A licitação da Ferroeste para a compra de 500 vagões, no regime de registro de preços, que será aberta nesta segunda-feira (16) às 14h30, em Curitiba, e que visa aumentar o volume de cargas na ferrovia e diminuir os preços, segundo o presidente da empresa, Samuel Gomes, é um pacto do Governo do Estado com o setor produtivo.
“A indústria ganhadora da licitação venderá os vagões para os usuários interessados em transportar suas mercadorias pela malha da ferrovia. Com isso, o Paraná está criando um novo modelo de operação ferroviária, com transparência na planilha de custos e controle social da tarifa”, afirma.
O consórcio “Gralha Azul”, formado para entrar no negócio da compra de vagões aberto pelo Governo do Estado, vai adquirir inicialmente 20 vagões. “Esse número pode se estender até 50 vagões”, revelou Arney Antonio Frassan, sócio-diretor da AB AgroBrasil, uma das integrantes do consórcio.
Segundo ele, o investimento inicial está estimado em R$ 5 milhões. “Pode chegar a até R$ 10 milhões”, avalia. Frassan explica que as empresas voltadas para o agronegócio são dependentes de transporte ferroviário. “Temos necessidade de agilidade no transporte”, explica.
Frassan disse que a partir da retomada da Ferroeste pelo Governo do Estado, com uma política voltada para colocar a empresa funcionando, e com o incentivo dado às empresas privadas, inclusive as de menor porte, a AB AgroBrasil decidiu investir na ferrovia. “Sentimos mais segurança”, afirmou.
O sócio-diretor do Moinho Iguaçu, Alcides Cavalca Neto, a segunda cerealista participante do consórcio “Gralha Azul”, disse que a parceria visa abrir e mostrar o caminho para outras empresas do setor.
Cavalca disse que a necessidade levou dois concorrentes a se unirem para acertar a logística de seus negócios. “Nós temos o produto, o armazém e não temos como transportar”. Por enquanto, disse ele, apenas duas empresas participam do consórcio. Mas existe possibilidade de novas adesões.
“Queremos formar uma frota de vagões para suprir nossas demandas”, disse ele. “A demanda de vagões é muito grande”, conclui. As duas cerealistas formaram um consórcio (SPE – Sociedade de Propósito Específico).
Para o presidente da Ferroeste, Samuel Gomes, o governo está aberto ao setor privado. O governador Roberto Requião, disse ele, já fez a convocação ao setor produtivo e a sociedade civil para participarem do projeto de crescimento e consolidação da Ferroeste, empresa pública, vinculada à Secretaria dos Transportes.
A Ferroeste, no modelo proposto, aporta as locomotivas e a logística e os produtores entram com os vagões adquiridos, pelo critério do menor preço, fixado na licitação.
O novo modelo prevê a oferta gratuita de áreas no terminal de Cascavel, no Oeste do Estado, que tem uma área total de 1.568.134 m2, para as empresas que queiram instalar seus terminais e se comprometam com volumes de cargas expressivas.
Já se instalaram no terminal de Cascavel a Coopavel, a Votorantin, a Bunge Fertilizantes e a Bunge Alimentos, a Incopa, Moinho Iguaçu, Ipiranga, Cargil e a Transportadora Binacional.
Também estão instalados no pátio da Ferroeste o Ipem (Instituto de Pesos e Medidas) e a estrutura do Porto Seco (EAD) administrado pela Codapar – Companhia de Desenvolvimento Agropecuário do Paraná.