O Instituto de Tecnologia para o Desenvolvimento (Lactec) promoveu nesta sexta-feira (14) em Curitiba uma palestra sobre os estudos realizados pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE), ligada ao Ministério de Minas e Energia, com projeções sobre o consumo e produção de energia para o Brasil até 2030, levando-se em conta fatores como o aumento da população e da demanda.
O diretor de estudos econômicos e energéticos da EPE, Amílcar Guerreiro, detalhou aos pesquisadores do Lactec e representantes da Copel, Elejor - Centrais Elétricas do Rio Jordão e do Consórcio Cruzeiro do Sul, empresas geradoras e distribuidoras de eletricidade ligadas ao Governo do Estado, quais são as linhas de pesquisa que o Governo Federal vai seguir para o desenvolvimento tecnológico do setor.
A partir desse levantamento, as empresas vão poder focar as pesquisas que tragam melhores condições de uso dos recursos, gerando mais economia para o consumidor e benefícios para o meio ambiente.
De acordo com o diretor do Lactec, Aldair Rizzi, o instituto tem se integrado gradativamente não só às políticas públicas do Governo do Estado, mas também às universidades e à indústria. Por esse motivo ele considera importante estar atento aos estudos referenciais para suas pesquisas junto às empresas de energia. “Nós promovemos este evento para visualizar os caminhos das políticas energéticas nacionais e ao mesmo tempo sugerir temas que possam trazer benefícios para o Paraná, como já é feito com parceiros como a Copel”, afirma.
Rizzi diz que a reunião mostrou a necessidade de uma integração maior na definição de uma política específica para o Paraná. “O Lactec já tem um comitê científico e tecnológico e, a partir de encontros como o de hoje, podemos traçar um plano de trabalho integrado às políticas estadual e federal, renovando a capacidade do Paraná de gerar novas tecnologias. Essa perspectiva revela o bom momento que o Estado está vivendo”, afirma.
O Planejamento Decenal de Expansão do Setor Elétrico (PDEE 2007/2017) e o Planejamento Nacional de Energia (PNE 2030) são os primeiros estudos integrados realizados no Brasil sobre a oferta e demanda dos recursos energéticos já disponíveis, além das fontes alternativas e renováveis. O levantamento nacional é uma referência para as pesquisas que devem ser desenvolvidas na produção de energia hidrelétrica e outras ainda menos exploradas, mas que foram definidas como potencialmente viáveis. Esse é o caso das energias eólicas, da biomassa da cana, dos resíduos sólidos industriais e da captação da energia hidráulica a partir do fluxo das marés.
Segundo o representante da EPE, Amílcar Guerreiro, o estudo identificou a necessidade de melhorar a utilização dos recursos disponíveis e apostar na pesquisa de novas energias. “É importante a participação direta dos institutos de pesquisa, como o Lactec está fazendo, nesse processo de discussão do uso racional das fontes energéticas. São eles que desenvolvem as melhorias que serão aplicadas pelas geradoras e distribuidoras para a economia dos recursos”, explica.
Guerreiro destaca que a indústria também tem papel fundamental nesse processo, já que o uso de resíduos sólidos industriais urbanos foi identificado como uma das principais novas fontes de energia renovável. “Os empresários podem produzir energia a partir da sobra de sua produção”, lembra ao destacar que são os institutos os responsáveis pelo desenvolvimento das tecnologias para utilização desse material.
O superintendente de pesquisa de energias renováveis da Copel, Francisco Oliveira, explica que a empresa já tem um plano de investimento de pesquisas e oportunidades de negócios em novas fontes de energia. “Também existe um plano de desenvolvimento de projetos que inclui as energias alternativas. O plano federal é mais um direcionamento que nós podemos seguir para investimentos em eficiência energética”, diz. Segundo ele, a parceria entre Copel e Lactec é muito positiva, porque o instituto mantém um corpo de profissionais qualificados para prestar os serviços necessários à demanda no Paraná.
Lactec discute política federal para uso de energias alternativas
Empresa de Pesquisa Energética, ligada ao Ministério de Minas e Energia, apresentou projeções sobre o consumo e produção até 2030
Publicação
14/03/2008 - 16:00
14/03/2008 - 16:00
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