O Hospital da Polícia Militar do Paraná volta a funcionar parcialmente em maio, quando começa a passar por um processo de reestruturação operacional. Quase 40 mil policiais, dependentes e pensionistas da Polícia Militar de Curitiba e Região Metropolitana serão beneficiados com a reativação do hospital.
A Secretaria da Administração e da Previdência do Estado (Seap) informa que nos próximos cinco meses a instituição vai operar apenas com a oferta de consultas e exames para a clientela militar. Até setembro as internações continuam a cargo do Hospital Evangélico.
“Durante esses cinco meses, de atendimento limitado aos serviços de ambulatório, o hospital da PM vai passar por uma ampla reestruturação interna”, informa o secretário Reinhold Stephanes.
Na reestruturação, algumas obras vão alterar a arquitetura hospitalar, os processos administrativos e de gerenciamento de serviços e de pessoal serão revistos e padronizados. Somente depois disso o Hospital da PM passa a responder também pelas internações.
Recursos - A partir disso, o hospital receberá o total de recursos que o Estado vem destinando ao Hospital Evangélico, para responder pelo atendimento das pessoas vinculadas à corporação.
Além disso, integrará o Instituto Paranaense de Saúde (IPE-Saúde), que o governo estadual vai criar para substituir o atual Sistema de Assistência à Saúde (SAS) do funcionalismo.
Os servidores de outras categorias também serão atendidos pelo hospital, mas apenas no serviço de alta complexidade que ele deve prestar, provavelmente na área de neurologia ou cardiologia.
“Mesmo nos seus bons tempos o hospital nunca operou com mais de 54% da capacidade instalada, e nós queremos que ele preste serviços de qualidade com pelo menos 85% da capacidade, de cem leitos”, afirma o secretário Reinhold Stephanes.
O primeiro passo para as mudanças é a alteração no contrato do SAS com o Hospital Evangélico, que a partir de maio só atenderá a clientela militar em internações.
Com essa alteração, os cerca de R$ 200 mil em recursos que o governo destinava mensalmente ao Evangélico para o pagamento de consultas e exames serão transferidos para o Hospital da PM aplicar no custeio de melhorias internas.
Auditoria - A contratação de consultores especializados em administração hospitalar para a reestruturação física e de processos já será custeada com esses recursos.
“Com a reestruturação, padronização dos processos e uma administração profissional o hospital da PM será economicamente viável”, comenta o diretor César Abicalaffe, do Departamento de Assistência à Saúde da Secretaria da Administração.
Em fevereiro e março a instituição passou por uma auditoria, que registrou diversos tipos de problemas decorrentes do abandono da instituição pelo governo anterior.
Entre os problemas identificados havia a falta de controle do pessoal, que Abicalaffe define como “essencial para o planejamento e definição dos padrões administrativos e operacionais”.
Além disso, a auditoria constatou equívocos como a existência de clínicas obstétrica, com 14 leitos, e pediátrica, com 4 leitos. Os custos de enfermagem e de infra-estrutura para a manutenção desses leitos são elevados demais para a baixa demanda nessas especialidades.