O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) no mês de março ficou em 1,19%, segundo pesquisa do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes). Com esse resultado, o acumulado do ano ficou em 3,72%. Em 2002, no mesmo trimestre, a elevação foi de 1,48%.
Já a inflação acumulada nos últimos 12 meses chegou a 14,49%, sendo a mais alta registrada para o período desde 1999, quando o Ipardes começou a realizar o levantamento. A pesquisa é válida para famílias que recebem de um a 40 salários mínimos.
O grupo de maior influência para o IPC de março foi o de Alimentos e Bebidas, com alta de 1,58%. O tomate (62,29%) e o café em pó (3,93%) foram os produtos que mais contribuíram para a alta desse grupo. Já as quedas ficaram com o pão francês (-3,05%) e com a batata-inglesa (-3,65%).
Segundo o economista Gino Schlesinger, técnico do Projeto IPC do Ipardes, a previsão, no entanto, é de que em abril o grupo de Alimentos e Bebidas apresente uma alta menor que a registrada em março.
Gás - O grupo Habitação apresentou alta de 0,73%, sendo que o item com maior contribuição para o IPC foi o gás de botijão, com 8,29%. Para este item, os técnicos do Ipardes não fazem previsões. Conforme Schlesinger, o preço do gás de cozinha tem sido uma incógnita nos últimos meses.
“Em fevereiro, o preço caiu 9,88% e em março subiu 8,29%, sem que se identifique uma causa específica para essa variação”, explica. Exemplo disso é que o aumento acumulado do gás de cozinha neste ano é de 0,95%; nos últimos seis meses, de 21,85%; e nos últimos 12 meses, de 13,42%.
Já os preços do grupo de Artigos de Residência tiveram alta de 1,02%. Conserto de eletrodomésticos foi o item que mais influiu neste resultado, com alta de 5,32%. Já a maior influência com queda foi no item móvel para copa e cozinha (3,85%).
Revertendo as quedas registradas nos meses de janeiro e fevereiro, o grupo Vestuário apresentou uma elevação de 1,65%. Os itens que mais contribuíram para esse resultado foram sapato feminino (9%) e blusa feminina (8,09%). Com registro de queda pode-se destacar tecidos (4,83%).
Ônibus - No que se refere a Transporte e Comunicação, a alta foi de 0,76%, menor que a registrada em fevereiro (1,69%). Neste grupo, as maiores elevações ocorreram na tarifa de ônibus urbano (10,33%) – item com maior contribuição (com maior peso) entre todos os pesquisados pelo IPC – e automóvel de passeio nacional zero (2,04%).
Com queda de preços destacam-se: gasolina (-4,42%) – item com a maior contribuição negativa em todo o índice –; automóvel de passeio e utilitário usados (-0,47%); álcool combustível (-2,08%); e seguro voluntário de veículo (-3,08%).
A variação de 2,92% fez com que o grupo de Saúde e Cuidados Pessoais apresentasse a segunda maior contribuição em todo o índice de março. Esta alta decorreu principalmente pelo aumento dos preços de medicamentos (6,56%).
Já o grupo Despesas Pessoais apresentou variação de 0,59% em função, principalmente, das altas de preços em serviços de empregada doméstica (1,96%) e teatro (43,48%).