Horário de verão começa no dia 2 de novembro

Engenheira da Copel esclarece benefícios da mudança de horário
Publicação
04/10/2004 - 00:00
Editoria
Habitualmente adotado a partir da metade de outubro, o horário de verão começará mais tarde este ano. A mudança ocorrerá à zero hora do Dia de Finados, uma terça-feira, com o propósito de evitar qualquer tipo de interferência ou de transtorno no segundo turno das eleições. Nesse dia, a população do Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e do Distrito Federal e deverá adiantar os relógios em uma hora. A hora suprimida vai ser reposta em 20 de fevereiro, um domingo. O horário de verão é um artifício destinado a promover o melhor aproveitamento da luz natural, na época do ano em que os dias são mais longos que as noites. A conseqüência principal dessa medida é notada no setor elétrico, que registra queda média da ordem de 6% no nível máximo de demanda por energia, no chamado horário de ponta (entre 18 e 21 horas). Isso por conta da dispersão dos picos máximos de consumo das diversas classes de consumo. “Com o horário de verão, o momento de maior demanda nas residências, por exemplo, não se sobrepõe ao acionamento da iluminação pública, já que o mecanismo de acendimento das lâmpadas não se guia pelos ponteiros do relógio”, explica a engenheira Ana Rita Xavier Mussi, gerente do Centro de Operação do Sistema Elétrico da Copel. “Se o período de maior consumo das classes consumidoras não coincide, instalações como usinas, subestações e linhas de transmissão passam a ser menos exigidas, minimizando o risco de sobrecargas no sistema e de eventuais panes”. Segundo Ana Rita, a redução no nível de demanda durante o horário de ponta esperada pela Copel equivale a deixar de fazer transitar no sistema elétrico estadual cerca de 200 megawatts de potência. “Essa é a demanda máxima de Londrina, o segundo maior centro urbano do Estado”, compara. No contexto dos dez estados onde a medida irá vigorar, estima-se redução em torno de 5,5% na carga durante a ponta – ou a retirada de 2.300 megawatts, o equivalente à demanda máxima do estado de Santa Catarina. A engenheira aproveita para esclarecer que o principal objetivo do horário de verão não é economizar eletricidade, mas aumentar o grau de segurança operacional do sistema. “O artifício proporciona um efetivo alívio às instalações e equipamentos, reduzindo o grau de risco por sobrecarga”, justifica. “Embora, por causa da mudança de horário, as pessoas se mostrem até mais atentas no combate ao desperdício, a redução do consumo é pequena, algo como 0,5% dos gastos habituais”, diz. Rotina – O horário de verão tem sido aplicado de forma rotineira no país desde 1985, recebendo a aprovação e a simpatia da maior parte da população, que passa a dispor de uma hora a mais de claridade no final do dia para o lazer. Outro fator que influi para a boa aceitação da medida é a sensação de segurança em voltar para casa, ao término do trabalho, ainda com o dia claro. A história do horário de verão no Brasil começou na década de 30, pelas mãos do então presidente Getúlio Vargas. Sua versão de estréia durou quase meio ano, vigorando de 3 de outubro de 1931 até 31 de março de 1932. Nos 35 anos seguintes, a medida só foi adotada em nove oportunidades: em 1932, de 1949 a 1952, em 1963 e de 1965 a 1967.