O Instituto de Tecnologia para o Desenvolvimento (Lactec) acaba de registrar um novo recorde de produção: os pátios externos e o galpão de testes do Laboratório de Emissões Veiculares (Leme) estão com a capacidade de armazenamento esgotada, ocupados por 60 caminhonetes de três grandes companhias automobilísticas instaladas no Brasil. Os automóveis aguardam pelos testes de aferição exigidos pelo Código Nacional de Meio Ambiente (Conama) para serem comercializados e o instituto paranaense é o único do país qualificado para esta tarefa. Pesquisadores do instituto, responsáveis pelos ensaios exigidos pelo órgão federal estão trabalhando em três turnos para atender à maior demanda já registrada pelo laboratório. A previsão é que até o fim do ano sejam feitos aproximadamente mil testes de emissão de poluentes, uma marca histórica para o Leme. A Mitsubishi Motors, a Renault Nissan e a Hyundai CAOA enviaram neste ano um número equivalente até 0,5% de suas produções nacionais para os testes de homologação. As empresas não mantêm laboratórios próprios no Brasil, por isso contratam os serviços do instituto paranaense. De acordo com o diretor-superintendente do Lactec, Luiz Malucelli Neto, este é um dos resultados dos investimentos na qualidade dos serviços prestados à indústria. “A soma das melhorias nas instalações dos laboratórios do Leme chega a R$ 12 milhões. São parcerias como a que mantemos com a Petrobras, para a construção de uma nova bancada de testes de emissões de gases por motocicletas e qualificam o Lactec como o mais bem equipado instituto do país nesse segmento”, disse. “Seguindo a orientação do Governador Requião em acompanhar o crescimento da economia e as novas possibilidades de desenvolvimento da América Latina, como é o caso da demanda crescente pelo uso de biocombustíveis e energias alternativas, o Lactec concentra esforços na modernização dos serviços e na qualificação profissional”, afirmou Malucelli. De acordo com o gerente do Departamento de Mecânica e Emissões do Lactec, Luiz Alberto Procopiak, um dos reflexos dos investimentos é a quantidade de testes feitos por dia no laboratório. São seis considerando o período de preparação de 12 horas para cada um e um intervalo de duas horas entre eles. “O Leme passou por um ‘up grade’ nos meses de junho a setembro, com modernização de software e hardware o que gerou um acúmulo dos serviços. A contrapartida é a melhora da produtividade. Os antigos equipamentos estavam com 10 anos de operação. Agora é possível atender a demanda equivalente a 100% da capacidade dos dinamômetros que fazem os testes”, disse o gerente. Outro fator que colaborou para o número recorde de veículos nos pátios do Lactec foi o aquecimento do mercado de automóveis registrado em 2008 no Brasil. O instituto está preparado para atender à crescente demanda e anunciou para julho do ano que vem uma nova bancada de testes, equipamento que virá da Alemanha e possibilitará novas modalidades de ensaios de emissões. Esta é, segundo Procopiak, mais uma mostra das intenções do instituto em relação à excelência que mantém nos testes de poluentes no Brasil. “O Lactec é o único instituto independente do Brasil a fazer testes com motores a diesel. Estamos trabalhando para atender a capacidade máxima da produção nacional”, afirma.