Segundo dados da Pesquisa Industrial Anual 2005, apresentados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no dia 30 de maio, a renda gerada pela indústria paranaense vem mantendo trajetória de expansão. No período 1996-2005, o Valor da Transformação Industrial (VTI) do Estado apresentou crescimento real médio de 4,0% ao ano, tendo como fator de correção o Índice de Preços por Atacado (IPA).
Os VTIs dos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Santa Catarina registraram variações reais anuais de, respectivamente, -2,6%, 3,9%, 3,2%, -0,8% e 0,7% no mesmo intervalo, enquanto a indústria nacional avançou a uma taxa média de 0,9% ao ano. Conseqüentemente, verifica-se a ascensão do peso relativo do Paraná no VTI do Brasil, passando de 5,2% em 1996 para 5,8% em 2000 e 6,3% em 2005, consolidando a quinta posição no ranking nacional (tabela 1).
“No entanto, em razão dos efeitos negativos da crise da agricultura (provocada por intempéries climáticas) sobre as atividades agroindustriais no ano de 2005, observa-se declínio da representatividade estadual na comparação com 2004, quando o Paraná respondeu por 6,5% do VTI nacional”, analisou o coordenador do Núcleo de Análise Conjuntural do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes), Julio Suzuki.
O crescimento da indústria paranaense nos últimos anos deriva, em grande medida, do dinamismo dos segmentos de veículos automotores e refino de petróleo. Nesse último caso, a participação no VTI estadual saltou de 5,6% em 1996 para 14,6% em 2000 e 19,0% em 2005 (tabela 2), refletindo, além da ampliação da produção petroquímica, o aumento dos preços do petróleo e derivados. Também cabe destacar a significativa performance dos ramos madeireiro e de equipamentos de informática, cujos pesos relativos na renda industrial subiram de forma considerável no período 1996-2005.
Emprego - Em sintonia com a evolução do VTI, o emprego gerado pela indústria paranaense vem apresentando expansão, representando 7,6% das ocupações do setor manufatureiro nacional em 2005, acima das participações registradas nos anos de 1996 e 2000, que alcançaram 6,2% e 6,7%, respectivamente (tabela 3). Essa trajetória se contrapõe à tendência descendente dos estados de São Paulo e Rio de Janeiro, que responderam por pesos de, respectivamente, 36,4% e 5,7% no exercício de 2005, abaixo dos resultados contabilizados em 1996 e 2000.
Em nível setorial, constata-se a supremacia do segmento de alimentos e bebidas nos empregos gerados pela indústria do Paraná, com participação de 25,4% no total das ocupações em 2005 (tabela 4). A seguir, surgem os ramos madeireiro e de vestuário, responsáveis por participações de 10,1% e 9,8%, respectivamente.
Tabela em anexo: