MEC destaca política educacional do PR e propõe mudanças na formação do professor

O Paraná é uma referência para o Brasil na gestão, em ações inovadoras e no enfrentamento das questões curriculares, segundo a secretária nacional da Educação Básica, Maria do Pilar Lacerda de Almeida Silva
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14/04/2010 - 12:10
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As políticas educacionais adotadas no Paraná foram destacadas pela secretária nacional da Educação Básica do Ministério da Educação (MEC), Maria do Pilar Lacerda de Almeida Silva. Ela participou, na noite desta terça-feira (13), do V Simpósio de Formação de Docentes – Normal em Nível Médio, que está sendo realizado em Foz do Iguaçu.
“O Paraná é uma referência de ousadia para o Brasil de seriedade na gestão, de ações inovadoras – como o livro didático público e as TVs multimídia – e no enfrentamento das questões curriculares. Ao mesmo tempo que oferece sua experiência aos demais estados, o Paraná trabalha em sintonia com as políticas federais, com desempenho excelente e alcançando resultados”, revelou.
A professora Maria do Pilar ressaltou que é preciso seguir repensando a formação dos professores para a escola contemporânea. Os avanços e desafios constantes que a sociedade apresenta, com novos modelos de família, os projetos de inclusão, precisam estar espelhados no currículo da formação dos professores, defendeu. Citou neste sentido, os modelos implantados nos estados do Rio de Janeiro e Paraná.
A secretária lembrou que o Brasil é um país em que desigualdades de todo tipo fazem parte do cotidiano e se refletem inclusive na forma como as relações familiares são interpretadas, de acordo com o nível socioeconômico das pessoas em questão.
Segundo Maria do Pilar, culpar o aluno, o professor ou a família pelo baixo desempenho escolar é uma visão perversa, que contribui apenas para reduzir o debate sobre a responsabilidade e a qualidade da educação ofertada. “É preciso considerar que as condições de aprendizagem são diferentes para os que são vitimados pela injustiça social e a iniquidade”, destacou.
Ela lembrou que a educação no Brasil foi historicamente elitista e excludente e que as diferenças devem ser consideradas e enfrentadas de forma a contemplar todos os públicos. Culpar a família pelo baixo desempenho do estudante – como é comum acontecer – foi classificado como uma “posição perversa” por Maria do Pilar.
A professora defendeu que essas diferenças devem ser levadas em conta inclusive na forma da avaliação escolar do aluno. “Como podemos cobrar que os pais da classe trabalhadora acompanhem as tarefas escolares de seus filhos se grande parte deles nunca frequentou a escola e, muitas vezes, não sabe sequer ler?”, questionou.
Atitude - Maria do Pilar destacou a necessidade imediata da criação de um novo projeto pedagógico para a formação do professor, capaz de enfrentar as dificuldades cotidianas da escola. Segundo ela, o professor tem a imensa responsabilidade não apenas na transmissão do conhecimento, mas também no acompanhamento individual de cada estudante. “O professor deve atuar de maneira abrangente, buscando dar encaminhamento às questões que interferem no desempenho do estudante”, ressaltou.
Ela deu o exemplo de uma escola em Belo Horizonte em que as crianças sofriam seguidas infecções por serem forçadas a atravessar um córrego poluído. Os médicos do posto de saúde local informaram que o problema persistiria, apesar dos cuidados oferecidos já que o trajeto para a escola impunha a travessia do rio. A mobilização da comunidade resultou na construção de uma ponte, ajudando a solucionar assim um problema de saúde recorrente no público escolar.
Investimentos – A secretária nacional da Educação Básica do MEC destacou que o orçamento destinado à educação brasileira triplicou desde 2003, quando era de R$ 12 bilhões, e em 2010 chegou a R$ 59 bilhões. “Isso deixa claro que a situação era muito ruim e nos chama a atenção para como a educação era tratada nos governos que nos antecederam”, ponderou.
Segundo ela, os investimentos vêm sendo feitos em uma política educacional inclusiva, que está ampliando o acesso do estudante ao ensino público e visa a inclusão e permanência por mais tempo na escola. “Ampliamos o tempo de permanência na escola que tem que ser integralmente universalizado até 2016, contemplando estudantes de 4 a 17 anos”, lembrou.

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