“Maoz” explora as diversas formas de moradia e homenageia Alice Yamamura

Um estudo da arquitetura e do sentido dos abrigos mais remotos e simples transformou-se na exposição Maoz – palavra em hebraico que significa proteção na forma de abrigo, que abre nesta quinta-feira(23), às 18h30, na Casa João Turin
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21/10/2008 - 18:55
Editoria
Um estudo da arquitetura e do sentido dos abrigos mais remotos e simples transformou-se na exposição Maoz – palavra em hebraico que significa proteção na forma de abrigo, que abre nesta quinta-feira(23), às 18h30, na Casa João Turin, com entrada franca. A mostra apresenta três instalações em cerâmica assinadas pela artista plásticca Marly Willer e homenageia a premiada ceramista paranaense Alice Yamamura que faleceu em agosto. Nesta exposição, Marly buscou explorar com o barro as diversas formas de moradias, como as cavernas, iglus e nuraghes (construções características da ilha da Sardenha, na Itália, edificadas há pelo menos 4 mil anos). “A forma de abóbada desses abrigos sempre me chamou atenção, pois está ligada a necessidade do homem em busca da proteção e segurança”, diz a artista. Para o professor de história da arte e crítico de arte, Fernando Bini, as obras de Marly nos conduzem à reflexão das nossas necessidades primordiais de abrigo e de calor, da vida em comunidade, da preservação de nosso passado arqueológico bem como a procura da resposta a uma questão sempre presente: quem somos e para onde vamos”. Bini diz ainda que os abrigos ancestrais podem ser observados sob o olhar arqueológico, mas também como uma memória e imagem do passado e do presente. “Podemos pensar na casa como forma, mas também é refúgio familiar, abrigo de homens e mulheres, tribos que se reúnem em torno do fogo – elemento metafórico que aquece e mantém a vida”. Já a artista contrapõe a era tecnológica com a proteção. “Não há qualquer referência a isso na exposição, mas penso que o rápido desenvolvimento da tecnologia pode causar uma perda de abrigo”, afirma. A opção de Marly pelo uso da argila local encontrada nos arredores de Campo Largo e a utilização da queima única, sem alta temperatura nem esmaltação não foram escolhas em vão. Para Bini, o barro é um material natural e ancestral que tem a ver com a história do homem. “Mas a artista nos mostra que podemos usar esse material para falarmos de outras coisas. Trabalhando a cerâmica na forma clássica, ela retoma o valor artesanal e a necessidade de todo artista ‘pôr a mão na massa’”. Para Alice - A terceira instalação exposta em Maoz presta homenagem a artista plástica Alice Yamamura, falecida no último 29 de agosto. “Como ela também trabalhava com a cerâmica, resolvi utilizar a técnica clássica em forma de tigela, produzidas em vários tamanhos. Fazendo ainda referência ao trabalho dela, coloquei corações dentro de algumas peças, pois ela criava muitos corações em cerâmica”, relembra Marly. “Alice possuía a magia implícita na arte do barro e do fogo. Antes de nos abandonar, ela nos deu seu coração”, finaliza Bini. Serviço: MAOZ Exposição de três instalações em cerâmica da artista Marly Willer. Abertura nesta quinta-feira, 23, às 18h30, na Casa João Turin ( R. Mateus Leme, 38). A mostra permanece até 23 de novembro com entrada fraca. Horário de visitação: de segunda a sexta-feira das 9h às 18. Sábados e domingos, das 10h às 16h. Informações: (41) 3323-5715. Secretaria de Estado da Cultura Assessoria de imprensa (41) 3321 4844 imprensa@seec.pr.gov.br www.pr.gov.br/seec

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