Maioria dos novos empregos gerados no Paraná é ocupada por jovens até 24 anos

Levantamento do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social revelam que dois terços desses empregos concentram em 16 ocupações
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30/04/2008 - 14:30
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Em 2007, o Paraná gerou 122,4 mil empregos formais, representando 7,6% de participação do total de empregos gerados no Brasil no mesmo ano. O resultado foi quase o dobro do verificado em 2003: 62,4 mil novos postos de trabalho. A maior parte, representando 76,4% destas vagas, foi ocupada por jovens de até 24 anos, a maioria com segundo grau completo. Cerca de dois terços destes empregos, concentraram-se em 16 ocupações. Estes são os dados de uma pesquisa realizada pelo Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social – Ipardes com base nos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Em 2007, o mercado de trabalho paranaense recuperou seu dinamismo, voltando a crescer praticamente no mesmo patamar de 2004, ano em que o Paraná atingiu o recorde na geração de emprego formal (122,6 mil). Do aumento de 122,4 mil postos de trabalho no ano passado, 46,3 mil, a maior parcela, foi gerada na indústria (37,8%), seguida dos 31 mil postos nos serviços (25,3%), dos 30,5 mil no comércio (24,9%), dos 8 mil na construção civil (6,55%) e dos 5,8 mil na agropecuária (4,7%). FAIXA ETÁRIA - Cerca de 93,4 mil (76,4%) das vagas estiveram concentradas nas idades mais jovens, de até 24 anos; 28,6 mil (23,4%) na faixa entre 25 e 39 anos; e 1,7 mil (1,3%) nas idades entre 40 e 64 anos. A evolução do mercado de mercado de trabalho paranaense em 2007 privilegiou a contratação de trabalhadores mais jovens em detrimento da participação dos mais idosos. Nas faixas etárias mais avançadas, acima de 65 anos, houve uma redução de 1,3 mil postos de trabalho. Ressalte-se que, destas pessoas, somente 164 deixaram o mercado por aposentadoria e 119 por morte, sendo que a maior parte (54%) deixou o mercado por demissão sem justa causa. ESCOLARIDADE - Segundo a escolaridade, 65,5 mil (53,5%) dos novos empregos gerados, eram de trabalhadores que possuíam o segundo grau completo, 15,8 mil (12,9%) o segundo grau incompleto e 13,8 mil (11,3%) a oitava série completa, ou seja, uma inserção de trabalhadores com maior escolaridade. Remuneração - O salário médio de admissão dos trabalhadores paranaense em 2007 foi de R$ 588,79. Associando-se esta remuneração aos 122,4 mil postos de trabalho gerados no período, estima-se que o crescimento da massa salarial (soma dos salários) na economia paranaense neste período foi de cerca de R$ 72 milhões. Somente as dezesseis principais ocupações no aumento do emprego foram responsáveis por aproximadamente 56% deste montante. Os admitidos com 65 anos ou mais foram contratados com salários, em média, 25,3% menores que aqueles que são desligados. Enquanto que os que possuíam até 24 anos foram admitidos com salários, em média, 3,3% menores dos desligados na mesma faixa etária. OCUPAÇÕES - Cerca de dois terços das oportunidades de trabalho em 2007 no Paraná se efetivaram em 16 das 585 atividades regulamentadas pela Classificação Brasileira de Ocupações: alimentadores de linhas de produção (15,7 mil), escriturários em geral, agentes, assistentes e auxiliares administrativos (10,0 mil), operadores do comércio em lojas e mercados (9,0 mil), trabalhadores nos serviços de manutenção e conservação de edifícios e logradouros (7,2 mil), ajudantes de obras civis (6,1 mil), trabalhadores agrícolas na cultura de gramíneas (5,1 mil), magarefes e afins (5,0 mil), trabalhadores de cargas e descarga de mercadorias (4,0 mil), trabalhadores de embalagens e de etiquetagem (3,8 mil), operadores de máquinas para costura de peças do vestuário (2,8 mil), mantenedores de edificações (2,4 mil), caixas e bilheteiros (exceto caixa de banco 2,2 mil), garçons, barmen, copeiros e sommeliers (2,0 mil), cozinheiros (1,9 mil), trabalhadores de estruturas de alvenaria (1,9 mil) e almoxarifes e armazenistas (1,8 mil). De modo geral, o desempenho positivo do emprego no Estado esteve concentrado, basicamente, em ocupações ligadas às atividades industriais, do comércio e serviços. Mesmo na indústria houve um crescimento expressivo de ocupações não-vinculadas diretamente às linhas de produção, tais como cozinheiros, mantenedores de edificações e operadores do comércio. Nas ocupações com maiores saldos, o segundo grau completo também é o grau de instrução com maior freqüência, embora em algumas ocupações a concentração nesse grau de ensino foi consideravelmente maior, a exemplo dos caixas e bilheteiros (exceto caixas de banco) e os almoxarifes e armazenistas, com uma concentração dos empregos gerados de 90,1% e 79,2% respectivamente. O Ipardes destaca ainda que, o ensino médio, com a maior disseminação do ensino público, tem se configurado em requisito básico e não em diferencial de qualificação dos trabalhadores. Ressalta também que, entre as ocupações com maiores saldos de emprego em relação ao total do Estado, os trabalhadores agrícolas na cultura da cana-de-açúcar apresentaram uma concentração maior de indivíduos com até a quarta série, somando 3,2 mil empregos e uma participação de 63,9%. Algumas das ocupações com os maiores saldos de emprego, em termos de remuneração, tiveram diferenciação. O salário médio de contratação, por exemplo, foi menor que o salário de desligamento entre os escriturários em geral, agentes, assistentes e auxiliares administrativos (43,8%), operadores do comércio em lojas e mercados (25,3%) e magarefes e afins (24,7%). Os ajudantes de obras civis e os trabalhadores de estruturas de alvenaria, receberam salários médios praticamente iguais (entre admitidos e desligados). Os trabalhadores agrícolas que atuam nas lavouras de cana-de-açúcar, onde sobressaem os trabalhadores vinculados à cultura e de seu processamento, e os ajudantes de obras civis com idade de até 24 anos foram contratados com salários médios maiores que os desligados na mesma faixa etária, em que pese em menores proporções (1,5% e 0,9%, respectivamente). CONCENTRAÇÃO - Dos 399 municípios paranaenses do Estado, 21 foram responsáveis por dois terços do aumento do emprego ocorrido em 2007, quais sejam: Curitiba (30,1 mil postos, 25,0%), Londrina (6,0 mil postos, 4,9%), Maringá (5,9 mil postos, 4,8%), São José dos Pinhais (5,9 mil postos, 4,8%), Cascavel (4,5 mil postos, 3,6%), Ponta Grossa (4,0 mil postos, 3,3%), Pinhais (3,3 mil postos, 2,7%), Colombo (2,9 mil postos, 2,4%), Arapongas (2,0 mil postos, 1,7%), Toledo (1,9 mil postos, 1,6%), Rolândia (1,8 mil postos, 1,5%), Araucária (1,5 mil postos, 1,2%), Bandeirantes (1,4 mil postos, 1,1%), Foz do Iguaçu (1,4 mil, 1,1%), Campo Mourão (1,3 mil postos, 1,1%), Cianorte (1,3 mil postos, 1,0%), Umuarama (1,2 mil postos, 1,0%), Pato Branco (1,2 mil postos, 1,0%), Francisco Beltrão (1,1 mil postos, 0,9%), Ibaiti (1,1 mil postos, 0,9%) e Paranaguá (1,1 mil postos, 0,9%). Considerando-se somente os municípios de destaque em termos de geração de emprego, a Região Metropolitana de Curitiba – RMC foi responsável por aproximadamente um terço do crescimento do emprego estadual em 2007. Mais dados encontram-se na página eletrônica do Ipardes, endereço www.ipardes.gov.br. No anexo, a tabela das principais ocupações por setor de atividade e mapa:

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