Interventor da Ferropar e ALL elaboram plano para a Ferroeste

Acordo é intermediado pela diretoria da Ferroeste e o objetivo é executar uma ação emergencial para manter e melhorar o escoamento ferroviário da produção do Oeste do Paraná
Publicação
26/08/2005 - 15:51
Editoria
Com a intermediação da diretoria da Ferroeste, foram iniciadas as negociações entre a Ferropar, através do interventor Saulo de Tarso Pereira, e a América Latina Logística (ALL) para o estabelecimento de um plano de emergência para a operacionalização da ferrovia que liga Guarapuava a Cascavel. O plano valerá durante os seis meses de duração da intervenção. O plano emergencial será formalizado em um acordo entre a Ferropar - grupo privado que, conforme a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) vinha explorando a ferrovia de forma deficiente - e a ALL. Depois de aprovado pela Ferroeste, o acordo será encaminhado para aprovação da agência. A iniciativa da Ferroeste em aproximar a Ferropar e a ALL deve-se ao fato de que a insuficiente frota - vagões de locomotivas - da Ferropar estabeleceu uma dependência muito grande da empresa em relação à ALL. “A Ferropar conta hoje com 55 vagões, dos 732 que deveria ter em operação, e possui 4 locomotivas, das 60 que se obrigou a colocar à disposição dos produtores do Oeste”, aponta o diretor jurídico, administrativo e financeiro da Ferroeste, Samuel Gomes. Desses 55 vagões, revela ainda Gomes, apenas 23 estão operando, porque os demais estão paralisados por falta de manutenção. Das 4 locomotivas, apenas uma opera, porque as outras três estão avariadas. “Por isso, a Ferropar só consegue transportar 1% dos volumes estabelecidos no contrato firmado com o Estado do Paraná”, constata o diretor. As fiscalizações da ANTT e da Ferroeste constataram que, dos pequenos volumes que trafegam pela ferrovia, a ALL é responsável por 95% das cargas e a Ferropar por apenas 5%. “O objetivo principal, neste primeiro momento, é que a prestação de serviço do transporte de cargas não seja interrompida durante os 180 dias de intervenção”, destacou o diretor-presidente da Ferroeste, Martin Roeder. “A partir deste encontro, serão traçadas as linhas gerais de um plano operacional de emergência que busque manter e melhorar o transporte das cargas durante para o período da intervenção”, completou. “A Ferropar precisa da ALL para transportar as poucas cargas que usam a ferrovia, mas a ALL não pode cumprir os seus contratos com os clientes do Oeste sem utilizar os trilhos da Ferroeste. Por isso, estamos chamando as partes à negociação. O conflito não interessa a ninguém. E a Ferroeste não admitirá que os produtores sejam prejudicados por disputas menores entre a Ferropar e a ALL. A Ferroeste trabalha para que haja uma negociação ágil e eficaz entre as duas empresas e esperamos a colaboração da ALL para que não ocorra nenhum prejuízo aos usuários da ferrovia durante a intervenção na Ferropar”, reforça Samuel Gomes. Já o diretor técnico da Ferroeste, Leopoldo Campos, observa que a reunião foi apenas a primeira de muitas que deverão ser realizadas ao longo dos 180 dias de intervenção, mas que a maioria delas deverá reunir apenas as duas operadoras. “Deverão ser feitas outras reuniões entre a Ferropar e ALL para discutir e aprofundar pontos de entendimento nas áreas comercial, financeira e operacional e a Ferroeste somente participará quando for necessário ou se verificar desentendimentos entre as empresas que prejudiquem os produtores usuários da ferrovia”, afirma Campos. Serviços - O interventor da Ferropar, Saulo Tarso Pereira, enfatizou a necessidade de um acordo operacional entre a Ferropar e a ALL durante a intervenção. “A iniciativa da Ferroeste de aproximar a Ferropar e a ALL é muito bem-vinda. O entendimento entre a Ferropar e a ALL deve ter sempre em vista que prestamos um serviço público, o que nos impõe responsabilidades com os clientes e com a economia do Estado.”, diz Saulo de Tarso Pereira.

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