Indústrias gaúchas aderem aos projetos da Ferroeste e Ferrosul

O apoio da indústria foi divulgado nesta segunda-feira (30) durante as audiências públicas da Ferroeste nas cidades de Erechim (RS), à tarde, e Passo Fundo (RS), pela manhã
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30/11/2009 - 19:40
Editoria
A Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs) apóia o projeto de expansão da Ferroeste até Chapecó (SC) e a criação da Ferrosul para unir os quatro Estados do Sul (PR, SC, RS e MS) através de uma empresa ferroviária pública. O apoio da indústria foi divulgado nesta segunda-feira (30) durante as audiências públicas da Ferroeste nas cidades de Erechim (RS), à tarde, e Passo Fundo (RS), pela manhã. A adesão do setor industrial rio-grandense, segundo o presidente da Comissão para criação da Ferrosul da Assembléia Legislativa, deputado estadual Jerônimo Goergen (PP), demonstra o “impressionante envolvimento da comunidade gaúcha com a implantação da Ferrosul”. Segundo ele, “a formalização do apoio do setor industrial reforça o trabalho que vem sendo feito” para levar o projeto adiante. “Hoje o Rio Grande do Sul não abre mão desse projeto que é uma revolução para a logística do Estado”. Segundo o Conselho de Infra-estrutura (Coinfra) da Fiergs, o Rio Grande do Sul “ressente-se de uma logística de transportes que una modais eficientes e competitivos, sendo que este projeto (Ferrosul) atende e merece o apoio da sociedade produtiva”. O Coinfra acrescenta que a ferrovia “trata do retorno de uma modalidade de custo acessível para o escoamento da produção e para as demais funções do transporte intermunicipal e interestadual”. As audiências no Rio Grande do Sul serviram para apresentar o projeto do novo ramal até Chapecó, no Oeste catarinense, que coloca o Norte e Noroeste gaúcho sob a área de influência da Ferroeste. O Estudo de Viabilidade Técnico-econômica e Ambiental (1a fase) foi apresentado pelo presidente da Ferroeste, Samuel Gomes. De acordo com o projeto, o novo ramal fará a ligação do Paraná, pelas regiões do Cantuquiriguaçu e Sudoeste do Estado, a Chapecó. ERECHIM E PASSO FUNDO Segundo o presidente da Assembléia Legislativa gaúcha, deputado Ivar Pavan (PT), um dos coordenadores das audiências públicas nas duas cidades gaúchas, “a ferrovia vai conectar os estados do Sul com o Centro e o Norte do país, gerando impactos muito positivos”. Entre as vantagens mencionadas, o parlamentar lembrou que o ramal “vai reduzir o custo do transporte de mercadorias na região, tanto para circulação interna como para exportação e importação, reduzindo a necessidade de uso das rodovias”. Pavan lembra ainda que todas as Casas parlamentares da região (PR, SC, RS e MS), através do Parlasul, apóiam a iniciativa e esperam que “a região Sul seja contemplada com esse projeto”. Na opinião do prefeito de Erechim, Paulo Polis (PT), a conexão dos quatro estados do Sul, por meio de estradas de ferro, será um marco revolucionário na logística da região. “Não podemos ficar à margem”. Polis frisou que “o transporte ferroviário dará maior vazão ao escoamento da produção, e, o que é melhor, com menor custo e maior segurança”. Conforme ele, “a produtividade está crescendo e o transporte rodoviário, isolado, já não é mais a melhor opção”. Paulo Polis frisou que a região vai lutar “por uma conexão entre os municípios de Chapecó, Erechim e Passo Fundo”. A vice-prefeita Ana Lucia Silveira de Oliveira (PMDB), que participou da audiência em Erechim, disse que a exposição da Ferroeste e dos deputados foi esclarecedora: “é um projeto novo e inovador”. De acordo ela, a partir desta audiência o projeto da Ferroeste e a criação da Ferrosul “se clarearam” para os representantes de uma região que é produtiva e necessita de transporte eficiente e barato tanto de grãos quanto de manufaturados. Para a vice-prefeita, a comunidade despertou para “fazer parte desse grupo”. Segundo a vice-prefeita, aquela região gaúcha já transporta mais de 10 milhões de toneladas de grãos e a partir deste ano Erechim contará com uma usina de biodiesel, o que deve aumentar em grande escala o fluxo de caminhões. “A ferrovia para o Rio Grande do Sul é um avanço e significa reinvestimento em infra-estrutura”, disse ela. “Vamos pedir que todos se alinhem a essa causa”, concluiu. Para o vereador Marcelo Demoliner (PP), de Erechim, a audiência pública serviu para “esclarecer a comunidade a respeito da importância do projeto da ferrovia se estender até o Rio Grande do Sul”. Segundo ele, “a comunidade já está unida” e “tendo em vista o projeto apresentado pelo Samuel Gomes a implantação do ramal será extraordinário para toda a região do Alto Uruguai gaúcho, além de nos inserir no projeto nacional de ferrovias”. O presidente da Ferroeste, Samuel Gomes, considera que a agenda política do executivo e do legislativo gaúcho “demonstra cabalmente que a transformação da estatal paranaense em uma empresa pública de quatro Estados, nos moldes do BRDE, é viável e necessária”. Segundo Gomes, com a união dos Estados do Sul em torno do projeto, “a Ferrosul será uma empresa com grande musculatura institucional”. Para o vereador Rafael Bortoluzzi (PP), a audiência pública em Passo Fundo foi uma “oportunidade para a comunidade conhecer o projeto da Ferrosul por inteiro desde a construção da Ferroeste, no Paraná, até os estudos de implementação da nova empresa”. Segundo ele, “Passo Fundo, a partir de hoje está inserido neste projeto”. Bortoluzzi acrescentou que também o município teve oportunidade de apresentar seus principais aspectos econômicos: “queremos ser parceiros e queremos que essa ferrovia passe por Passo Fundo e região”. Para o vereador Rui Lorenzato (PT), de Passo Fundo, “são inegáveis os benefícios que a Ferroeste trará para o desenvolvimento de Passo Fundo, Norte do Estado do Rio Grande do Sul e toda a região Sul do Brasil. São benefícios que interferem diretamente na vida de toda a sociedade”. Lorenzato ressalta que com a expansão da malha ferroviária, “haverá significativa redução nos custos em toda a cadeia produtiva, atração de novas empresas e conseqüente aumento na geração de emprego e renda e melhoras na logística para o transporte, especialmente da produção”.

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