MDA vão trabalhar em conjunto na instalação de uma packing house para tratamento da fruta conforme as normas sanitárias exigidas.

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