Intransigência da Ecovia impede negociação sobre aumento do pedágio para o litoral

Representante da concessionária compareceu à reunião com carta, previamente redigida, negando a possibilidade de a tarifa não sofrer aumento
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20/11/2008 - 18:10
Editoria
A negociação para a não aplicação ou postergação do reajuste da tarifa pretendido pela Ecovia – que explora o pedágio da BR-277, no trecho que liga Curitiba ao litoral do Estado – não ocorreu devido à intransigência da empresa. Em reunião ocorrida nesta quinta-feira (20), representantes do Governo do Estado, da Assindilitoral (Associação de hotéis, restaurantes, bares e similares do litoral paranaense) e da concessionária debateram a sugestão, apresentada pela associação, que o aumento pleiteado pela empresa não entrasse em vigor ou, se ocorresse, começasse a vigorar depois da temporada de verão. Contudo, a negociação efetivamente não ocorreu, já que o representante da concessionária compareceu à reunião com uma carta, previamente redigida, negando a possibilidade de a tarifa não sofrer aumento, caso a Justiça autorize a majoração das tarifas. A Ecovia quer aumentar o preço do pedágio para carros de R$ 11,40 para R$ 12,50. O DER já negou o aumento. O secretário para Assuntos Rodoviários, Rogério W. Tizzot, criticou a posição da concessionária, mas reforçou que o Governo do Estado e o DER continuam nas batalhas jurídicas para garantir o direito constitucional aos paranaenses: a modicidade das tarifas. “Não houve negociação. Agora nos resta a discussão judicial, porque as concessionárias se apegam em um contrato, que, no nosso entendimento, é lesivo ao interesse público. Nós lutamos pela modicidade tarifária que é um direito garantido pela constituição”, reforçou. LITORAL – O presidente da Assindilitoral, José Carlos Chicarelli, classificou a reunião como frustrante e disse temer pela economia das cidades litorâneas. “O litoral está em crise. O preço do pedágio afugenta turistas e cria enormes dificuldades para o comércio. Novo aumento do pedágio vai agravar ainda mais os nossos problemas. Não há conta que justifique esse valor cobrado pela Ecovia”, disse. Chicarelli rebateu um dos argumentos apresentado pela concessionária para negar o pedido da Associação. Segundo a concessionária, de 2004 a 2008, o aumento no fluxo de veículos que desce às praias foi de 7 %, o que, segundo a empresa, mostra que o pedágio não causa reflexos negativos para o Litoral. “Foi aumento muito pequeno, se considerarmos o aumento da população de Curitiba e Região Metropolitana, o aumento do número de carros nas ruas, a queda do desemprego e a melhoria no poder aquisitivo do povo paranaense”, disse. Dados do Detran reforçam a argumentação de Chicarelli, de 2004 até outubro de 2008, a frota de carros e motos de Curitiba aumentou 28,7 % saltando de 685.807 para 883.027. MANIFESTAÇÃO – A Assindilitoral vai se reunir com representantes do poder judiciário para reforçar a necessidade de as tarifas não sofrerem aumentos. “Se ainda sim não tivermos êxito, vamos estudar com os nossos filiados a possibilidade de fazermos manifestações para sensibilizar a opinião pública e o poder judiciário”, afirmou.

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