Líder do Governo convoca sociedade para reduzir pedágio

“Devemos mobilizar os políticos na Assembléia Legislativa e criar de fato um ambiente para que essa discussão venha para o Judiciário do Paraná”, defende Luiz Claudio Romanelli
Publicação
11/10/2007 - 17:44
Editoria
O líder do Governo, Luiz Claudio Romanelli (PMDB), convocou a sociedade, políticos, autoridades e juízes a se mobilizar pela redução das tarifas cobradas nas 27 praças de pedágio das rodovias federais exploradas por seis concessionárias no Paraná. “É hora de fazermos uma mobilização da sociedade paranaense e do Judiciário paranaense. Devemos mobilizar os políticos na Assembléia Legislativa e criar de fato um ambiente para que essa discussão venha para o Judiciário do Paraná”, disse Romanelli em entrevista nesta quinta-feira (11) às tevês Paraná e Bandeirantes. “O importante agora é aproveitar essa oportunidade e fazer com que as ações judiciais, que questionam o valor das tarifas, possam ser julgadas. Ou seja, os juízes certamente vão observar o resultado desse leilão. Eu não tenho dúvida de que os argumentos mentirosos, falaciosos utilizados pelas concessionárias estão caindo por terra”, destacou Romanelli aos repórteres Rafaela Moron (Paraná Educativa) e Rafael Farias (Bandeirantes). Romanelli reafirmou que o Paraná já sabia que os preços dos pedágios são superfaturados. “Um governo que recuperou cinco mil quilômetros de rodovias - como recuperou o Governo Requião - deve saber muito bem o quanto que custa para poder manter a estrada. É claro que sabemos que está tudo superfaturado. Hoje apenas 22%, mas pode chegar a 30%, da receita das concessionárias é investido de alguma forma (em manutenção) e cerca de 70% é lucro para as concessionárias. Isso é fruto do famoso contrato feito com o ex-governador Jaime Lerner”, disse “Eu tenho certeza absoluta que esse movimento não é só no Paraná, vai ser em São Paulo, vai ser no Rio Grande Sul, por que fico muito claro que há de fato uma tarifa extorsiva sendo cobrada no Brasil inteiro, por conta daquele modelo dos anos do FHC. Aquele modelo de fazer um acerto entre as empreiteiras para beneficiar alguns poucos”. Leia a seguir a entrevista na íntegra: Pergunta - O senhor espera a partir dessa constatação, que há uma grande diferença das praças que vão ser implantadas, das praças que já foram constituídas aqui no Paraná, quer o preço do pedágio será reduzido? Luiz Cláudio Romanelli - Ficou comprovado que quando há uma licitação verdadeira - não uma fraude como foi no governo Jaime Lerner na implantação do pedágio - verificamos que o preço abaixa muito. O importante agora é aproveitar essa oportunidade e fazer com que as ações judiciais, que questionam o valor das tarifas, possam ser julgadas. Ou seja, os juízes certamente vão observar o resultado desse leilão. Eu não tenho dúvida de que os argumentos mentirosos, falaciosos utilizados pelas concessionárias estão caindo por terra. É muito oportuno aproveitar esse momento para que possamos reduzir a tarifa de pedágio do Paraná que é abusiva, extorsiva, que sangra a economia paranaense, prejudica o corredor de soja, cria todas as dificuldades na economia. Ou seja. Temos agora o resultado de uma licitação aberta. Vejam como é que as pessoas irão pagar um preço muito mais baixo. Se observamos todos os sete trechos no Brasil inteiro, nenhuma delas chega a custar um terço do pedágio cobrado no Paraná. Pergunta - Que tipo de movimento o poder legislativo pode fazer, os deputados podem fazer, iniciar, mobilizar a população toda para diminuir esse preço, para tentar sensibilizar a sociedade? Romanelli - Um dos exemplos que posso dar é o seguinte: semana passada um juiz federal de uma vara de Curitiba deu uma decisão extremamente importante numa ação civil pública que questiona única e exclusivamente o excesso de lucro das empresas, mais especificamente da concessionária Rodonorte. Essa decisão judicial remete à Justiça do Paraná para decidir sobre o tema. Mas o que acontece, na verdade, é que as concessionárias recorrem ao Tribunal Regional Federal da 4ª Região, em Porto Alegre, na tentativa de ganhar tempo. É hora de fazermos uma mobilização da sociedade paranaense e do Judiciário paranaense. Devemos mobilizar os políticos na Assembléia Legislativa e criar de fato um ambiente para que essa discussão venha para o Judiciário do Paraná. E o Judiciário vai dizer o que é certo e o que é errado, porque de fato nesse momento o que resta é aguardar decisões sábias dos juízes, mas a sociedade tem que pressionar. A Assembléia Legislativa tem que pressionar para que possamos ter um fato novo que possa reduzir essas tarifas de forma definitiva. Pergunta - No edital, os critérios para a manutenção das pistas são os mesmos que os da BR 277, por exemplo. Isso deixa claro que não precisa cobrar tão caro para fazer tudo isso? Romanelli - Um governo que recuperou cinco mil quilômetros de rodovias - como recuperou o Governo Requião - deve saber muito bem o quanto que custa para poder manter a estrada. É claro que sabemos que está tudo superfaturado. Hoje apenas 22%, mas pode chegar a 30%, da receita das concessionárias é investido de alguma forma (em manutenção) e cerca de 70% é lucro para as concessionárias. Isso é fruto do famoso contrato feito com o ex-governador Jaime Lerner. Eles amarraram tão bem esse contrato para poderem distribuir os trechos pedagiados entre as grandes empreiteiras. Hoje, sabemos o resultado. Quem paga essa conta é a sociedade paranaense. O Paraná está sendo prejudicado. Temos que ter juízes federais, especialmente os de Porto Alegre, que sejam sensíveis a essa demanda da sociedade paranaense. Eu tenho certeza absoluta que esse movimento não é só no Paraná, vai ser em São Paulo, vai ser no Rio Grande Sul, por que fico muito claro que há de fato uma tarifa extorsiva sendo cobrada no Brasil inteiro, por conta daquele modelo dos anos do FHC. Aquele modelo de fazer um acerto entre as empreiteiras para beneficiar alguns poucos.