Análise feita pelo Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (IEDI), sediado em São Paulo, destaca que o Paraná foi o único Estado brasileiro a ter recuperação da produção industrial diante da crise financeira.
Considerando que os efeitos da crise começaram a ser sentidos no Brasil a partir de setembro de 2008, o IEDI comparou dois períodos: o valor da produção do último trimestre de 2008 em relação a setembro e o segundo período compreendido pelos meses que vão de outubro de 2008 a fevereiro de 2009 em relação a setembro de 2008.
Analisando os dois períodos, dados do IBGE mostram que somente o Paraná conseguiu nos dois primeiros meses de 2009 uma recuperação da produção industrial para os níveis de setembro de 2008.
Isso, segundo o estudo, praticamente neutralizou o “contágio” da crise. No primeiro período, a produção paranaense caiu 13,5% e, após janeiro e fevereiro deste ano, ela ficou somente 1,0% menor do que o patamar de produção de setembro de 2008.
Para o setor industrial brasileiro como um todo, no primeiro período a retração atingiu 20,1%; no segundo, chegou a 16,9%. Portanto, houve uma desaceleração da queda da produção da indústria entre esses dois períodos.
OUTROS ESTADOS - Ainda segundo análise do IEDI, ocorreu melhora significativa (diminuiu o “contágio”) no Nordeste e na Bahia, embora em magnitude que não se compara à recuperação do Paraná.
Um avanço que pode ser caracterizado como “tímido” ocorreu em São Paulo, Minas e no Rio Grande do Sul, mantendo-se mais ou menos o mesmo nível de “contágio”.
Em Santa Catarina, no Rio de Janeiro, no Amazonas e em Goiás ocorreram, no período mais recente, recuos ainda maiores da produção industrial, aprofundando-se o “contágio”.
Produção industrial regional – A produção industrial brasileira assinalou uma redução de 17% comparando os dados de fevereiro deste ano no confronto com fevereiro de 2008. Dentre as localidades, apenas o Paraná registrou variação positiva: crescimento de 1,5% na sua produção fabril.
Com quedas acima da média nacional figuram: São Paulo (–17,5%), Pernambuco (–17,5%), Santa Catarina (–19,8%), Rio Grande do Sul (–20,5%), Amazonas (–20,8%), Minas Gerais (–26,0%) e Espírito Santo (–29,5%). Ainda com desempenho negativo, porém de menor magnitude que o geral, ficaram: Bahia (–10,0%), Pará (–10,2%), Ceará (–10,5%), Goiás (–11,1%), região Nordeste (–12,1%) e Rio de Janeiro (–13,2%).
No acumulado no primeiro bimestre de 2009 frente ao mesmo período de 2008, observou-se decréscimo de 17,2% na produção industrial média nacional, com queda em todas as catorze localidades incluídas na pesquisa. O Paraná foi o Estado que teve a menor queda (-3,5%).
As maiores quedas foram verificadas em: Espírito Santo (–31,4%), Minas Gerais (–27,6%), Amazonas (–22,0%), Rio Grande do Sul (–20,6%) e São Paulo (–17,7%), devido o recuo generalizado das atividades industriais, especialmente nas indústrias que englobam os bens de consumo duráveis, os intermediários e os bens de capital. Os demais locais obtiveram o seguinte desempenho: Santa Catarina (–16,2%), Bahia (–13,8%), Rio de Janeiro (–13,1%), Pernambuco (–12,2%), região Nordeste (–11,5%), Goiás (–9,2%), Pará (–8,8%) e Ceará (–7,7%).
Por sua vez, na comparação do acumulado dos últimos 12 meses, a queda de 1,0% da média nacional (a primeira taxa negativa desde setembro de 2002, quando registrou queda de 0,2%), refletiu a retração da produção industrial em nove localidades. O Paraná, mais uma vez, destacou-se na contramão das quedas, apresentando o melhor resultado: alta de 5,7%.
As maiores quedas foram em : Minas Gerais (–4,4%), Santa Catarina (–3,9%), Rio Grande do Sul (–2,5%) e Amazonas (–2,2%). Em sentido contrário, as pressões positivas vieram, além do Paraná, de Goiás (5,1%), Pará (2,6%), Ceará (0,9%) e São Paulo (0,8%).
Mais informações sobre a análise feita pelo IEDI podem ser encontradas no endereço: www.iedi.org.br, sob o título: Carta IEDI n. 359 - O Desempenho Regional e as Tendências para o Emprego na Indústria.