Ipardes aponta: cresce o número de mulheres chefes de família

O número de mulheres trabalhadoras que sustentam a família em Curitiba e na Região Metropolitana passou de 24,7% em agosto de 2003 para 35,1% no mesmo mês de 2006
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19/01/2007 - 18:30
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Uma análise comparativa entre mulheres trabalhadoras, em Curitiba e Região Metropolitana, mostra que, entre aquelas que são as principais responsáveis pelo sustento da família, a maioria (60,7%) tem mais de 40 anos, (73,6%) ganham menos de três salários mínimos por mês, (43,4%) não têm cônjuge e possuem pelo menos um filho com menos de 15 anos de idade. Os dados fazem parte da Pesquisa Mensal de Empregos realizada pelo Ipardes em Curitiba e região metropolitana. Diversos dados diferenciam as mulheres que trabalham e sustentam a família daquelas que trabalham mas não são as principais responsáveis nos domicílios. Uma das principais diferenças está no rendimento. Em agosto de 2006, o rendimento médio das chefes de família passou para R$ 1.039,35 já das outras trabalhadoras foi de R$ 862,92, ou seja, uma diferença de 20%. Em agosto de 2003, o rendimento médio das chefes de família era de R$ 879,11 enquanto que das outras trabalhadoras era de R$ 686,40. “Isto demonstra que as chefes de família ganham mais que as trabalhadoras em geral, já que 26,4% das principais responsáveis pelo sustento do lar ganham mais de 3 salários mínimos enquanto que entre as trabalhadoras em geral este índice cai para 19,5%”, conclui a diretora do Centro Estadual de Estatística do Ipardes, Sachiko Araki Lira. Com relação à escolaridade, os resultados da pesquisa mostram que, entre as chefes de família, 52,0% tinham 11 anos ou mais de estudo, sendo que para o total das trabalhadoras este grupo representava 57,7%. Por outro lado, a proporção de mulheres que não concluíram o ensino fundamental (menos de 8 anos de estudo) era maior entre as chefes de família (32,3%). Para o total da população feminina este grupo representava 23,2%. A escolaridade média das chefes de família era de 9,23 anos, enquanto para o total das trabalhadoras era de 9,79 anos. “O fato de as chefes de família terem em média menos estudo está relacionado com a idade pois a maioria delas têm 40 anos ou mais. Já para as chefes com idade entre 18 a 39 anos essa proporção é de 26%, visto que, a população mais jovem possui maior escolaridade”, comentou Lira. Os dados das trabalhadoras chefes de família por faixa etária mostraram que, em agosto de 2006, 60,7% estavam nas faixas de idade mais avançadas, ou seja, acima de 40 anos, destacando-se o grupo de 40 a 49 anos de idade, no qual concentravam-se 33,5% delas; 34,9% encontravam-se na faixa etária 25 a 39 anos e apenas 4,4 % representavam as faixas etárias mais jovens (18 a 24 anos). Estes índices se destacam das trabalhadoras em geral, onde observa-se que 38,0% têm mais de 40 anos, 40,7% estão na faixa entre 25 e 39 anos e 21,4% entre 10 e 24 anos. Outra característica importante é a análise das trabalhadoras principais responsáveis nos domicílios segundo tipo de família, isto é: com cônjuge; sem cônjuge e com filhos; e sós. Os resultados obtidos na pesquisa de agosto de 2006 indicam que 30,6% tinham cônjuge, porém 46,0% das trabalhadoras eram sem cônjuge e com filhos e 16,9% delas eram sós. Destaca-se que entre aquelas sem cônjuge e com filhos, 43,4% tinham pelo menos um filho com idade inferior a 15 anos e 26,2% tinham todos os filhos com menos de 15 anos de idade. Quanto aos setores de atividade, em agosto de 2006, seguindo a mesma distribuição da população feminina ocupada (22,9%), a participação das principais responsáveis foi maior no grupamento de atividades “educação, saúde, serviços sociais, administração pública, defesa e seguridade social”, representando 26,3%. Com participações menos expressivas estão os seguintes grupamentos de atividades: serviços domésticos (16,4%); comércio (15,2%); indústria extrativa e de transformação e produção e distribuição de eletricidade, gás e água (13,6%) e serviços prestados às empresas, aluguéis, atividades imobiliárias e intermediação financeira (12,5%). Quanto a posição na ocupação, na categoria de conta própria as chefes de família (16,7%) apresentaram maior participação do que as outras trabalhadoras (13,4%). Da mesma forma na categoria militar ou funcionário público estatutário, cujas participações foram respectivamente de: 17,0% e 13,3% e na de empregadora, sendo de 6,0% e 3,9%. Finalmente, a estimativa do rendimento médio daqueles domicílios cujos principais responsáveis eram mulheres (R$ 1.661,55), era menor do que daqueles em que os principais responsáveis eram pessoas ocupadas (R$ 1.995,16), sem fazer distinção entre homens e mulheres. “Isto deve-se ao fato do rendimento médio da mulher (R$ 862,91) corresponder a 68% do rendimento médio do homem (R$ 1.262,46)”, comparou Sachiko Lira.