Ipardes lança indicadores ambientais das 16 bacias hidrográficas do Paraná


A publicação traz uma seleção de dados que retratam os processos ambientais e socioeconômicos, tendo como base as principais bacias hidrográficas do Estado
Publicação
27/12/2007 - 14:50
Editoria
O Instituto Paranaense Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes) lançou um estudo que faz a relação de transformações sociais e econômicas com o meio ambiente. A publicação, intitulada Indicadores Ambientais por Bacias Hidrográficas do Paraná, traz uma seleção de dados que retratam os processos ambientais e socioeconômicos, tendo como base as 16 bacias hidrográficas do Estado. A dimensão ambiental traz informações relativas ao uso de recursos naturais e à degradação e conservação do ambiente. Estes temas sintetizam as características dos ambientes terrestres e recursos hídricos. Os tópicos ambientais são: cobertura vegetal; uso da terra; solos com potencial à degradação; unidades de conservação; fauna ameaçada; vulnerabilidade hídrica; áreas prioritárias para conservação da biodiversidade; índice de qualidade das águas. A dimensão socioeconômica trata dos temas ligados à qualidade de vida. Os temas incluídos são: saúde, infra-estrutura, habitação e aglomerados urbanos. Sempre que possível, vinculadas à essa dimensão socioeconômica, constroem-se tendências e situações emergentes que possam indicar mudanças nas pressões sobre os recursos naturais, seja de origem do setor privado, como a demanda por terras para novas culturas, seja do Estado, como o incentivo e a regulação dessas situações. O método utilizado na publicação é o mesmo proposto pelo Conselho de Desenvolvimento Sustentado das Nações Unidas (2001) e adotado pelo IBGE (2002), que organiza os Indicadores de Desenvolvimento Sustentado por dimensões e temas. O estudo Indicadores Ambientais por Bacias Hidrográficas do Paraná pode ser acessado na página do Ipardes na internet, endereço eletrônico: www.ipardes.gov.br. COBERTURA VEGETAL – Este indicador aponta uma situação positiva na Bacia Litorânea, que tem se mantido como a área mais preservada do Estado, com grandes extensões de Floresta Atlântica, manguezal e restinga. Situações ruins aparecem, desde de 1980, com taxas de cobertura vegetal muito baixas, nas bacias situadas no Norte do Estado que são Cinzas, Pirapó, todas as do Paranapanema (1, 2, 3 e 4) que fazem divisa com o Estado de São Paulo e, ainda, as bacias do Paraná 2, onde fica o Parque Nacional de Ilha Grande e Paraná 3, que abrange o lago de Itaipu. Já nesta época estas bacias sinalizavam necessidade de ações ambientais. Atualmente, as bacias mais críticas, com baixíssima taxa de cobertura vegetal, são as bacias da região Norte: Paranapanema 1 e 2, Pirapó, Cinzas e Itararé, esta última também divisa com São Paulo, indicando a necessidade imediata de medidas de recuperação. De 1980 a 2002 houve perdas significativas de vegetação nativa nas bacias do Tibagi e Itararé em áreas de Campos Naturais, por conta do reflorestamento e agricultura intensiva, e perdas também na Escarpa Devoniana que é a cadeia montanhosa que divide o primeiro do segundo planalto paranaense, e nas áreas dos Campos Naturais. Estas áreas possuem terras com potencial á degradação alto, o que a longo prazo significa áreas de risco ambiental. E por outro lado, embora a Escarpa Devoniana seja considerada Área de Proteção Ambiental (APA), esta medida não tem se mostrado como um instrumento controlador eficiente para conservação deste ambiente. A bacia do Iguaçu, a mais extensa do Estado, apesar de perda gradual e progressiva de vegetação nativa, possui ainda importantes maciços de Floresta de Araucária e Campos Naturais. QUALIDADE DAS ÁGUAS - Outro indicador apresentado na publicação é o Índice de Qualidade das Águas que de uma maneira geral apresenta-se como razoável para os rios das bacias do interior do Estado. Situações mais críticas aparecem na Bacia do Iguaçu, que indica, neste caso específico, um comprometimento das águas nos rios próximos aos aglomerados urbanos, como é o caso da Região Metropolitana de Curitiba. FAUNA - Com relação à conservação das espécies da fauna, os indicadores de espécies ameaçadas de extinção apontam situações de alta vulnerabilidade nas bacias Litorânea, Tibagi, Iguaçu e Paraná 2. Isto pode ser atribuído a diferentes fatores. Na bacia Litorânea a existência de um grande número de espécies endêmicas, ou seja, que são típicas e exclusivas daquele ambiente, é responsável pela alta taxa de espécies ameaçadas. Na bacia do Tibagi e Iguaçu, a diversidade dos ambientes, formações florestais e campos naturais, conferem à fauna destas bacias um grau alto de vulnerabilidade acentuado pelas grandes alterações ambientais recentes, nestes locais. PRESSÕES - Com relação às pressões de uso por agricultura e crescimento populacional, destacam–se dois casos que merecem um alerta: a bacia do Iguaçu, com população crescendo, pressão para construção de usinas hidrelétricas, aumento da taxa de uso agrícola e por outro lado apresenta indicadores razoáveis de cobertura vegetal, pois ali estão localizados os nossos maiores remanescentes dos biomas de Floresta de Araucária e Campos Naturais. Já a bacia Litorânea destaca-se por apresentar um indicador de conservação de cobertura vegetal bom. Devido ao seu relevo e solos pouco adequados à agricultura manteve seus ecossistemas conservados que estão, em muitos locais, protegidos por Unidades de Conservação. A grande pressão sobre esta bacia é a ocupação por aglomerados urbanos e apresenta os piores percentuais de indicadores de saúde, tais como óbitos e internações segundo doenças infecto-contagiosas e mortalidade infantil, além de um alto percentual de carência de instalações sanitárias.

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