Maior encontro ambiental da América Latina é encerrado em Foz do Iguaçu

Durante três dias de evento, aproximadamente 4,3 mil pessoas participaram de mais de 60 palestras e 12 oficinas temáticas, que trataram de temas como aquicultura, agroecologia, educação ambiental, energias renováveis e comunicação socioambiental
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20/11/2009 - 17:50
Editoria
Meio Ambiente
O secretário do Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Rasca Rodrigues, o presidente da Binacional Itaipu, Jorge Samek, e o presidente do Congresso de Meio Ambiente da Espanha (Fundação Conama), Gonzalo Echague Mendez de Vigo, participaram nesta sexta-feira (21) da solenidade de encerramento do 6º Encontro Cultivando Água Boa (CAB), em Foz do Iguaçu. Um dos resultados positivos do evento foi a assinatura de um convênio de cooperação entre a Itaipu Binacional, Secretaria do Meio Ambiente e Recursos Hídricos e o Conama da Espanha, com a intenção de promover intercâmbio entre os países ibero-americanos e trocar experiências na área do desenvolvimento sustentável. As três instituições foram responsáveis pela realização do7º Encontro Ibero-Americano de Desenvolvimento Sustentável (Eima7). Paralelamente, também foi realizado o 1º Encontro de Organismos de Bacia da América Latina e Caribe e o Encontro do Centro de Saberes e Cuidados Socioambientais da Bacia do Prata. Segundo o secretário Rasca Rodrigues, organizador do encontro, o mundo está muito lento na busca de soluções para as questões socioambientais. “E o Brasil tem despontado pela sua matriz energética criativa e patrimônio ambiental”, disse. Durante três dias de evento, aproximadamente 4,3 mil pessoas participaram de mais de 60 palestras e 12 oficinas temáticas, que trataram de temas como aquicultura, agroecologia, educação ambiental, energias renováveis e comunicação socioambiental. “Foram três dias de integração e alto nível de debates. Este encontro pode ser classificado com um movimento que está modificando consciências”, avaliou o diretor-geral da Itaipu, Jorge Samek. Já o diretor de Meio Ambiente da Itaipu, Nelton Friedrich, destacou a qualidade dos envolvidos. “Participaram e discutiram as relações entre as pessoas e a natureza. Isso como protagonistas e não como atores e tendo consciência da emergência que o meio ambiente necessita”, enfatizou. DESTAQUE – Dezenas de discussões fizeram parte da programação de um dos maiores eventos ambientais da América Latina. Entre os temas de destaque no Eima, por exemplo, assuntos como o papel das empresas e um novo marco para economia verde; ecologia, capital e cultura: a territorialização da racionalidade ambiental, estratégias de sustentabilidade, debate de atualidade e cooperação em desenvolvimento. O evento foi positivo, realmente muito bom. As palestras foram muito importantes e a vontade de construir um trabalho coletivo dos participantes era notável. A conscientização sobre a importância do cuidado com recursos hídricos deve ser pensada e a comunidade está abraçando a causa, salienta o coordenador de Recursos Hídricos da secretaria do Meio Ambiente, José Luiz Scrocaro. Já o I Encontro de Organismos de Bacias Hidrográficas da América Latina e Caribe priorizou discussões como desafios e oportunidades para construção de agenda de cooperação e intercâmbio para os organismos da bacia hidrográfica; funcionamento, planejamento e sustentabilidade das redes de organismos de bacias e desenvolvimento de capacidade em gestão dos recursos hídricos. Para o presidente do Instituto Paranaense de Águas/Suderhsa, João Lech Samek, o encontro aconteceu dentro das expectativas, pois todos os países que estavam na agenda compareceram. “O mais importante foi discutir a gestão das águas, caracterizando todo processo de bacias e gestão, de uma forma integrada e participativa”. Um dos pontos altos do Eima foi a discussão sobre a crise econômica e a crise ambiental. O palestrante e representante do Panamá, Guilherme Castro, disse que a discussão é fundamental para chegarmos a possíveis soluções ambientais. “Discutir a relação da crise econômica com a ambiental é muito importante e essencial na construção de paradigmas para possíveis soluções ambientais. A proposta não é ter essas respostas imediatas em relação à crise e sim avançar na construção de como solucioná-la”. Para o representante da Agência Nacional de Águas (ANA), Antonio Félix Domingues, o consumismo exagerado contribui negativamente para ambas as crises. “Na verdade a crise tem várias partes e o mundo considerada a crise só no aspecto econômico. A crise tem vários outros aspectos que devem ser levados em consideração. Por exemplo, temos uma crise que reduz a venda de automóveis e o Governo quer voltar a vender. Mas na verdade o que precisamos não é de mais carros mas sim de qualidade de vida, transporte coletivo e métodos de deslocamento que não impactem tanto o planeta”, ressalta. FIB - De sexta (20) a segunda-feira (23) haverá, ainda, a 5ª Conferência Internacional sobre Felicidade Interna Bruta e que debaterá os indicadores para a avaliação da felicidade dos povos. O método, criado em 1972 pelo rei do Butão, Jigme Singye Wangchuck, avalia áreas como educação de qualidade, boa saúde, vitalidade comunitária, proteção ambiental, bom gerenciamento do tempo, boa governança, acesso à cultura e ao bem-estar psicológico. Desde 2004, a Itaipu promove anualmente encontros do Programa Cultivando Água Boa (CAB) – principal programa socioambiental da empresa. Entre os resultados estão: 534 quilômetros de cercas instaladas para recomposição da mata ciliar em pequenos rios; 234 quilômetros de estradas readequadas; mil famílias fazendo agricultura orgânica – sendo que inicialmente eram apenas 187 famílias e 19 agroindústrias envolvidas em mais de dez projetos de sustentabilidade.

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