IBGE prevê redução na produção de grãos no Brasil e no Paraná

Secretário da Agricultura acredita que se as condições climáticas atuais se mantiverem até o fim do ano, o prognóstico pode ser revertido
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10/11/2010 - 15:10
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O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou, nesta quarta-feira (10), o primeiro prognóstico agrícola para a safra 2011. Para o Paraná, as estimativas apontam safra menor em relação a este ano, tendo em vista que os principais grãos plantados no Estado, como soja e milho, foram beneficiados pelo clima na safra passada, o que pode não se repetir em 2011.
Neste primeiro prognóstico, a produção nacional de grãos para 2011 é estimada em 144,5 milhões de toneladas, cerca de 2,8% inferior à safra 2010, que deve se consolidar com um volume de produção de 148,75 milhões de toneladas, queda de 4,25 milhões de toneladas de grãos que podem deixar de ser produzidos no País, no ano que vem.
Até o fim do ano, o IBGE prevê que o Paraná deve atingir volume de produção de 32,19 milhões de toneladas, o maior do País, correspondendo a 21,6% da produção nacional. Essa previsão corresponde ao total de produção no Estado, entre lavouras de verão, inverno e safrinha.
De acordo com o secretário da Agricultura e do Abastecimento, Erikson Camargo Chandoha, a redução de área plantada com milho na safra anual de verão, que é a primeira safra, tem sido a tendência nos últimos anos. “Em contrapartida existe um crescimento acentuado de área plantada e de produção na segunda safra (milho safrinha), especialmente da produtividade”, disse o secretário.
Sobre a previsão do IBGE, Chandoha ressaltou que a manutenção do comportamento do clima, nas mesmas condições atuais até o final do ciclo das culturas de verão poderá reverter a expectativa de redução na produtividade para a safra 2010/11. “O que elevaria as estimativas de produção para um patamar próximo ao obtido na safra 2009/10 no Paraná”, afirmou.
PROGNÓSTICO – Segundo o IBGE, no Paraná as safras de milho e soja, que tiveram rendimentos excelentes em 2010, poderão sofrer redução em 2011. Por outro lado, a produção de feijão da primeira safra tende a crescer no ano que vem, embalada pelos bons preços de comercialização do produto no varejo.
Conforme o IBGE, no Paraná, maior produtor de milho do País, foi verificada uma redução de 18,7% na área plantada nesta primeira safra, que cai de 912.817 hectares plantados na safra 2010 para 742.235 hectares plantados na safra 2011. Com isso, a produção esperada cai de 6,9 milhões de toneladas obtidas na safra 2010 para 5,38 milhões de toneladas na safra 2011.
A queda na área plantada com milho aconteceu em praticamente todas as áreas produtoras do País, em função da baixa cotação que o produto apresentou ao longo deste ano e também à elevação do custo de produção. No Paraná, esse quadro acentuou a opção do produtor que nos últimos anos vem preferindo ampliar a área plantada com soja na primeira safra para plantar o milho na segunda safra.
Confirmando essa preferência, a área plantada com soja no Paraná cresce levemente em torno de 0,3%, passando de 4,48 milhões de hectares plantados na safra 2010 para 4,49 milhões de hectares na safra 2011, um aumento de 13.470 hectares. Já a estimativa de produção é menor em 2,4%, devendo cair de 14,08 milhões de toneladas obtidas na safra 2010 para 13,75 milhões de toneladas na safra 2011.
Para essa previsão, o IBGE adotou como cálculo uma média dos resultados da safra de soja obtida nos últimos cinco anos. A pesquisa leva em consideração que o clima excelente que predominou na safra passada e alavancou a produtividade das lavouras pode não se repetir até o final do ciclo das culturas.
Por outro lado, a projeção aponta para o aumento da área plantada e da produção do feijão da primeira safra. Os produtores estão animados com os preços satisfatórios praticados na época de plantio e a expectativa é de crescimento de 3,6% na área plantada. Ela avança de 321.604 hectares plantados no ano passado para 333.176 hectares plantados este ano. A produção cresce de 488.686 de toneladas colhidas em 2010 para 552.061 toneladas que serão colhidas em 2011.