MON abre exposição de Vieira da Silva e de Alfredo Andersen

Além de fotos da artista, serão exposta pinturas, desenhos e gravuras dela e do marido, o pintor húngaro Arpad Szenes
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18/10/2010 - 15:40
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O Museu Oscar Niemeyer abre nesta quinta-feira (21), às 19h, a exposição internacional Percurso Fotobiográfico Maria Helena Vieira da Silva, procedente da Fundação Arpad Szenes – Vieira da Silva, de Portugal. No sábado (23), às 11h, na Série Artistas Paranaenses, será aberta a exposição Alfredo Andersen da Noruega para o Brasil – A trajetória do pai da pintura paranaense.
A exposição da artista plástica Vieira da Silva (1908-1992) exibe um conjunto de documentação inédita ou pouco conhecida. São imagens de fotógrafos profissionais, amigos e familiares, além de testemunhos da própria artista e de quem conviveu com ela. Embora não gostasse de ser fotografada, o percurso fotobiográfico foi enriquecido com pinturas, desenhos e gravuras dela e do marido, o pintor húngaro Arpad Szenes.
De grande importância para a história da arte, a portuguesa Vieira da Silva também integra a história da arte brasileira. Ela e o marido, que era judeu, permanecerem no Brasil entre 1940 e 1947, durante o período de exílio, devido à guerra na Europa.
Ao lado de Arpad, apesar de formarem um casal discreto, sempre foi cercada por amigos, artistas e intelectuais da época. No Brasil, destacam-se Carlos Drummond de Andrade, Carlos Scliar, Maria Saudade Cortesão, Ruben Navarra, Athos Bulcão e Martim Gonçalves. Daí a justificativa da Fundação, que leva o nome do casal, propor uma mostra mais intimista, a partir de fotos e documentos.
Pelo mundo, Vieira da Silva teve a oportunidade de conviver com as obras de Rembrandt, Chardin, Modigliani e Picasso. Em Paris, ela frequentava regularmente o Louvre. Todos esses lugares, as experiências e as pessoas compõem a extraordinária obra da artista, que até hoje desperta fascínio e admiração.
ANDERSEN - A exposição Alfredo Andersen da Noruega para o Brasil – A trajetória do pai da pintura paranaense é composta por obras, fotos e documentos. Os trabalhos são provenientes do próprio Museu Alfredo Andersen, do MON e de colecionadores particulares. A mostra integra o projeto Artistas Paranaenses, que tem como objetivo valorizar e difundir a arte produzida no Estado. Esta apresentação marca não somente a passagem dos 150 anos de nascimento do artista como também a importância do norueguês para o desenvolvimento da pintura paranaense.
Toda a formação artística de Alfredo Andersen (Christianssand, 1860 –Curitiba, 1935) se deu na Europa e em ateliês particulares da Noruega e da Dinamarca. Entre as décadas de 1880 e 1890, atuou como artista profissional, professor, cenógrafo e jornalista. Filho de um capitão da marinha mercante, desembarcou em Paranaguá, em 1892, após longo período de viagens pela Europa e América. Cerca de dez anos depois se fixou em Curitiba, participou de mostras individuais, coletivas e retomou o trabalho de professor de desenho e pintura. Pela intensa e efetiva atuação foi registrado na história como o “Pai da Pintura Paranaense”.
Apesar de manter constância na imitação do natural, basicamente sua produção pode ser dividida em três períodos: norueguês (1873-1892), litorâneo (1892-1902) e curitibano (1902-1935). As diversas fases criativas são marcadas por temáticas variadas e tratamentos pictóricos distintos. As obras em exibição retratam essa trajetória artística de Andersen, desde a viagem da Noruega ao Brasil, passando por Cabedelo (PB) e Paranaguá (PR), até o pleno amadurecimento de sua pintura em Curitiba.