Ipardes apresenta estudo que vai orientar investimentos na região Paraná Centro

Esta é uma das oito regiões estudas pelo Ipardes, abrangendo 127 municípios que são prioritários nos investimentos do Governo do Estado
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19/05/2008 - 19:00
Editoria
O Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes) apresentou nesta segunda-feira (19), no município de Pitanga, o estudo territorial Paraná Centro. Esta é uma das oito regiões estudas pelo Ipardes, abrangendo 127 municípios que são prioritários nos investimentos do Governo do Estado. “Este estudo é importante para que possamos trabalhar a diversificação produtiva na região. Este diagnóstico ajuda a identificar potenciais de desenvolvimento e nos permitirá ter melhores resultados neste programa de inclusão social em territórios prioritários”, comentou o secretário de Agricultura e Abastecimento, Walter Bianchini. O Paraná Centro envolve 16 municípios: Altamira do Paraná, Boaventura de São Roque, Campina do Simão, Cândido de Abreu, Guarapuava, Iretama, Laranjal, Manoel Ribas, Mato Rico, Nova Cantu, Nova Tebas, Palmital, Pitanga, Roncador, Santa Maria do Oeste e Turvo. O representante do Ministério de Desenvolvimento Agrário, José da Encarnaçaão Leitão, parabenizou a iniciativa do Governo do Estado. “Esta região necessita de um desenvolvimento que seja igual ao de outras regiões do Paraná”, disse. Na região a taxa de pobreza, que significa o percentual de pessoas que vivem com menos de meio salário mínimo por mês, é quase três vezes maior que a média do Paraná. Enquanto a taxa de pobreza do Estado é de 20,9%, em Altamira do Paraná, Laranjal, Cândido de Abreu, Mato Rico e em Santa Maria do Oeste esta taxa é superior a 50%. O prefeito de Pitanga disse que aguardava o estudo com ansiedade. “Buscamos nestes diagnósticos instrumentos para o desenvolvimento da região”, afirmou. Os principais índices sociais da região, como mortalidade infantil, desigualdade de renda e Índice de Desenvolvimento Humano Municipal, se assemelham aos de municípios pobres do Norte e Nordeste do País, mas algumas políticas de Governo implantadas nos últimos anos têm mostrado resultados relevantes para mudar esta situação. Um indicador positivo é o Ideb, índice que mede a qualidade do ensino. Em 2005, muitos municípios da região apresentaram índices acima da média paranaense na rede estadual de ensino, embora na rede municipal o índice seja inferior. O programa Saúde da Família, do Ministério da Saúde, tem cobertura muito maior que a média do Estado. Os programas do Governo Estadual como Luz Fraterna, Tarifa Social da Água, Fundo de Aval e Microcrédito beneficiam a região, assim como os programas do Governo Federal como Bolsa-Família, PETI, Auxílio Gás, Agente Jovem, Bolsa-Escola, Bolsa-Alimentação, Compra Direta, PRONAF, PRONAT e Crédito Fundiário. No entanto, alguns municípios não se beneficiam de importantes programas de Governo devido à falta de articulação e organização das prefeituras. “Acreditamos que nos próximos anos tenhamos melhoria considerável nos índices sociais e econômicos destes municípios devido às atuais políticas de Governo”, comenta a pesquisadora do Ipardes e coordenadora do estudo, Valéria Villa Verde. O território apresentou perda populacional de 2000 para 2007, sendo que a taxa de fecundidade diminuiu em todas as cidades. Ainda assim, todos os municípios da região apresentam taxa de fecundidade superior à media estadual, que é de 2,3 filhos por mulher. Em Laranjal, por exemplo, a taxa de fecundidade chega quase a 4 filhos por mulher. Um terço da população tem entre 0 e 14 anos, evidenciando a necessidade de políticas voltadas para jovens. Em 2006 a região teve participação de 2,6% no Produto Interno Bruto do Paraná. A participação do Valor Adicionado da agricultura, indústria e serviços apresentou crescimento, passando de R$ 1,3 milhão em 1999 para R$ 2,7 milhões em 2004. De 2000 para 2005 o emprego formal teve um crescimento na região de 32%, superior ao da média do Estado, que foi de 27,6% no mesmo período. Os setores de comércio, agricultura e serviços são responsáveis pela maior parte destas oportunidades de trabalho. Destes empregos, 22,7% pagam até um salário mínimo. Mesmo apresentando um forte crescimento na geração de empregos, a região ainda tem 44,5% das pessoas com mais de dez anos de idade sem rendimento. O presidente do Ipardes, José Moraes Neto, destacou a participação da população durante o encontro. “Esta reunião é importante para que se formulem políticas de intervenção do setor público e elas não podem ser gestadas somente nos institutos de pesquisa e secretarias do Estado. Esse conhecimento deve ser validado e assumido por toda a sociedade”, afirmou.