Os paranaenses que trabalham nas indústrias de material de transporte; de papel, papelão, editorial e gráfica; de produtos farmacêuticos, veterinários e perfumaria; receberão parcelas extras do seguro-desemprego. O anúncio foi feito pelo secretário do Trabalho, Emprego e Promoção Social, Nelson Garcia, que está em Brasília nesta segunda-feira (30) e participou da reunião do Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador (Codefat). Os 3.327 trabalhadores destes setores, que teriam o direito de receber entre três e cinco parcelas do benefício, agora poderão receber em cinco a sete meses. A previsão é que o seguro estendido esteja disponível a partir de abril. A medida vale para quem foi demitido de dezembro em diante. De acordo com Garcia, a escolha das atividades beneficiadas se deu através de um levantamento estatístico feito pelo Ministério do Trabalho e Emprego, com base no Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). “Os setores beneficiados no Paraná são os mais afetados pela crise financeira. Aqueles em que houve maior perda de postos de trabalho”, explica. Segundo ele, as parcelas extras devem combater o endividamento dos trabalhadores demitidos e de suas famílias. “O objetivo é ajudar estas pessoas para que elas mantenham suas contas em dia e continuem fazendo compra no mercado da esquina, na padaria. Sem renda elas deixam de consumir, de honrar seus compromissos. Isto é extremamente prejudicial para a manutenção de um ciclo virtuoso de consumo e produção: quando o comércio vende, a indústria produz e ninguém demite”, disse Garcia. Em 16 estados do Brasil, 103.700 empregados de 42 subsetores da economia poderão ser beneficiados. O Ministério do Trabalho e Emprego prevê gastos de cerca de R$ 126 milhões com a medida. As parcelas extras do seguro-desemprego só poderão ser entregues aos trabalhadores dos setores autorizados pelo Codefat em cada Estado, dispensados a partir do último mês de 2008, sem justa causa. DIREITOS - O seguro-desemprego é um direito de todo o trabalhador formal, demitido sem justa causa; com o contrato de trabalho suspenso em virtude de participação em curso ou programa de qualificação oferecido pelo empregador; pescadores profissionais durante o período em que a pesca é proibida devido à procriação das espécies e trabalhadores resgatados da condição análoga à escravidão. Os valores do benefício são calculados com base nos três últimos salários do empregado e podem variar entre R$ 465,00 e R$ 870,00.