Índios pedem e reunião com a Copel pode ser antecipada

Empresa condiciona presença à liberação dos três reféns retidos na aldeia
Publicação
23/03/2009 - 18:50
Editoria
A pedido dos representantes da comunidade caingangue que habita a Terra Indígena Barão de Antonina, localizada em São Jerônimo da Serra, no Norte do Estado, a reunião com a Copel, Ministério Público Federal e Funai que estava prevista para quarta-feira (25) poderá ser antecipada e acontecer nesta terça-feira (24), em Londrina. O comparecimento da Copel está condicionado à imediata liberação de três pessoas retidas pela comunidade indígena desde quinta-feira (19). Os irmãos José Almir Torres Quintanilha e Valmiron Torres Quintanilha, empregados de uma prestadora de serviços contratada pela Copel, foram retidos na manhã daquele dia enquanto faziam trabalhos de manutenção de rotina na linha de transmissão. Já o sociólogo Alexandre Húngaro da Silva, dos quadros da Copel, foi retido à tarde, ao tentar interceder com as lideranças da comunidade em favor da liberação dos dois irmãos. “A retenção dessas pessoas, no nosso entendimento, foi uma atitude desnecessária e exagerada por parte da comunidade indígena, pois há um processo de negociação em curso, mediado e acompanhado pelas autoridades federais competentes”, informou Marlene Zannin, diretora de Meio Ambiente e de Cidadania Empresarial da Copel. “Na sua história de 54 anos, a empresa jamais se negou a dialogar com quem quer que fosse, por entender que a busca do entendimento é sempre a melhor solução para as situações de impasse, mas não há como promover diálogo enquanto existirem reféns”, sustentou. INDENIZAÇÃO - O encontro no Ministério Público Federal em Londrina dará prosseguimento a um processo de negociação instalado há pelo menos três anos que discute um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) entre a Copel e a comunidade indígena. Esse documento visa estabelecer a indenização e as formas de compensação por impactos econômicos, culturais e ambientais decorrentes da instalação e operação de uma linha de transmissão construída em 1966 pela Copel. A linha, em 230 mil volts, liga a subestação da Usina Termelétrica de Figueira à de Apucarana e percorre por cerca de 10 km uma faixa de terra pertencente à reserva.