Mães pertencentes a famílias de baixa renda e residentes em bairros populares de Maringá fizeram questão de comparecer nesta sexta-feira (15) ao Parque de Exposições “Francisco Feio Ribeiro”, onde acontece a 37.º Expoingá, para agradecerem pessoalmente ao Governo do Paraná pelo programa Leite das Crianças. Valdirene Quirino, 38 anos, zeladora, está desempregada. No bairro onde mora (Vila Nova, em Maringá) não existe creche. “Se não fosse o programa Leite das Crianças, não tenho vergonha em dizer que talvez meu bebê Bruno Henrique da Silva estivesse passando necessidades. Mas veja como ele está saudável e bonito. O que a gente economiza não precisando comprar o leite faz uma diferença enorme no final do mês. Será que não daria para fazer com que as crianças recebessem o leite até quatro anos e não só até três anos de idade? Que Deus abençoe quem criou este programa e que ele jamais deixe de existir para nós, pobres”, afirma. (O pequeno e saudável Bruno está com dois anos de idade). Márcia Aparecida Veronese, 38 anos, mãe de Luiz Fernando Veronese, 1 ano e dois meses de idade, é beneficiada pelo Leite das Crianças desde quando o filho tinha seis meses de idade. Ela é mãe de quatro filhos e o marido (porteiro) está desempregado. “Os outros meus filhos também receberam o Leite das Crianças e dá gosto ver como eles têm bastante saúde”, comenta. Emanuela dos Santos está com um ano de idade e desde os seis meses é contemplada com um litro de leite por dia pelo programa do Governo do Paraná que mobiliza cinco secretarias estaduais, produtores, laticínios e demais segmentos da cadeia produtiva leiteira. A mãe Célia Aparecida dos Santos diz que o marido Cleverson dos Santos, mecânico, tem um salário muito baixo. “Mas eu fico tranquila porque, com ou sem dinheiro em casa, a Emanuela está muito bem alimentada. Graças a Deus, a gente não está sozinha”, diz com os olhos brilhando ao ver seu bebê esbanjando saúde e beleza. COMPROMISSOS HONRADOS - Segundo o vice-governador Orlando Pessuti, um dos idealizadores do programa Leite das Crianças em 2002/2003, quando era Secretário da Agricultura e do Abastecimento no primeiro mandato do governador Roberto Requião, a iniciativa é mais um compromisso de campanha honrado e que se transformou em programa governamental e prioridade da atual administração estadual. O balanço é positivo em vários aspectos. Quando o programa foi iniciado há seis anos, de cada 100 amostras de leite examinadas em laboratório oficial, 47 indicavam baixa qualidade do produto por vários problemas. Na atualidade, diante do rigor sanitário e através de programas de melhorias, o índice de amostras de leite de baixa qualidade caiu para 4%. “O Leite das Crianças, além de reduzir a desnutrição infantil, melhorar a qualidade de vida e o aprendizado escolar, também vem beneficiando os consumidores paranaenses em geral. Isto porque os produtores, laticínios e associações vendem uma parte da produção para o programa estadual e a outra parte vai para o mercado convencional”, argumenta Pessuti. Nos últimos seis anos, mais de um milhão de crianças (incluindo aquelas que já completaram três anos de idade e deixaram de receber o alimento) foram contempladas pelo programa que está presente nos 399 municípios paranaenses através de 2.300 pontos de distribuição. (Por recomendação médica e caso a família seja muito pobre, a criança pode receber o leite até os cinco anos de idade). CONTINUIDADE ASSEGURADA - Em eis anos, o Governo do Paraná investiu R$ 260 milhões na compra de 270 milhões de litros. “O preço pago pelo governo é satisfatório porque considera o valor médio no Estado”, argumenta Hans Jan Groenwold, presidente da Associação Paranaense de Criadores de Bovinos da Raça Holandesa. O dirigente rural assinala que, por ter canal assegurado e justo para comercialização, o produtor investe mais na atividade para aumento na produtividade e melhoria qualitativa do produto. O médico-veterinário e criador tradicional da raça holandeza na região de Maringá, Ari Cândido, afirma: “O Leite das Crianças é o mais inteligente e o mais bem “bolado” programa do governo Roberto Requião”. O empreendimento, que mobiliza cinco secretarias estaduais (Agricultura e Abastecimento, Planejamento, Saúde, Trabalho, Emprego e Promoção Social e Educação), envolve diretamente 13 mil produtores e 66 usinas de beneficiamento. “O Leite das Crianças é um programa revolucionário porque provoca mudanças profundas na sociedade paranaense não somente pela melhoria na qualidade de vida de crianças de baixa renda como também pelo poder de mobilização social”, assinala Ênio Verri, secretário do Planejamento do Paraná. Para Valter Bianchini, secretário da Agricultura e do Abastecimento do Paraná, além de gerar empregos e renda no meio rural, o programa impede que as crianças de baixa renda consumam leite em pó importado. “É leite pasteurizado, enriquecido e produzido pelos próprios paranaenses”, observa. Em consequência, o segmento leiteiro sente-se estimulado e consegue o indispensável equilíbrio econômico-financeiro. É por isso que a presidente da Sociedade Rural de Maringá, Maria Iraclézia de Araújo, assegura que sente satisfação em ter sua entidade como parceira do programa. Para Osmar Buzinhani, coordenador estadual do programa, o leite repassado às famílias de baixa renda, em muitos casos, é a principal fonte de nutrientes da alimentação diária de milhares de crianças. Às vezes, a mãe não consegue produzir o leite suficiente ao seu bebê. Em outras situações, falta dinheiro mesmo, ainda mais neste momento de crise financeira que corta milhares de empregos e afeta os trabalhadores sem - ou de baixa – qualificação profissional. Pela sua importância estratégica, social e econômica, o programa Leite das Crianças deverá ser amparado por decreto estadual. Assim, a sua continuidade ficará assegurada em qualquer circunstância e independentemente de quem esteja no poder.