O governador Roberto Requião foi recebido nesta terça-feira (29) pelo chefe do governo de Hong Kong, Donald Stang, no palácio do governo da província chinesa. Stang declarou que fez questão de receber Requião pela deferência que tem em relação ao Paraná e ao Brasil. “Estou muito satisfeito em conhecer o governador Requião, pois nada substitui o contato pessoal para a troca de informações entre os dois governos”, afirmou. Requião relacionou as parcerias já estabelecidas entre o Paraná e a China e destacou as medidas que está tomando para reforçá-las.
Requião expôs um breve resumo dos aspectos econômicos, sociais e geográficos do Paraná, enfatizando a infra-estrutura do Estado, com o Porto de Paranaguá, estradas e hidrelétricas. “O Paraná é hoje um dos maiores exportadores do Brasil e tem uma relação especial com a China”, disse Requião. Segundo Stang, além de importante passo para maior aproximação entre Paraná e Hong Kong, o encontro foi uma “oportunidade rara” de contato com governador de um Estado brasileiro.
A importância do contato pessoal entre empresários e governantes foi ressaltada por Requião. “Essa proximidade é imprescindível para abrir possibilidades de cooperação e diálogo”, comentou. “O Paraná sente-se muito satisfeito com esse encontro, já que Hong Kong é hoje uma das grandes potências da economia mundial. Para nós é extremamente importante estabelecer este contato porque, em um futuro muito próximo, poderemos estabelecer parcerias vantajosas para ambas as partes”, relatou Requião.
Parceria – Depois do panorama traçado por Requião, Stang disse ter ficado muito satisfeito com o relato e que isso lhe dava uma idéia clara das potencialidades econômicas do Paraná, deixando-o ainda mais entusiasmado para estabelecer contatos firmes com o estado brasileiro. “O grau de autonomia de Hong Kong é muito grande; das províncias chinesas é a que mais tem autonomia”, comentou Stang. Hong Kong é membro fundador da Organização Mundial do Comércio, tem moeda própria e conversível, qualidade rara entre países asiáticos. Essa situação deve prosseguir por mais 50 anos.
Atualmente, a província tem 7 milhões de habitantes e nela circulam 30 jornais diários. Apesar de estar aberta a investimentos internacionais, Hong Kong tem um regime bem claro no tratamento de empresas estrangeiras. “As empresas são bem-vindas e não têm privilégios. Elas recebem o mesmo tratamento que a empresa nacional”, explicou Stang. O governador da província chinesa reafirmou a intenção de estabelecer com o Paraná relações mais fortes no campo econômico. Ele concordou com o ponto de vista de Requião sobre a formação de um canal de negociação direto com produtores paranaenses, sem a intermediação de trades americanas, como por exemplo para comercialização de soja.
O governador Requião falou sobre o ensino de chinês em universidades estaduais paranaenses, entre outras providências para melhorar as relações entre Paraná e China. Stang avaliou a medida como inteligente e adequada para diminuir a barreira da língua, uma das principais dificuldades para o intercâmbio. Segundo ele o Paraná sai na frente estabelecendo o ensino de chinês e estruturando o escritório Paraná-China, com intercâmbio de funcionários. “Brevemente, o Paraná vai auferir vantagens dessas iniciativas”, comentou Stang. Com a intensificação dos laços culturais entre o Estado brasileiro e Hong Kong, Stang avaliou que o Paraná poderá se estabelecer como excelente porta de entrada para o Brasil. “Visitei Pequim, Xangai e Hangzhou. A missão paranaense sai de Hong Kong com o mesmo otimismo e certeza da realização de bons negócios”, finalizou Requião.
Depois da audiência no palácio do governo de Hong Kong, a missão paranaense liderada pelo governador Roberto Requião encerra suas atividades na China nesta quarta-feira (30) com uma visita a Macau, antiga colônia portuguesa devolvida em 1999 para a China.