Intervenção global consolida políticas de atenção ao menor

Implantação de novo modelo sócio-pedagógico nas unidades de internamento consolida política de atenção ao menor
Publicação
19/08/2005 - 09:50
Editoria
A política de atenção ao adolescente em conflito com a lei praticada pelo Governo do Paraná representa um marco histórico no Estado. Após uma herança de descaso e falta de investimentos, que gerou o quadro de falta de vagas e estruturas terceirizadas, o governador Roberto Requião decidiu enfrentar o problema com uma intervenção global em todo o sistema sócio-educativo de atendimento ao adolescente. Neste ano, Requião elevou o orçamento do Instituto de Ação Social do Paraná (IASP) para R$ 59 milhões e para 2006 já está prevista uma alocação de R$ 92 milhões, sendo que pelo menos 20% serão aplicados em obras com a construção de cinco novas unidades de internamento. O restante está sendo destinado para manutenção do novo sistema que vem sendo implantado, disse a diretora presidente do IASP, Thelma Alves de Oliveira. A manutenção dos jovens nas unidades de recuperação, sob o novo modelo, vai custar R$ 4.500 mensais por adolescente. Thelma afirmou que as ações planejadas pelo governador para reformular a política de atenção ao menor foram apressadas após as mortes de sete adolescentes ocorridas no Educandário São Francisco, em Curitiba, no ano passado. O Estado mantém atualmente cerca de 700 adolescentes em conflito com a lei em unidades de internamento e internamento provisório. Com a construção de cinco novas unidades, deverão ser criadas mais 350 vagas que vão absorver a demanda reprimida de adolescentes que estão, de forma irregular, em delegacias superlotadas. A presidente do IASP chamou a atenção para as dificuldades de se estabelecer uma política para essa área, carente de garantia de direitos. “A sociedade tende a fechar os olhos para o problema do adolescente, o que é um sintoma social assustador”, afirmou. Segundo Thelma, os educadores lidam com as resistências da comunidade. “A resistência de muitos prefeitos contra a instalação de novas unidades de abrigo em seus municípios revela que a sociedade ainda não está pronta para assumir esse adolescente gerado por ela própria”, disse.

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