Lula: princípios de Zilda Arns devem servir de exemplo ao povo brasileiro

Presidente pede que cada brasileiro adote os ideais de solidariedade e compaixão que nortearam a vida da fundadora da Pastoral da Criança
Publicação
15/01/2010 - 23:30
Editoria
O presidente Luis Inácio Lula da Silva pediu nesta sexta-feira (15) que cada brasileiro adote os ideais de solidariedade e compaixão que nortearam a vida de Zilda Arns. “O mais importante é que todos lembrem das idéias que doutora Zilda pregou neste País durante tanto tempo. Espero que, a partir do seu exemplo, todos nós sejamos mais humanistas, olhemos com um pouco mais de carinho para o nosso próximo”, disse Lula, em pronunciamento à imprensa na saída do velório de Zilda, no Palácio das Araucárias, em Curitiba. “Foi uma perda muito grande para o Brasil e para o mundo. (Zilda era) uma pessoa que dedicou sua vida a cuidar dos mais necessitados, a pregar a solidariedade. Ela morreu fazendo uma das coisas mais sagradas de sua trajetória, visitar as pessoas mais pobres”, lembrou Lula. O presidente também lamentou a morte dos 14 militares brasileiros e das outras vítimas do terremoto no Haiti. Leia a íntegra do pronunciamento. “Esse momento não é fácil. Não é fácil pelo que aconteceu ao Haiti, pelo que aconteceu e ainda está acontecendo ao povo. Tem muita gente soterrada, ainda, não sabemos se vivos ou não. O momento não é fácil pela quantidade de gente que já sabemos que morreu, fora àqueles de que ainda não temos notícia. É dífícil pelos 14 soldados brasileiros que morreram, pelos quatro que ainda estão desaparecidos e podem estar mortos também. Toda essa gente está simbolizada na nossa querida Zilda Arns. “Quem viveu no Brasil nessas últimas duas décadas e meia, que lutou pela democracia, pela conquista dos direitos humanos, pela melhoria da qualidade de vida das pessoas, das crianças e pelos idosos, se fechar os olhos e pensar em uma pessoa, pensaria na doutora Zilda Arns. “Foi uma perda muito grande para o Brasil e para o mundo, de uma pessoa que dedicou sua vida a cuidar dos mais necessitados, para pregar a solidariedade, e que agora nos deixou. Morreu fazendo uma das coisas mais sagradas de sua trajetória, visitar as pessoas mais pobres, não só no Brasil, mas em vários países do mundo. “Eu disse à família que todo mundo vai chorar, agora, mas o mais importante é que todos lembrem das idéias que a doutora Zilda pregou neste País durante tanto tempo. Espero que elas estejam encarnadas na mente, nos corações e na alma de cada brasileiro. Espero que a partir do seu exemplo todos nós sejamos mais humanistas, e olhemos com um pouco mais de carinho para o nosso próximo. Às vezes, com um pequeno gesto a gente pode ajudar muito. “Por isso, eu não poderia deixar de vir para prestar minha solidariedade à família, sabendo que a doutora Zilda está lá em cima olhando e sabendo que valeu a pena. Se perguntássemos para ela se faria tudo novamente, ela diria que sim, e inclusive que voltaria ao Haiti. Porque ela era assim, e Deus queira que surjam outras pessoas como ela.”