A pesquisa de variação de preços dos itens abrangidos pela Lei que reduz à alíquota de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre 95 mil itens de consumo popular será divulgada mensalmente, a partir da primeira semana de maio, pelo Ipardes (Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social) em uma lista anexa à divulgação do Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que mede a inflação em Curitiba. A redução de 18% para 12% do ICMS, que começa a valer a partir do dia 1º de abril, atinge os bens de consumo, comercializados dentro do Paraná, principalmente pelo varejo, como alimentos, medicamentos, fármacos, produtos de higiene e de uso doméstico, calçados, vestuário, madeira e eletrodomésticos. A metodologia da pesquisa foi divulgada nesta segunda-feira (30). Para medir a variação de preços dos produtos abrangidos pela medida, serão realizadas 30 mil cotações com 95% de confiabilidade sobre a amostra, de acordo com as simulações feitas pelo setor de Estatística do Ipardes. Os itens contidos na nova Lei do ICMS terão sua variação medida e divulgada por sete grandes grupos: alimentos e bebidas; habitação; artigos de residência; vestuário; transporte e comunicação; saúde e cuidados pessoais; despesas pessoais. “O Ipardes optou por utilizar a mesma metodologia do IPC devido ao fato de que quase todos os produtos abrangidos pela medida já são pesquisados regularmente. Das 60 mil cotações feitas para medir o índice de inflação, 30 mil cotações pertencem aos produtos contidos na nova Lei do ICMS”, explicou Gino Schleisinger, coordenador de pesquisas periódicas. Schleisinger acrescenta que um produto é pesquisado num determinado estabelecimento e depois de 30 dias volta a ser pesquisado no mesmo local, garantindo, desta forma, a real variação de preços. O impacto dos produtos no índice geral da inflação ainda não pode ser medido, mas a intenção é acompanhar se houve repasse da redução da alíquota de ICMS no preço final dos produtos contemplados pela nova Lei. O Índice Geral de Preços ao Consumidor possui produtos consumidos por famílias que ganham de R$ 465,00 a R$ 18.600,00. “Carro zero quilômetro acaba tendo um grande impacto para as faixas de renda mais altas e pelo valor do produto tem grande peso no resultado do IPC. No entanto, a redução de preços de itens de consumo básico, como alimentação, tem peso maior para as famílias de baixa renda, mas, pelo cálculo do IPC, alguns itens deste grupo acabam não tendo um peso significativo no índice geral”, ilustrou Schleisinger. A pesquisa de Índice de Preços ao Consumidor (IPC), em Curitiba, é feita pelo IPARDES desde 1981. A metodologia de pesquisa atualmente utilizada foi desenvolvida em 1.999 junto com a FIPE (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas) e utiliza critérios estatísticos reconhecidos internacionalmente. Para o cálculo do IPC, o IPARDES realiza cotações de preços de produtos consumidos por famílias que possuem renda mensal que varia de 1 a 40 salários mínimos. São quase 2 mil estabelecimentos e domicílios consultados. Essa pesquisa é referência para diversos setores que utilizam o índice para reajustes.