Leite das Crianças completa seis anos com 869.288 crianças beneficiadas

O leite distribuído é pasteurizado e enriquecido com vitaminas A e D e ferro
Publicação
15/05/2009 - 16:00
O programa Leite das Crianças, do Governo do Paraná, completou seis anos nesta sexta-feira (15). Desde 2003, quando foi criado pelo governador Roberto Requião, 869.288 crianças carentes receberam, diariamente, leite pasteurizado e enriquecido com vitaminas A e D e ferro. Já foram distribuídos mais de 285 milhões de litros da bebida, com investimento superior a R$ 276 milhões. O programa funciona nos 399 municípios paranaenses e contribui para reduzir os índices de desnutrição e mortalidade infantil, além de fortalecer a cadeia leiteria. As secretarias do Trabalho, Emprego e Promoção Social; da Agricultura e Abastecimento; da Educação; da Saúde e do Planejamento têm a missão de coordenar e monitorar as famílias beneficiárias, a qualidade do produto comprado dos laticínios, o armazenamento e a entrega do leite em todos os postos de distribuição. São 2.555 pontos de entrega, nas diversas regiões do Paraná. Mais de 1.600 escolas estaduais fazem parte da rede de distribuição, juntamente com igrejas, escolas municipais e associações comunitárias. Milhares de pessoas estão envolvidas, desde produtores até os 5 mil voluntários, que levam o alimento até ilhas, aldeias indígenas e comunidades quilombolas. ACOMPANHAMENTO – Além de receber o leite, as crianças contam com acompanhamento feito pelo Governo do Estado, prefeituras e sociedade civil. O secretário do Trabalho e Promoção Social, Nelson Garcia, explica que cada cidade tem o seu Comitê Gestor Municipal, o chamado CGM, composto na maior parte por entidades da sociedade civil organizada e em seguida por representantes do poder público estadual e municipal. “Este grupo deve diagnosticar problemas, como analfabetismo, descontrole sanitário, falta de higiene pessoal e doméstica, proporcionando os devidos atendimentos”, destaca. “É um programa completo, que faz muito mais que a simples distribuição do leite e tem impactos profundos na sociedade. Por isso, se tornou modelo nacional e é reconhecido como política pública, e não promessa de campanha”, completa ele. SAÚDE – Os últimos dados divulgados pelo Ministério da Saúde, de 2006, apontam o Paraná como o Estado onde houve a maior queda da mortalidade infantil do País. Em 2002, o número de óbitos era de 16,72 para cada 100 mil nascidos vivos. Quatro anos depois, foram 13,71 – o menor patamar da história do Estado, segundo o Comitê de Mortalidade Infantil do Paraná. De acordo com o Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional do Ministério (Sisvan), o índice de crianças com baixo peso passou de 8,2% em 2003 para 4,9% em 2006. O risco nutricional dos paranaenses com idade entre 6 e 35 meses caiu de 10,4%, no primeiro ano do programa, para 8,8%. O secretário da Saúde, Gilberto Martin, ressalta que o leite é um grande complemento alimentar e a melhor fonte de cálcio para o organismo, sobretudo na fase de formação óssea, desenvolvimento motor e mental. “Por determinação do governador Roberto Requião, o Leite das Crianças é enriquecido com nutrientes que aumentam, ainda mais, os benefícios trazidos pela bebida. O ferro combate a anemia, a vitamina A, influencia no bom desenvolvimento da visão, crescimento e resistência a doenças infecciosas e a vitamina D, ajuda na absorção do cálcio existente no leite”, enumera ele. EMPREGO – Mais de 13.850 produtores de leite fornecem o produto para 66 laticínios que participam do programa. Destes, 12 são cooperativas de pequenos produtores, seis são de associações de produtores, 45 são usinas de leite de pequeno porte e três usinas de médio porte. Todas sediadas no Paraná, gerando emprego e renda para paranaenses. Os avanços econômicos na atividade leiteira, trazidos pelo programa Leite das crianças, movimentam toda cadeia produtiva. No Norte paranaense, por exemplo, a produção leiteira impulsiona o setor de transporte de cargas. Os três lacticínios da região fizeram aumentar as contratações de motoristas, ajudantes de carga e descarga, o comércio de caminhões e os investimentos em logística. Na Região Sudoeste, o programa foi determinante para a implantação do curso de medicina veterinária na unidade da Universidade Federal Fronteira Sul (UFFS) em Realeza. A falta de profissionais com esta formação chamou a atenção do Ministério da Educação e fez com que a cidade fosse escolhida para abrigar um dos cinco campi da instituição federal, que começa a funcionar em 2010. “O Sudoeste conta com aproximadamente 50 mil pequenas propriedades rurais, voltadas exclusivamente para a agricultura familiar. O leite é a principal fonte de renda de 80% das famílias que moram na região. Por isso é urgente que se invista na formação de profissionais para esta atividade”, revela a chefe do Escritório Regional da Secretaria do Trabalho em Francisco Beltrão, Mariluz Zanin Petry. Na Região Centro-Sul, os agricultores familiares usam o dinheiro que recebem com o Leite das Crianças para fortalecer o comércio local. “O preço pago aos produtores aumentou com o programa. Em 2002, eles recebiam em torno de R$ 0,26 por litro. Hoje, através das compras sociais do Ceasa, via livre cotação, eles vendem o litro de leite por cerca de R$ 1,02. Isto porque o Governo toma como referência de preço o leite cru (produtor rural) e o leite pasteurizado (agroindústria), o Conseleite e o preço mínimo do Governo Federal”, ressalta Robson Miguel Camargo, do Escritório Regional de Irati. NOVIDADES – O Governo do Estado prepara melhorias para o programa e, ainda neste ano, o Leite das Crianças vai ganhar cartão magnético que facilitará a retirada do produto e deve melhorar o controle do projeto. Para analisar a qualidade do leite foi importado um equipamento eletrônico que tem capacidade para fazer análises de 150 amostras por hora para contagem bacteriana. O valor do investimento do Governo Estadual foi de R$ 570 mil. Com a ascensão da produção de leite no Estado, o Governo optou por incentivar a tecnologia de produção na pequena propriedade da agricultura familiar. A Secretaria da Agricultura e do Abastecimento está investindo na capacitação dos produtores e técnicos que trabalham com assistência nas propriedades e nos laticínios fornecedores do programa Leite das Crianças, através do Programa de Capacitação Profissional das Indústrias de Laticínios do Paraná. A Secretaria do Trabalho, Emprego e Promoção Social realiza um levantamento sobre os empregos formais, direta ou indiretamente, ligados com o Leite das Crianças. O objetivo é oferecer cursos de qualificação profissional voltados para estas atividades, sejam eles motoristas, empacotadores, encarregados de produção, etc. EXEMPLO – Nesta sexta-feira (15), o vice-governador Orlando Pessuti anunciou na Região Noroeste do Paraná, durante a 37.ª Exposição Agropecuária de Maringá (Expoingá), o programa Leite do Paraná. O decreto assinado pelo governador Roberto Requião vai colocar o leite produzido pelos pequenos produtores rurais dentro de escolas e hospitais e será uma ampliação do Leite das Crianças. A proposta é utilizar a estrutura do programa para implantar o novo projeto. As novas compras representarão aumento de cerca de 12% no volume distribuído. A Secretaria da Educação definiu que, inicialmente, 80 escolas em cinco municípios servirão como piloto para implantar o programa, o que deverá ser feito até agosto deste ano. Até dezembro, 20 municípios receberão leite pasteurizado, mais natural que o longa-vida ou em pó, e melhor para a população. Para os hospitais, a Secretaria de Saúde comprará cerca de 20 mil litros por mês. Dietas médicas de restrição alimentar, no entanto, continuarão a ser respeitadas. BOX - NÚMEROS DESTES CINCO ANOS DE LEITE DAS CRIANÇAS Presente em 399 municípios · 869.288 crianças receberam leite do Governo do Estado entre os anos de 2003 até abril de 2008 · Investimentos de R$ 276.182.586,40 · 258 milhões de litros de leite adquiridos · 13.850 produtores de leite fornecedores · 66 laticínios fornecedores · 2.030 refrigeradores doados às escolas estaduais distribuidoras · 5.202 caixas térmicas entregues para redistribuição no interior dos municípios.

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