Iapar discute plantio adensado de algodão no Show Rural

Tecnologia vem ganhando preferência em todas as regiões produtoras do País
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11/02/2010 - 16:20
Editoria
O plantio adensado do algodoeiro é um dos destaques que o Instituto Agronômico do Paraná (Iapar) preparou para o Show Rural 2010. A tecnologia vem sendo estudada pelos pesquisadores da instituição há cerca de oito anos e está ganhando a preferência dos produtores de todas as regiões produtoras brasileiras. 
De acordo com o pesquisador Wilson Paes de Almeida, o adensamento consiste em reduzir a distância entre as linhas de algodoeiro para cerca de 45 centímetros (na forma convencional, esse espaço é de 80 a 90 centímetros). A colheita, que deve necessariamente ser mecanizada nesse tipo de plantio, também fica mais barata. “O potencial de produção pode superar 4.500 quilos, 300 arrobas, por hectare”, concluiu o especialista.
Almeida explica que o adensamento reduz os custos e diminui o ciclo da cultura em até 50 dias “em virtude da menor produção por planta. Isso tem reflexo positivo também no controle de pragas e doenças: chegando mais rápido à fase de colheita, a necessidade de aplicações é reduzida”.
Variedades - Cotonicultores que visitarem o Show Rural vão conhecer em primeira mão três linhagens que estão em fase final de avaliação para lançamento comercial. Também poderão avaliar com os especialistas o desempenho das variedades IPR 140 e IPR Jataí, já conhecidas do público.
A IPR 140 se destaca pela resistência ao nematóide Rotylenchulus reniformis, espécie que predomina nas regiões de solo basáltico e, conforme Almeida, vem se alastrando por praticamente todo o parque algodoeiro implantado em terrenos argilosos e mistos do Paraná. Seu potencial produtivo é elevado “pode superar os 4.500 quilos por hectare”, com alto rendimento de fibra. É indicada para colheita mecânica, mas os capulhos são grandes e se desprendem com facilidade, o que a torna também apropriada para produtores que fazem colheita manual. Tem ainda múltipla resistência às principais doenças da cultura e pode, de acordo com o pesquisador, até dispensar a aplicação de fungicidas nas condições do Paraná, se obedecida a época correta de plantio e feita a condução adequada da lavoura.
A outra variedade, IPR Jataí, foi desenvolvida para regiões de solos mistos e arenosos onde predomina nematóide Meloidogyne incognita. “Também apresenta elevada produtividade, alto rendimento de fibra e resistência às principais doenças da cultura. É uma cultivar mais indicada para colheita mecânica”, explica Almeida.
As pesquisas envolvendo plantio adensado de algodão conduzidas pelo Iapar são desenvolvidas juntamente com o Instituto Agronômico de Campinas (IAC) e Secretaria de Agricultura de Goiás (Seagro), cooperativas e produtores parceiros.

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