Lucro recorde e luta da Copel são lembrados na Assembléia Legislativa

Líder do PMDB, Waldyr Pugliesi, lembrou que foi necessária a manifestação de mais de 400 entidades e de 77% dos paranaenses para que a estatal não fosse vendida
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19/04/2007 - 15:40
Editoria
O deputado estadual Waldyr Pugliesi, líder do PMDB na Assembléia Legislativa, destacou nesta quinta-feira (18) o relatório da administração e as demonstrações contábeis de 2006, divulgado pela Copel (Companhia Paranaense de Energia Elétrica). O balanço, na avaliação de Pugliesi, consagra a luta popular que impediu a venda da empresa. “Foi necessária a manifestação de mais de 400 entidades e de 77% dos paranaenses, segundo pesquisa de opinião, para impedir o que queria o ex-governador Jaime Lerner”, recordou. De acordo com o balanço, a Copel registrou, de janeiro a dezembro do ano passado, lucro líquido de R$ 1,243 bilhão, o maior de sua história. O desempenho é quase 60% superior ao lucro líquido de 2005 (R$ 502,4 milhões). “Quando iniciou o governo Roberto Requião, em 1.º de janeiro de 2003, a Copel estava em frangalhos e amargando prejuízo. A conservação da empresa sob gestão pública representa benefícios à população”, disse Pugliesi. A avaliação pode ser confirmada nos números Luz Fraterna, programa que em 2006 isentou o pagamento da conta de luz de cerca de 280 mil domicílios no Estado. No período, houve acréscimo superior a 22% no total de famílias atendidas, no comparativo com 2005. A iniciativa garante energia elétrica gratuita às famílias cadastradas que tenham consumo máximo de 100 KWh/mês. Atualmente a Copel conta com um parque gerador formado por 18 usinas (17 hidrelétricas e uma termelétrica), com capacidade instalada de 4.549,6 MW. A estatal tem uma rede de transmissão formada por 165 quilômetros de extensão e integra o Sistema Interligado Nacional (SIN) no sul do país, com 129 subestações. A distribuição de energia elétrica atinge 1.111 localidades pertencentes a 392 dos 399 municípios do Paraná, superando a casa de 3,3 milhões de consumidores. Contexto – O líder do PMDB recordou ainda um artigo seu, escrito a pedido do jornal Folha de Londrina e publicado em 14 de agosto de 2001, no mesmo dia em que a Assembléia derrubou o projeto que autorizava a venda da Copel. Na época, Pugliesi era o líder da oposição e fez contraponto à opinião do líder do Governo na ocasião, Durval Amaral, que defendeu o projeto de Lerner. Com o título “O povo não pode ser esbofeteado”, Pugliesi destacou em seu artigo que milhões não poderiam ser derrotados pelos poucos que queriam entregar a estatal para a iniciativa privada. “Não devemos vender a Copel. É competente. É competitiva. É altamente lucrativa. É estratégica. A sua própria existência, o seu caminhar de quase 50 anos, mostra a sua competência”, alertava. Pugliesi destacou o centro de formação de mão-de-obra especializada, de técnicos e engenheiros altamente qualificados, formado dentro da Copel. “Afirmam os vendilhões, perdão, aqueles que querem vendê-la, que não é competitiva. Mas como? Gera energia barata, a mais barata do mundo, limpa, não poluente, e renovável”. “Quem não gostaria de ter em suas mãos a Copel com seus compromissos praticamente amortizados, suas usinas produzindo energia barata e alcançando significativa rentabilidade?”, indagou. Pugliesi alertou, em 2001, para os sinais de iminente derrota nas urnas dos representantes do neoliberalismo, sistema “criador de fome, miséria e desemprego. O desmonte do patrimônio público será contido”, antecipou. A previsão se concretizou com as vitórias de Requião e Lula. Esforço – “São nove milhões de pessoas de um mesmo lado, querendo a mesma coisa. É acachapante. É preciso ter sensibilidade de pedra para esbofetear dessa maneira, como está fazendo o governo Lerner, à vontade do povo”. Pugliesi destacou ainda o talento e o esforço dos trabalhadores que construíram a Copel, diante a ameaça de ver a empresa “doada” a empresários estrangeiros. A venda da estatal, na opinião do deputado, seria uma simples operação financeira para cobrir rombos de caixa do governo Lerner. “Gastou mal os recursos públicos como todos sabem e agora, a não ser vendendo a Copel, não tem com atender os indecentes pleitos fisiológicos para tentar chegar ao segundo turno das eleições de 2002. Vender é um péssimo negócio. Em todos os aspectos. Moral e eticamente é um desrespeito aos paranaenses”, concluiu. A íntegra do artigo publicado em 2001 está no site www.waldyrpugliesi.com.br.