Hospital Evangélico tem recurso integral, mas atende menos funcionários do Estado

Mensalmente, o hospital recebe R$ 2,24 milhões do governo do Estado, o suficiente para atender todo funcionalismo, mas taxa é de apenas 30%
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02/07/2008 - 18:30
Editoria
O governo do Paraná repassa ao Hospital Evangélico, em Curitiba, recursos suficientes para o atendimento de 113 mil servidores públicos por mês. No entanto, o hospital atende apenas 34 mil servidores. Ou seja: tão-somente 30% dos beneficiários e, mesmo assim, as reclamações contra o atendimento do hospital são muito grandes. A informação é do superintendente da Secretaria da Administração e Previdência (Seap) e diretor do Departamento de Assistência à Saúde, Eduardo Mischiatti, para quem o hospital precisa ampliar o número de médicos para atender o funcionalismo público estadual, já que o Estado paga todos os meses em dia. Mensalmente, o Governo do Paraná, por meio do Sistema de Assistência à Saúde (SAS), repassa ao Hospital Evangélico de Curitiba R$ 2,24 milhões mensais para o atendimento de 113 mil vidas. “Repassamos todo mês o equivalente a R$ 19,80 por vida, mas é óbvio que o Hospital Evangélico não vai gastar porque há variação de atendimentos. Em um mês, a utilização é maior. Em outros, menor. O hospital sempre tem uma faixa de recursos que capitaliza para eventuais demandas. É óbvio que ele já tem uma capitalização anterior, até 2008, e terá que usar esse recurso para fazer com que aconteça a desobstrução no canal de atendimento”, diz Mischiatti. QUEIXAS - Essa demanda reprimida gera reclamações. De acordo com a Seap, no primeiro trimestre deste ano, foram feitas 406 queixas, num universo de 413 mil pessoas beneficiadas pelo sistema. Dessas reclamações, 306 estão em Curitiba, e se devem à dificuldade de acesso ao serviço. “Em Curitiba está um quarto dos beneficiários, 113 mil vidas, o que gera grande demanda que a cidade não está conseguindo oferecer”, relata ainda o diretor do Departamento de Assistência à Saúde do governo do Estado. De acordo com Mischiatti, para resolver esse problema, o Hospital precisa contratar médicos. “Ele tem que colocar mais profissionais à disposição, com mais agendas, para poder zerar a demanda que está reprimida. Uma vez aberto esse centro médico, com mais consultas à disposição e uma retaguarda de exames que se fizerem necessários, resolve-se isso em curto prazo. Dessa forma, Curitiba entra no fluxo das demais cidades, onde quase não temos reclamações”, afirmou. Por ano, o Governo do Paraná aplica R$ 95 milhões no SAS, quase R$ 8 milhões por mês, beneficiando 413 mil servidores, aposentados e dependentes com consultas médicas básicas e especializadas, pronto-atendimento, cirurgias, internações clínicas, cirúrgicas, psiquiátricas e em UTIs, fisioterapia, oncologia e obstetrícia. “O Estado arca com todas as despesas de saúde do servidor sem que ele coloque qualquer contrapartida. O Paraná é um dos poucos estados em que o Poder Público arca com essas despesas. Nos demais estados, todos têm co-participação, seja através de contribuição com um fundo de saúde ou com moderador na utilização”, disse Mischiatti. Desde 2003, foram licitados 28 novos pontos de atendimentos no Paraná. Em 2002, eram apenas 11; atualmente, são 16 macrorregiões e 23 mesorregiões (pontos que dão sustentação para as macrorregiões), além de três que serão licitados até o final do ano: em Capitão Leônidas Marques e Ubiratã, na região de Cascavel, e em São Mateus do Sul, na região de União da Vitória. Além disso, em 2002, os beneficiários precisavam se deslocar até 200 quilômetros para os atendimentos. Com a abertura desses novos postos, a distância atual é de no máximo 50 quilômetros. “Diluímos isso, com melhor acessibilidade. Capilarizamos ao máximo o atendimento”, disse Mischiatti. Em 2007, o Hospital Evangélico realizou 137.845 mil consultas. Em todo o Estado, o SAS realizou 2.321.900 milhões de atendimentos, entre consultas, cirurgias, diárias em UTIs e exames complementares. Foram 45.921 mil clínicas cirúrgicas; 1.434.538 milhão diagnoses e terapias; 9.612 mil cirurgias; 5.350 mil diárias de UTIs; e 826.928 mil consultas.