A ação imediata dos brigadistas da Guarda Portuária da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa) evitou que um incêndio, iniciado numa das casas próximas ao Terminal Público de Álcool, atingisse outras moradias. O fogo começou no início da manhã de quarta-feira (09) numa casa de madeira. No momento do incêndio não havia ninguém na residência e não houve feridos. A casa estava no bairro Vila da Madeira, uma área pública ocupada irregularmente há mais de 20 anos.
O primeiro combate às chamas foi feito pelos brigadistas da Appa com o apoio de funcionários do terminal de inflamáveis União Vopack, vizinho às casas. Com a chegada do Corpo de Bombeiros, o incêndio foi totalmente controlado. A área residencial foi isolada num primeiro momento para evitar novos acidentes. As operações dos terminais público e privado de líquidos não foram comprometidas.
O bairro Vila da Madeira está situado numa área onde estão instaladas empresas que movimentam produtos inflamáveis. Mosaic, Fospar, Cattalini, União Vopack e Petrobras, além do Terminal Público de Álcool, concentram suas atividades naquela área. As empresas privadas estão instaladas na região há mais de 25 anos.
Realocação – “Quando solicitamos ao IAP a licença para instalação do Terminal Público de Álcool, em 2006, foi colocado que seria indispensável a realocação dos moradores. Fui pessoalmente ao bairro e recebi moradores em meu gabinete em busca de uma solução, mas a situação transformou-se num movimento político. Inicialmente conseguimos um bom diálogo, mas depois tudo se reverteu e os moradores da área invadida supervalorizaram os imóveis irregulares”, disse o superintendente do Porto, Eduardo Requião.
No final de 2007, o superintendente reuniu-se novamente com uma comissão formada por representantes da área ocupada para buscar uma solução para as famílias que moram irregularmente no local, considerado de risco por órgãos de segurança. A proposta da Appa não foi aceita pelos moradores, que pediram pelas casas valores maiores do que os praticados no mercado imobiliário. Algumas pessoas pediram R$ 60 mil por um barraco e R$ 400 mil por imóveis maiores.
Vandalismo - Moradores da região contaram que à noite os dutos do terminal público são alvos de vândalos que tentam romper as linhas de operação com golpes de machado e marreta. “É urgente que as pessoas saiam do local e parem de ser pressionadas por pessoas que querem se aproveitar de uma situação emergencial como essa. Queremos garantir a segurança da população e a continuidade dos trabalhos do Porto, mas para isso contamos com o bom senso de toda a comunidade. Nosso objetivo é retomar as negociações e resolver o problema”, afirmou Eduardo Requião.
As ações de vandalismo contra as tubulações foram relatadas no Boletim de Ocorrência lavrado na Delegacia de Paranaguá. No documento, o gerente do Terminal, José César Bittencourt, disse ter ouvido relatos de moradores sobre uma pessoa descontrolada que golpeava os dutos com um machado. “Pedimos providências para apurar estas ocorrências”, disse o gerente.
Incêndio próximo ao terminal de álcool reforça necessidade de realocação de famílias
Desde 2006 a Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa) tenta negociar realocação das famílias, mas especulação imobiliária impede processo
Publicação
10/07/2008 - 11:50
10/07/2008 - 11:50
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