Grupo gestor apresenta resultados das ações na bacia do Rio Alagados

Participam do grupo 17 instituições para avaliar o impacto da ocupação humana no entorno da represa
Publicação
07/07/2010 - 16:00
Editoria

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O Grupo Gestor Alagados apresentou, nesta semana, os resultados do plano de ação que vem sendo desenvolvido naquela bacia e que conta com a participação de 17 instituições. “A participação conjunta é fundamental para o desenvolvimento do trabalho do Grupo”, destacou o gerente regional da Sanepar Luiz Fernando Wagner. A ocupação humana desordenada no entorno da represa continua sendo uma das principais preocupações do Grupo.
Em breve, questões relacionadas ao reservatório deverão ser apresentadas formalmente ao poder público e à sociedade. A bacia do Rio Alagados forma o manancial responsável por 30% do abastecimento de água tratada de Ponta Grossa.
A Emater, em parceria com as Secretarias da Agricultura e do Meio Ambiente, identificou que, num raio de mil metros no entorno da represa persistem diversos aspectos críticos. Entre os principais, a ausência de Área de Proteção Permanente (APP), lançamento de dejetos de animais e de efluentes domésticos em rios da microbacia. Foi constatado, também, que persiste a prática de abastecer pulverizadores nesses afluentes, além da existência de entulho, lixo e dejetos de animais comprometendo o solo. Estradas inadequadas e a crescente urbanização ao longo da represa, com empreendimentos imobiliários, inclusive em áreas de APP, são outros problemas detectados. “Hoje grande parte da sociedade tem olhos voltados para a questão ambiental, porém poucos têm comprometimento”, ponderou o técnico da Emater Hélcio Luiz Ferro.
A Sanepar e o Instituto Ambiental do Paraná (IAP) percorreram toda a represa, no início do mês, para verificar os pontos de erosão. “Foram detectados 19 pontos críticos de perda de solo por ação das marolas”, explicou Rosângela Mello, coordenadora regional de meio ambiente e ação social da Sanepar. De acordo com o levantamento, a erosão está avançando mesmo em áreas dotadas de mata ciliar, o que exige intervenção para conter a ação das marolas, provocadas principalmente pelo vento. Com este diagnóstico, estão sendo pesquisadas alternativas para a contenção do processo erosivo, que posteriormente devem ser apresentadas ao IAP.
A América Latina Logística (ALL) também está realizando trabalho de campo para verificar problemas que possam comprometer o Alagados ao longo da via férrea. A empresa está removendo do entorno da represa as árvores exóticas como eucalipto e pinus, e tomará providências para impedir acessos clandestinos, que além de contribuir para o assoreamento do lago podem causar acidentes com os trens que passam no local.
Estas questões e as orientações sobre os cuidados na disposição de resíduos no meio ambiente, serão abordadas em reunião – a ser agendada - com a comunidade do entorno do Alagados. Este trabalho será executado em parceria da Sanepar, ALL e Copel.
Além disso, a Sanepar dará continuidade ao trabalho de vistoria nas moradias, iniciado em 2009, para verificar as condições de lançamento dos efluentes domésticos na bacia do Alagados, bem como ao estudo de solo em parceria com o Instituto Agronômico do Paraná (Iapar).

O Grupo Gestor Alagados
O Grupo Gestor do Alagados existe desde 2004, e é formado pela Sanepar, Copel, Universidade Estadual de Ponta Grossa, Secretarias do Meio Ambiente e da Agricultura, Iapar, Emater, Polícia Militar e Ambiental, Força Verde, Defesa Civil, Corpo de Bombeiros, América Latina Logística, Perdigão, Ponta Grossa Iate Clube e Associação de Moradores do Alagados. Tem como objetivo reduzir os impactos no reservatório e consequentemente melhorar a qualidade da água do manancial.

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