Ipardes apresenta mais três diagnósticos de regiões prioritárias para investimentos

Os diagnósticos fazem parte de um conjunto de oito territórios estudados pelo Ipardes e abrangem os 127 municípios mais pobres do Estado
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06/06/2008 - 13:40
Editoria
O Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes) apresentou nesta semana três diagnósticos territoriais de áreas prioritárias para investimentos do Governo do Paraná. Nesta sexta-feira (06) foi apresentado, no município de Ibaiti, o diagnóstico do Norte Pioneiro. Na quarta-feira (04) foi a vez da apresentação do diagnóstico do Vale do Ivaí, na cidade de São João do Ivaí e, na terça-feira (03), em Telêmaco Borba, foi mostrado o diagnóstico Caminhos do Tibagi. Os três diagnósticos fazem parte de um conjunto de oito territórios estudados pelo Ipardes e abrangem os 127 municípios mais pobres do Estado. Os outros cinco territórios são Paraná Centro, Ribeira, Cantuquiriguaçu, Centro-Sul e União da Vitória. O estudo foi contratado pelo Projeto de Inclusão Social e Desenvolvimento Rural Sustentável, de iniciativa do Governo do Paraná, por meio da Secretaria do Planejamento e Coordenação Geral e da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento. NORTE PIONEIRO – O território do Norte Pioneiro engloba os seguintes municípios: Abatiá, Carlópolis, Congoninhas, Conselheiro Mairinck, Guapirama, Ibaiti, Jaboti, Jacarezinho, Japira, Joaquim Távora, Jundiaí do Sul, Nova Fátima, Nova Santa Bárbaral, Pinhalão, Quatiguá, Ribeirão Claro, Ribeirão do Pinhal, Salto do Itararé, Santa Amélia, Santa Cecília do Pavão, Santa do Itararé, Santo Antônio da Platina, Santo Antônio do Paraíso, São Jerônimo da Serra, São José da Boa Vista, Sapopema, Siqueira Campos, Tomazin e Wenceslau Braz. O prefeito de Ibaiti, Wiz Carlos dos Santos, o Peté, disse que a região ficou esquecida pelos governantes durante os anos anteriores e acredita que a iniciativa do Governo Estadual em dar prioridade ao território para investimentos deve produzir bons resultados já em curto e médio prazos. “Em Ibaiti, estamos priorizando os gastos nas áreas de educação e saúde, investindo acima do que manda a Constituição. O apoio do governo estadual tem sido valioso nestas áreas e tenho certeza de que em breve teremos melhorias nos nossos índices”, avaliou Peté. Originalmente, 84% de todo o território era ocupado por floresta Estacional Semidecidual. Metade dos solos do território apresentam potencialidade à degradação por fatores erosivos. Há 25 Unidades de Conservação que não ultrapassam 0,01% de todo o território. A população do território é de 306,5 mil habitantes, de acordo com a contagem do IBGE feita em 2007. Este resultado indica um ligeiro decréscimo da população, registrando o terceiro maior contingente demográfico dentre os territórios priorizados. As taxas de crescimento populacional são próximas a zero, no período 2000-2007. Embora, as taxa de fecundidade seja superior à média estadual que é de 2,3 filhos por mulher. Diferentemente do que predomina no Paraná, o segmento relacionado à população ativa apresentou crescimento inexpressivo e até mesmo perdas. O Índice de Idosos no território encontrava-se acima da média estadual, apresentando o maior grau de envelhecimento entre os territórios estudados. Enquanto no Paraná, para cada 100 jovens com menos de 15 anos há 19,7 idosos com 65 anos e mais, em Joaquim Távora, Quatiguá, Salto do Iatararé e Tomazina esta proporção é superior a 30. O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) é abaixo da média estadual em todos os municípios do território. A distância entre os 10% mais ricos e os 40% mais pobres foi aprofundada na última década. Em alguns municípios mais de 40% da população tem renda individual de menos de meio salário mínimo, como é o caso de Nova Santa Bárbara, Salto do Itararé, Santana do Itararé, São Jerônimo da Serra, São José da Boa Vista e Sapopema. Na rede estadual de ensino, a maior parte dos municípios apresenta o Índice de Desenvolvimento de Educação Básica – IDEB acima da média estadual. Na rede municipal, ganham destaque as cidades de Carlópolis, Congoinhas, Jaboti, Santo Antônio do Paraíso e Venceslau Braz por apresentarem o IDEB acima do Estado. A coordenadora do estudo, Valéria Villa Verde, chama a atenção para os indicadores de analfabetismo funcional no território. Este indicador mede a população de 15 anos e mais que possui escolaridade inferior a quatro anos de estudo ou mesmo tendo aprendido a ler e escrever, não desenvolve a habilidade de elaboração e interpretação de texto simples. O Índice de Mortalidade Infantil fica abaixo da média do Paraná em muitos municípios, sendo críticos em Salto do Itararé, Sapopema e Tomazina, onde há mais de 30 mortes registradas para cada cem mil nascidos vivos. No Paraná, a média é de 15,5. Outro problema significativo no território é a inadequação de esgoto e destino de lixo, tanto urbano quanto rural, que demandam ações mais efetivas. Em relação aos programas sociais e de transferência de renda, o Programa Leite das Crianças beneficiou 7.401 crianças. O Programa esteve mais concentrados em Santo Antônio da Platina com 13,8 das crianças do município contempladas e Jacarezinho abrangendo 11,8% das crianças. No território, alguns municípios já ultrapassaram a meta prevista. O Programa Compra Direta da Agricultura Familiar, entre 2004 e 2006, iniciou com 196 agricultores familiares de 5 municípios ampliando para 803 agricultores de 26 municípios. No final de 2006, todos os municípios do território estavam integrados ao processo. Na área econômica, a Agropecuária é o setor que vem apresentando maior dinamismo. O setor primário saltou de 35,5% para 40,6%, aproximando-se do setor terciário (41,1%). O Setor Agropecuário concentrava, em 2000, a maior parte das ocupações. No caso de Abatiá, Jaboti, Pinhalão, São Jerônimo da Serra, Tomazina representava mais de 60% das ocupações. O setor de indústria e de serviços apresentou queda de 1999 para 2004. O PIB per capita, na média, é inferior ao do Paraná. Mais de um terço, ou 38,% da população em idade ativa, não tinha nenhum rendimento. Dos ocupados, 26,9% ganhavam até um salário mínimo. O percentual de pessoas ocupadas na condição de empregados estava um pouco abaixo do Estado e, com exceção de quatro municípios, predominava a condição de trabalhadores sem carteira assinada (30,5%). Havia 23,1% da população ocupada na condição de conta própria. No que se refere ao emprego formal, entre 2000 e 2005, incremento de 28,9%, superior ao do Estado (27,6%). Foram 9.015 postos de trabalho adicionais em 5 anos. Cabe ressaltar que 57% desses postos de trabalho encontravam-se em Ibaiti, Santo Antônio da Platina e Siqueira Campos. Em termos relativos, cabe destacar Nova Santa Bárbara com incremento de mais de 300%. Os subsetores que mais incorporaram trabalhadores entre 2000 e 2005 foram indústria, construção civil e o comércio. Os setores serviços e administração pública, igualmente apresentaram incremento. A exceção foi o emprego agrícola formal, que decresceu. Os dados mais recentes do cadastro Geral de Empregados e Desempregados – Caged revelam crescimento de empregos no território, com a geração de 6 mil empregos em menos de 2 anos, de janeiro de 2006 a julho de 2007. O trabalho infantil é um problema no território. Em 2000, segundo o IBGE, haviam 11.580 trabalhadores entre 10 a 17 anos; que representavam 22,8% deste grupo etário. Este percentual é superior à média estadual, que é 16,9%.

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