A Copel registrou, no terceiro trimestre deste ano, lucro líquido de R$ 270 milhões, resultado 40% melhor que o apurado em idêntico período do ano anterior, de R$ 192 milhões. Esse resultado já incorpora o provisionamento de R$ 170 milhões, referente a uma discussão judicial em torno do não recolhimento de Cofins sobre a venda de energia no período de junho de 1999 a junho de 2001. O efeito líquido desse provisionamento sobre o resultado foi redução – não recorrente – de R$ 112,5 milhões.
O lucro líquido acumulado em 2007 chegou a R$ 794,4 milhões, inferior em 15% aos R$ 932,5 milhões totalizados até 30 de setembro do ano passado que, no entanto, guardam influência da reversão de outro provisionamento, de R$ 421,3 milhões, destinado ao pagamento das faturas de fornecimento de gás natural para a Usina de Araucária, objeto de um acordo firmado com a Petrobras.
SEM SURPRESA – Os números, divulgados nesta terça-feira (13), ficaram dentro das previsões da direção da Companhia e refletem, basicamente, o bom desempenho do mercado consumidor de energia elétrica no Paraná – cuja variação chegou a 6% – aliado ao esforço de gestão de reduzir custos e maximizar os resultados. “O desempenho da Copel no terceiro trimestre dá prosseguimento à seqüência de bons resultados iniciada em janeiro de 2003, quando o governador Roberto Requião determinou que fossem tomadas medidas que, a um só tempo, salvaram a empresa e abriram-lhe horizontes de crescimento e lucratividade – mesmo cobrando a menor tarifa de eletricidade do Brasil entre as grandes empresas”, diz o seu presidente, Rubens Ghilardi.
Com efeito, as ações da Copel registraram, neste ano, significativa valorização nos três centros financeiros onde são negociadas: entre janeiro e setembro, na Bovespa as ações ordinárias acumulam alta de 37,2% e as preferenciais, de 17,2%; em Nova York as ADRs variaram 36,9% e no Latibex, da Bolsa de Madri, as ações preferenciais subiram 26,6%. Nos nove primeiros meses de 2007, a rentabilidade calculada sobre o patrimônio líquido da Copel chegou a 12,7%.
PALMAS – Junto com o resultado do período, a Copel anunciou a aquisição da totalidade das ações da Wobben WindPower nas Centrais Eólicas do Paraná, empresa proprietária da Usina Eólica de Palmas. A operação, concluída em setembro, resultou na transferência para a Copel de 70% das ações da Wobben no empreendimento por R$ 2,1 milhões – o mesmo valor subscrito no Contrato Social.
A Usina de Palmas, localizada no Sul do Estado, opera um grupo de cinco aerogeradores e totaliza potência instalada de 2,5 megawatts, o suficiente para o atendimento de 4 mil residências de padrão médio. Desde que entrou em operação, no início de 1999, a Usina de Palmas fornece eletricidade exclusivamente à Copel.
ENDIVIDAMENTO – Ao comentar os resultados da Copel apurados até 30 de setembro, o presidente Ghilardi destacou a capacidade de geração de caixa da estatal, medida pelo índice conhecido como Lajida (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) e que superou a R$ 1,5 bilhão no período. “Além desse indicador, que mostra o tanto de riqueza que uma empresa é capaz de gerar com seu trabalho, outro número importante é o endividamento extremamente baixo da Copel, de R$ 1,9 bilhão ou o equivalente a 23,8% do patrimônio líquido”, observa o executivo. “Isso é praticamente metade do endividamento que a Copel tinha ao final de 2002, quando ela estava praticamente quebrada, amarrada a contratos lesivos, sem nenhuma função social e com um sistema elétrico deteriorado”.
O balanço divulgado pela Copel também revela que a empresa, considerando apenas as suas subsidiárias integrais, realizou até setembro investimentos de R$ 353,1 milhões, sendo R$ 262,2 milhões na expansão, modernização e melhorias no sistema de distribuição de energia elétrica. Para a transmissão foram destinados R$ 56,7 milhões, em telecomunicações R$ 21 milhões, na área de geração R$ 7,9 milhões e o restante em empreendimentos onde a Copel detém participação.