O representante do Ministério da Agricultura da Holanda, Peter Schmeitz, disse em Coronel Vivida, Sudoeste do Paraná, disse que seu país é o segundo que mais importa soja do mundo. Além disso, depois do Brasil e dos Estados Unidos, é o maior exportador de produtos agrícolas do mundo. Segundo Schmeitz, na Holanda, o Ministério da Agricultura convenceu seus consumidores que um produto de qualidade merece um preço bom. E é isso que o País está fazendo na compra da soja, grão que entra como ingrediente principal na composição da ração animal utilizada pelos produtores holandeses.
Ele resumiu em três palavras os critérios recomendados para a compra de soja: qualidade, cooperação e sustentabilidade. Schmeitz explicou que a qualidade do grão deve ser boa para as pessoas, para os animais e para o meio ambiente. Por isso, seu país valoriza a compra da soja convencional de excelente qualidade produzida de forma sustentável. “Nossos produtores de suínos querem comprar uma ração de qualidade para darem a seus animais e consequentemente nossos açougueiros também podem ofertar carne de qualidade aos consumidores”, disse.
A cooperação cria laços entre pessoas. Foi com essa base que a Holanda promoveu o crescimento da agricultura no País, destacou Schmeitz. Segundo ele, essa iniciativa agora vai além das fronteiras do País e visa construir novos laços com organizações da sociedade civil e produtores brasileiros com a compra de soja convencional da agricultura familiar do Estado.
O item sustentabilidade mostra que é possível construir alternativas para o futuro. Para isso, a Holanda dá prioridade à compra de produtos produzidos com responsabilidade no meio ambiente, alegou o representante do governo holandês.
Diante dessas perspectivas, o secretário-executivo da Fetraf Sul, Marcos Rochinski, disse que hoje é possível ver com clareza que a posição adotada pela entidade de produzir apenas soja convencional desde meados dos anos 90 foi correta. Levando em consideração apenas a questão de mercado, nossos clientes internacionais estão pagando um diferencial de preço pela compra da soja convencional, destacou.
“Nunca pensei em ganhar dinheiro com a venda da soja convencional e hoje estou ganhando”, disse o agricultor familiar Sandro Arnhuld, de Marmeleiro, município do Sudoeste do Paraná. Para ele, o cultivo de soja transgênica é um problema para o produtor, que tem de pagar royalties à indústria. Ele criticou também os danos da soja transgênica ao meio ambiente. “A soja transgênica intoxica a terra”, disse.
Arnhuld disse que o problema da soja transgênica, que começa a ser rejeitada pelos principais países compradores como a Holanda, deve servir de alerta aos produtores brasileiros. “Eu acho que não devemos pensar apenas em ganhar grandes valores de uma só vez. Mas precisamos pensar também na preservação do meio ambiente”. Segundo o agricultor, o Brasil tem potencial para oferecer bons produtos para o mundo inteiro e não só para a Holanda.
Holanda dá prioridade à qualidade, cooperação e sustentabilidade na compra da soja
Governo da Holanda convenceu consumidor a valorizar produto de qualidade
Publicação
21/05/2009 - 15:35
21/05/2009 - 15:35
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